Figura 5.16 Osteossarcoma canino. Punção para biopsia aspirativa de membro. Neoplasia de células mesenquimais com

citoplasma delgado, fusiforme ou estrelado, com projeções bipolares que se estendem ao núcleo. Objetiva de 100 ×.

Os critérios gerais, já referidos, são indicadores confiáveis do potencial maligno dessas neoplasias, mas existem duas

exceções: os liomiossarcomas (músculo liso) e os mixossarcomas (fibroblastos), que não se diferenciam com facilidade de

seus tipos benignos (liomiomas e mixomas) com base na citopatologia e na histopatologia. Em razão de muitos destes

tumores não apresentarem características nucleares anormais, seu potencial maligno se determina pela presença de figuras

de mitose e invasão de tecidos vizinhos, dados que não se obtêm com a citologia. De qualquer forma, se os critérios

nucleares de malignidade estiverem presentes, a lesão será considerada maligna. Os leiomiossarcomas e leiomiomas são

comuns no trato digestório e na vesícula urinária e têm células com núcleos alongados em forma de bastão, citoplasma

frágil e abundantes núcleos livres. Os mixossarcomas e os mixomas se localizam em qualquer ponto do tecido subcutâneo.

Seu aspecto citológico característico é um abundante fundo mucoso que se apresenta como um material eosinofílico amorfo

(mucina), separando as células e quantidades reduzidas a moderadas de células mesenquimais se entremeando com a

mucina.

Um problema habitual ao exame citoscópico de células mesenquimais é a diferenciação entre sarcoma e fibroplasia

reativa associada a um processo inflamatório. A inflamação pode estimular uma população de fibroblastos reativos que

citologicamente parecem ser células sarcomatosas. Em geral, os fibroblastos do tecido de granulação benigno têm núcleos

vesiculares pálidos, ao passo que os núcleos malignos com frequência são mais hipercromáticos e com nucléolos maiores.

Não obstante, se células mesenquimais se encontram na presença de inflamação (população celular mista), os critérios de

malignidade devem ser aplicados com prudência. Em tais casos, é necessária a histopatologia para diferenciação entre

fibroblastos malignos e benignos.

Em geral, o exame histopatológico complementar para avaliação da arquitetura tecidual pode ser necessário para a

conclusão do diagnóstico em neoplasias de origem mesenquimal.

Neoplasias de células redondas

Tumores de células redondas incluem mastocitomas, linfomas, plasmocitomas, histiocitomas e tumor venéreo

transmissível (Figuras 5.17 e 5.18).

A maioria desses tumores tende a esfoliar de quantidade moderada a significativa quando estes são colhidos por

aspiração por agulha fina ou impressão, apresentando características citológicas importantes para o estabelecimento de um

diagnóstico definitivo. Microscopicamente, tais neoplasias incluem células redondas dispostas individualmente com limites

citoplasmáticos bem definidos sem apresentarem junções célula a célula, aparecendo, portanto, como células separadas.

Figura 5.17 Mastocitoma canino. Punção por biopsia aspirativa de nódulo cutâneo. Neoplasia de células redondas com

inúmeros mastócitos e quantidade variável de grânulos citoplasmáticos. Nota­se que nessa população celular é possível

observar características nucleares pela menor quantidade de grânulos. Objetiva de 100 ×.

Figura 5.18 Tumor venéreo transmissível canino. Imprint de genitália. Neoplasia de células redondas dispostas

individualmente com limites citoplasmáticos bem definidos sem apresentarem junções célula a célula. Objetiva de 40 ×.

Os critérios de malignidade são de interpretação mais difícil do que em tumores mesenquimais e epiteliais.

Felizmente, os tumores individuais desse grupo apresentam, em geral, características citológicas que facilitam a

imposição do diagnóstico definitivo.

Neoplasias de núcleos livres

Alguns autores ainda empregam uma quarta classificação para neoplasias, com base na presença de núcleos isolados com

um arranjo celular pouco aderente. Essa aparência citológica é um artefato relacionado com a natureza frágil dessas células.

As características citológicas específicas das neoplasias de núcleos livres incluem amostras altamente celulares, presença

de células esfoliadas em fileiras fracamente aderidas com muitos núcleos livres presentes, tendo com frequência bordas

citoplasmáticas não distintas. Aglomerados celulares ocasionais podem estar presentes com esboços celulares distintos. A

forma celular é em geral redonda ou poligonal, e os núcleos são redondos ou endentados.

Tais neoplasias estão em geral associadas aos tumores que têm origem celular endócrina ou neuroendócrina, como

tumores de tireoide, tumores de células de ilhotas e paragangliomas. Porém, os autores, em geral, incluem tais neoplasias

na categoria dos tumores epiteliais.

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Introdução

As neoplasias, assim como suas metástases, podem ser diagnosticadas por meio de radiografia, ultrassonografia,

tomografia computadorizada, ressonância magnética e cintigrafia. Os custos e a manutenção desses equipamentos são

muitas vezes proibitivos, mas a disponibilidade de aparelhos de raios X e de ultrassom como métodos de diagnóstico

proporciona relevante apoio aos médicos­veterinários. Esses dois métodos de diagnóstico, especialmente quando utilizados

em associação, possibilitam diagnósticos e permitem o monitoramento do tratamento, na maioria das neoplasias.

Os tumores apresentam variedades quanto aos padrões radiográficos, e o reconhecimento e a interpretação desses

padrões são fatores importantes no sucesso da Oncologia. O exame radiográfico permite detectar alterações ou

neoformações ósseas, aumento de volume de órgãos, infiltração de gordura e cavitações com gás ou fluido. Podem­se

realizar diferentes projeções radiográficas para avaliar a região do corpo com suspeita de envolvimento por neoplasia

primária. Confirmada a suspeita, devem­se realizar radiografias adicionais para a presença de metástases. O fígado

representa a primeira rede capilar encontrada para potencial presença de células metastáticas provenientes de todas as

neoplasias primárias drenadas pela veia porta. A grande rede capilar pulmonar é potencial para a presença de células

metastáticas de neoplasias primárias localizadas em áreas do corpo drenadas pela veia cava cranial e a veia cava caudal; e

os linfonodos apresentam seios que drenam os vasos linfáticos de locais distantes.

Deve­se considerar a ultrassonografia, por ser um procedimento especial, e utilizá­la com radiografias, e não em

substituição a elas. A radiografia fornece visão geral do processo, e a ultrassonografia possibilita informação mais

específica referente à organização, à ecotextura e à localização da lesão de tecidos moles. Além de localizar e identificar as

características da lesão neoplásica, a ultrassonografia é útil para determinar sua relativa invasibilidade, o que permite

planejamento cirúrgico. A imagem em tempo real possibilita verificar se a lesão tem origem interna a determinado órgão

ou, ainda, se está aderida ou meramente em contato com o órgão adjacente.

Algumas vezes, é difícil determinar se uma massa, com margem bem definida, encontra­se no interior de um órgão ou

somente apoiada sobre ele. Se as imagens observadas durante o movimento respiratório detectam o movimento da massa

com o órgão, há indícios de que ela se encontra no interior ou está aderida a ele. Caso contrário, se durante a respiração a

massa e o órgão deslizam um sobre o outro, há indícios de que a massa esteja adjacente ao órgão.

Pode­se observar a vascularidade da massa com o uso do Doppler dentro ou ao redor desta. Esse procedimento acarreta

mais segurança na realização de biopsia dirigida por ultrassom.

Mapeamento Doppler em processos neoplásicos

A utilização do Doppler como avaliação concomitante ao modo B convencional é uma modalidade de avaliação que tem

sido cada vez mais aplicada na rotina veterinária, uma vez que fornece informações em tempo real dos aspectos

hemodinâmicos e da arquitetura vascular nos diversos órgãos abdominais. Dessa forma, se mostra uma ferramenta

importante que deve ser utilizada se houver suspeita de processo neoplásico.

O modo Doppler pode ser interpretado de forma pulsada ou colorida. O modo Doppler pulsado permite a obtenção de

informações sobre o vaso que está sendo avaliado, classificadas como qualitativas, semiquantitativas ou quantitativas. As

informações qualitativas constituem presença ou ausência de fluxo na região analisada, avaliação da direção e do sentido do

fluxo e avaliação da morfologia das ondas espectrais (arterial, venosa, turbulenta). As informações semiquantitativas

sugerem as condições de fluxo no vaso sanguíneo amostrado de acordo com a morfologia dos espectros adquiridos. As

informações quantitativas são as medidas de velocidade, em especial de máximas e mínimas, que permitem a análise da

impedância e da resistividade vascular e cálculos aproximados do volume de vazão, quando associados ao modo­B. A

técnica permite diferenciar o padrão Doppler característico de cada vaso sanguíneo, além das mudanças no padrão de ondas,

que podem ter significado patológico. No estudo do fluxo sanguíneo em uma suposta formação, o fluxo trifásico normal é

perdido. Reversão do fluxo sanguíneo no início da diástole não ocorre, e o fluxo durante a diástole é maior em virtude da

menor resistência nestes vasos.

Doppler colorido e Doppler de amplitude permitem analisar a presença de hipervascularização, indicativa de

neoangiogênese, sustentando a possibilidade de infiltração tumoral. O aumento do fluxo sanguíneo interno em uma

formação está associado ao maior risco de malignidade nessas lesões. Em um estudo em cães que se visava avaliar lesões

focais e multifocais em parênquima esplênico foi sugerido que, ao modo Doppler colorido e Power Doppler, as lesões

benignas geralmente não apresentam vascularização ou somente vascularização periférica. Em outro estudo mais recente

(2012) sobre a possibilidade de diferenciar massas esplênicas benignas de malignas ao modo Doppler colorido e Power

Doppler, conclui­se que a presença de vaso tortuoso ou aberrante no interior da massa e a presença de efusão peritoneal

estavam altamente correlacionadas com malignidade.

Algumas vezes, o exame ultrassonográfico não fornece informações suficientes. Nesses casos, pode­se lançar mão de

meio de contraste para melhorar as imagens e para obter resultado mais preciso. Os meios de contrastes por microbolhas

em ultrassonografia constituem um novo recurso, capaz de avaliar a perfusão tecidual, que amplia o arsenal diagnóstico em

ultrassonografia. Eles foram desenvolvidos para potencializar o sinal de eco ultrassônico, melhorando a acurácia

diagnóstica em várias situações. O meio de contraste é injetado na circulação periférica, e em tempo real a varredura da

área afetada é avaliada em modo colorido. Quando o contraste perfunde a massa ou o órgão, a distribuição do fluxo

sanguíneo pode ser prontamente visibilizada. Regiões de necrose e isquemia podem ser identificadas. Em órgãos normais,

a fase arterial é imediatamente seguida pela fase venosa. Quando supostamente está se avaliando um tumor, a fase venosa é

com frequência significativamente maior, em virtude da natureza sinusoidal da vasculatura tumoral. As pesquisas e o uso

dos meios de contraste em ultrassonografia iniciaram­se em ecocardiografia. Atualmente, esse método tem sido utilizado

na investigação tanto da macrocirculação como da microcirculação, particularmente na vascularização tumoral.

Elastografia

Novo método de diagnóstico ultrassonográfico, não invasivo, utilizado na avaliação da elasticidade dos tecidos, por meio

de uma escala de cores, que diferencia tecido de consistência normal daquele de consistência aumentada. Sua principal

indicação, em Medicina, atualmente, reside na diferenciação dos nódulos benignos e cancerígenos da glândula tireoide e das

mamas, conjuntamente com avaliação de possíveis metástases em linfonodos axilares. Tem se mostrado um método com

alta especificidade, cujas lesões benignas costumam ser mais elásticas, enquanto as lesões malignas, mais rígidas. A

avaliação do fígado é outra grande indicação, permitindo o estadiamento não invasivo da hepatite crônica. Em Medicina

Veterinária, estudos iniciais estão sendo realizados, cujos resultados tendem a ser promissores.

Neoplasias do sistema esquelético

Sistema esquelético apendicular

Neoplasias ósseas primárias, como osteossarcoma, condrossarcoma, fibrossarcoma, hemangiossarcoma, lipossarcoma,

fibroma, osteocondroma são frequentemente observadas em pequenos animais. O osteossarcoma, neoplasia óssea primária

mais relatada em cães, comumente se desenvolve no esqueleto apendicular (75%), nas metáfises de ossos longos,

especialmente no rádio distal, no úmero proximal, no fêmur distal e na tíbia distal e proximal, e o restante ocorre no crânio

e no esqueleto axial (25%).

O exame radiográfico é o método auxiliar de diagnóstico que fornece informações acuradas e irrefutáveis sobre lesões e

doenças osteoarticulares. Entretanto é importante lembrar que somente componentes ósseos mineralizados do osso são

visibilizados no exame radiográfico. A descrição da lesão necessita de, pelo menos, duas projeções radiográficas

ortogonais centralizadas na região de interesse, com ângulo e posicionamento adequados e exposição radiográfica correta

(Figura 6.1). Por outro lado, a interpretação de lesões ósseas requer conhecimento de idade, raça e regiões mais comumente

afetadas.

O diagnóstico de neoplasia óssea baseia­se também no reconhecimento e na análise de estruturas com diferentes

radiopacidades, cujo grau varia em função de vários fatores, incluindo­se o número atômico da substância, a espessura do

tecido e a sobreposição de estruturas. Na prática veterinária, pode­se fazer o diagnóstico radiológico das lesões ósseas pela

visibilização e pela comparação de radiografias em análise.

Muitas vezes, é possível chegar a um diagnóstico definitivo de uma lesão óssea baseando­se somente nos sintomas, no

histórico e nos sinais radiográficos. Porém, devem­se avaliar todos os componentes do osso, incluindo osso subcondral,

epífise, fise, metáfise, diáfise, apófise, córtex e cavidade medular. Às vezes, pode ser difícil determinar se certa estrutura

está normal ou não. Nesses casos, aconselha­se a realização de radiografias do membro contralateral para comparação ou a

consulta de livros­texto ou atlas específicos. Entretanto, uma vez que o aspecto radiográfico não é patognomônico, a

biopsia apresenta papel importante no diagnóstico das neoplasias ósseas.

Figura 6.1 Imagem radiográfica dorsopalmar (A) e mediolateral (B) do carpo de um cão macho da raça Rottweiler, com 8

anos de idade, e neoplasia na região metafisária distal do osso rádio. Observa­se extensa lise óssea com destruição e

expansão medial (A) e dorsal (B) da cortical e uma longa zona de transição entre o tecido ósseo alterado e o tecido ósseo

normal.

O exame radiográfico é o método mais utilizado para o diagnóstico sugestivo de osteossarcoma apendicular canino.

Porém, uma vez que muitos distúrbios ósseos têm aspectos radiográficos semelhantes, um método lógico de avaliação é

verificar se a lesão é agressiva ou não agressiva (Figura 6.2). Sugerem­se parâmetros de avaliação de agressividade, como

localização das lesões, taxa de mudança no aspecto ósseo, modelo de destruição óssea, envolvimento das corticais,

características da margem de definição entre o osso normal e o osso anormal e neoformação periosteal. Todos esses

parâmetros podem ser determinados pela execução de radiografias seriadas. Além disso, podem­se utilizar os exames

radiográficos consecutivos para documentar a eficácia dos tratamentos prescritos.

No modelo de destruição do osso, a lise óssea tem, como aspecto radiográfico, a diminuição na opacidade. De 30 a 50%

do osso por unidade de área tem de ser destruído para que a lise seja visibilizada na radiografia. Quando a cortical do osso

é atingida, uma lesão óssea agressiva provoca lise parcial ou completa do córtex, com grande possibilidade de ocorrer

fratura patológica (Figura 6.3), além de se estender e envolver tecidos moles.

Uma vez que pode ocorrer reabsorção óssea endosteal e lise, novas camadas ósseas são depositadas na superfície

periosteal de forma compensatória, o que acarreta expansão do diâmetro ósseo.

Figura 6.2 Imagem radiográfica ventrodorsal da pelve (A) e mediolateral do fêmur (B) de dois cães machos adultos da raça

Rottweiler, ilustrando diferentes aspectos de agressividade da neoplasia. A. Aumento de volume de tecidos moles e lise

envolvendo a tuberosidade isquiática e o osso ísquio esquerdo. Esse aspecto representa uma lesão óssea de baixa

agressividade. B. A lise óssea, que envolve a região do acetábulo, do púbis, do ísquio e da cabeça, do cólon, do trocanter

maior e da metáfise proximal do fêmur, assim como a destruição de cortical, extensas áreas de periostites espiculadas e o

aumento de volume de tecidos moles com neoformação óssea caracterizam um processo neoplásico de alta agressividade.

Dependendo da natureza e da agressividade da lesão, podem aparecer reações periosteais de várias formas. Em geral,

quanto mais organizada a reação periosteal, maior a possibilidade de que a lesão seja benigna. Aquelas que parecem mais

ativas e menos organizadas são mais compatíveis com neoplasias ósseas.

Nas margens da elevação periosteal, a formação óssea frequentemente forma uma radiopacidade triangular, preenchendo

o espaço entre o periósteo fibroso e a superfície cortical normal adjacente. Essa nova formação óssea, denominada

triângulo de Codman, representa a elevação do periósteo em relação à superfície da cortical (Figura 6.4). O triângulo de

Codman, antes considerado fator indicador de neoplasia maligna primária, não é tão útil na caracterização de uma lesão

óssea, uma vez que pode também ser observado em doenças como hemorragia periosteal, cicatrização e infecção ósseas.

Figura 6.3 Imagens radiográficas mediolaterais seriadas do úmero de um cão macho adulto com neoplasia primária.

Observa­se extensa lise óssea na cabeça e no tubérculo maior do úmero. A cortical óssea dessas estruturas e do terço

proximal do úmero encontra­se destruída. A. Há reação periosteal e aumento de volume de tecidos moles B. A fragilidade

óssea causada pela agressividade da lesão neoplásica, com a elevação do grau de reabsorção óssea da cortical,

possibilitou a ocorrência de fratura patológica local.

Figura 6.4 Imagens radiográficas dorsopalmar (A) e mediolateral (B) do tarso de um cão adulto macho com neoplasia

primária na metáfise distal da tíbia. Observa­se lise óssea envolvendo a medula e a cortical óssea, aumento de volume de

tecidos moles e elevação do periósteo na região dorsodistal da tíbia, que caracteriza o triângulo de Codman.

A reação periosteal é classificada em lisa, irregular ou rendada, laminar ou com aspecto de cebola, radiada ou espiculada.

O padrão liso é compatível com lesões benignas, caracterizando­se por reação lisa e homogênea, com margens bem

definidas. O padrão rendado é caracterizado por uma nova formação óssea com margens pontiagudas que pode estar

presente na osteomielite, na osteopatia hipertrófica e nos tumores (Figura 6.5). O padrão laminar, incomum em neoplasia

óssea, apresenta a nova formação óssea periosteal depositada ao longo da diáfise do osso. O padrão radiado é caracterizado

por formação óssea periosteal pobremente demarcada e radiada da cortical (Figura 6.6). Está presente em tumores

malignos, assim como na cicatrização de fraturas com movimentação e na osteomielite ativa.

Na avaliação de alterações do periósteo, da cortical e da cavidade medular, é importante avaliar a extensão da zona

transicional entre o osso afetado e o osso normal. Margens mal definidas e com contorno irregular ou pouco visível, em

que a zona de transição entre o osso normal e o osso anormal pode ou não ser visibilizada, é característica de lesões

moderadamente agressivas. As lesões altamente agressivas apresentam­ se com margem danificada, sem distinção clara

entre o tecido ósseo normal e o tecido ósseo afetado, com um modelo de “mordido por traça” de destruição óssea na zona

de transição, a qual pode ser pequena ou extensa. Uma lesão agressiva de crescimento rápido tende a ter grande distância

entre o centro da lesão e a borda óssea normal. A extensão da reação periosteal tende a ser maior, e o triângulo de Codman

localiza­se à grande distância do centro da lesão.

Os tumores ósseos benignos têm margens bem demarcadas, com pequena zona de transição entre o osso normal e o

anormal, e não provocam reação periosteal, além de não invadirem os tecidos moles circunjacentes, embora possam

deslocá­los. Essas neoplasias apresentam aparência lisa, arredondada e radiopaca e são, com frequência, localizadas no

crânio.

Figura 6.5 Imagem radiográfica dorsopalmar (A) e mediolateral (B) do carpo de um cão macho, adulto, da raça Dogue

Alemão, com neoplasia primária na metáfise distal do osso rádio (osteossarcoma). Observa­se a reação periosteal

interrompida ou irregular, áreas radiolucentes intercaladas por espículas ósseas, aspecto permeativo da cortical e

coalescência.

Figura 6.6 Imagem radiográfica mediolateral do tarso de uma fêmea canina da raça Fila Brasileiro, 5 anos de idade, com

neoplasia primária (osteossarcoma) na metáfise distal da tíbia. Observa­se o padrão da reação periosteal caracterizado por

formação óssea pobremente demarcada e radiada da cortical.

Observa­se o condrossarcoma com mais frequência nas costelas, mas este pode surgir na escápula, na pelve ou no

crânio. O fibrossarcoma tem natureza osteoclástica e ocorre na metáfise de osso longo. Resulta em destruição lenta que se

estende por vasta área e pode invadir o espaço articular adjacente. A reação periosteal concomitante é mínima. O mieloma

múltiplo pode ocorrer como lesão isolada ou ser visualizado em vários locais, porém os ossos planos e as extremidades

dos ossos longos são os locais mais afetados. As lesões aparecem como áreas líticas nitidamente definidas sem qualquer

reação circunjacente.

Não há vantagem significativa na utilização da ultrassonografia em comparação à radiografia, entretanto a

ultrassonografia é de grande valia como guia para realizações de biopsias no tecido ósseo lesado, pois permite detectar as

áreas de osteólise secundárias à invasão neoplásica. Permite também avaliar reações periosteais, mineralização matricial,

níveis de fluido e destruição da cortical com fratura patológica secundária. O periósteo afetado aparece irregular e

hiperecoico, e as margens da cortical perdem seu aspecto liso, ondulado e normal. A osteólise da região cortical pode

aparecer de forma porosa, podendo­se evidenciar descontinuidade secundária à infiltração neoplásica ou fratura patológica.

Evidências ultrassonográficas de infiltração neoplásica a tecidos circunvizinhos podem fornecer informações prognósticas.

A ultrassonografia tem aplicabilidade reduzida nos casos de tumores ósseos predominantemente osteoblásticos, pela

incapacidade do som de penetrar na interface óssea.

Neoplasias articulares

O processo neoplásico mais comum que envolve uma articulação é o sarcoma de células sinoviais. Todavia, essa lesão é

incomum em cães e rara em gatos. Normalmente, ele é visualizado no cotovelo e no joelho de cães de médio e grande

porte. De natureza primariamente destrutiva ou osteolítica, com mínima reação periosteal, afeta os ossos em ambos os

lados da articulação. Podem­se visibilizar, radiograficamente, depósitos mineralizados no interior da massa tumoral. Como

as neoplasias articulares têm características ultrassonográficas inespecíficas, a ultrassonografia torna­se útil como guia de

aspirações diagnósticas de sinóvia proliferativa ou de lesões ósseas destrutivas.

Sistema esquelético axial

Crânio

É pouco frequente neoplasia primária dos ossos cranianos. Os cães idosos são mais afetados do que os gatos. O

osteossarcoma, tumor primário mais comum, pode afetar qualquer um dos ossos do crânio. Tem característica destrutiva,

em geral acompanhada de reação periosteal intensa. Se superficial, pode­se visibilizar grande aumento de volume de tecidos

moles adjacente. Além do osteossarcoma, podem­se observar, nos ossos do crânio, o fibrossarcoma, o condrossarcoma, os

osteomas, que têm como característica o aspecto denso e circunscrito, e o mieloma múltiplo.

Cavidade oral

Ao exame radiográfico da cavidade oral, podem­se observar aumento de volume de tecidos moles, ausência ou

deslocamento de dentes, áreas de calcificação, invasão e destruição óssea nos casos de neoplasia maligna, metástases em

linfonodos regionais e pulmonares.

Dentes

As neoplasias que acometem os dentes podem ter origem de elementos dentários ou ser secundárias a tumores de tecidos

moles ou ósseos adjacentes. São raros os tumores originários do epitélio laminar dental, como ameloblastoma, odontoma e

cementoma.

O ameloblastoma, neoplasia benigna de animais jovens, resulta em grande destruição óssea. Pode envolver um ou mais

dentes, ter aspecto sólido ou cístico e em geral apresenta massa de tecidos moles adjacente. O odontoma, também comum

em animais jovens, pode ser classificado em odontoma complexo (massa desorganizada com estruturas sem semelhança

dentária) e odontoma composto (massa contendo pequenas estruturas semelhantes a dentes/dentículos, com vários níveis de

diferenciação e formas frequentemente associadas a áreas radiolucentes). Normalmente, são líticos e têm bordas lisas e, em

geral, contêm quantidades irregulares de material calcificado.

O cementoma, proliferação benigna de cemento ou estruturas semelhantes, é visibilizado no exame radiográfico na região

do ápice radicular. Apresenta três estágios de desenvolvimento: área radiolucente ao redor do ápice radicular, semelhante a

uma lesão periapical; aparecimento de densidade radiopaca; e radiopacidade ocupando toda a lesão.

Cavidade nasal e seios paranasais

A neoplasia mais comum é o adenocarcinoma, porém são descritos fibrossarcoma, carcinoma de célula escamosa,

condrossarcoma e osteossarcoma.

Em geral, as neoplasias são mais destrutivas do que a infecção e podem invadir os ossos adjacentes. É relativamente

comum a invasão dos seios paranasais por neoplasias da cavidade nasal. No estágio inicial da doença, os exames

radiográficos podem apresentar aspectos similares aos de um processo infeccioso. O aumento da radiopacidade da cavidade

nasal e do seio frontal é, em geral, unilateral. Em estágios mais avançados, há opacidade radiográfica aumentada na metade

da passagem nasal afetada, como resultado da massa tumoral e da exsudação associada. Com frequência, o septo nasal

encontra­se deslocado ou erodido pelo tumor em crescimento e pode ocorrer destruição do padrão nasal com invasão dos

ossos adjacentes. Os ossos faciais podem exibir reação periosteal e, em associação a uma massa de tecido mole, resultar

em deformações faciais (Figura 6.7).

Baseando­se apenas nos sinais radiográficos, é impossível diferenciar infecção de neoplasia, pela semelhança em muitos

aspectos. Dessa forma, biopsias e culturas podem auxiliar no diagnóstico definitivo da lesão. A ultrassonografia pode ser

útil na identificação da região para a biopsia aspirativa com agulha fina.

Figura 6.7 Imagem radiográfica lateral oblíqua (A) e ventrodorsal (B) da cabeça de um cão macho, adulto, da raça

Rottweiler, com fibrossarcoma. A. Observa­se radiopacidade do seio frontal, aumento de volume de tecidos moles fora do

seio frontal e extensiva destruição da cortical do seio frontal direito. B. Nota­se a radiopacidade do seio frontal, do seio

maxilar e da passagem nasal direita, com calcificação difusa, e a destruição do arco zigomático direito.

Sistema auditivo

O tipo tumoral benigno mais comum é o osteoma, geralmente de dimensões pequenas, esclerótico e bem definido. O

osteossarcoma, neoplasia maligna mais comum nessa região, em geral apresenta reação periosteal agressiva.

Neoplasia no canal auricular, particularmente o carcinoma de célula escamosa e o adenocarcinoma, pode resultar em

destruição e proliferação óssea, envolver as bulas e o osso temporal, com extensão ocasional à articulação

temporomandibular. Essa forma de ocorrência é mais comumente encontrada em gatos do que em cães (Figura 6.8). Pode

ser identificada à radiografia como uma densidade de tecido mole obliterando o canal auricular normalmente preenchido por

ar. Em geral, há associado edema de tecido mole.

A osteopatia craniomandibular poderá causar alterações ósseas proliferativas nessa região que não devem ser

confundidas com neoplasia.

Coluna

As vértebras podem apresentar neoplasia primária ou metastática. Osteoma, condroma e osteocondroma são os tipos

tumorais considerados benignos que acometem essa região anatômica(Figura 6.9). Osteossarcoma, condrossarcoma,

fibrossarcoma e mieloma múltiplo são descritos como tumores malignos primários (Figura 6.10), e carcinoma (prostático,

mamário, pulmonar), sarcoma e linfossarcoma, como tumores metastáticos. Radiograficamente, a lise óssea que envolve a

cortical é o achado mais comum, porém pode ocorrer um aspecto proliferativo ou a combinação de ambos. Em geral, o

osteoma aparece no exame radiográfico com aspecto esclerótico e bem circunscrito, ao passo que o condroma demonstra

lesões expansivas e sem reação periosteal. Os osteocondromas, em geral em animais jovens, podem ser múltiplos e

envolver costelas, vértebras e ossos longos, os quais, em geral, apresentam corticais finas e ausência de reação periosteal.

Figura 6.8 Imagem radiográfica lateral­oblíqua (A) e ventrodorsal (B) da cabeça de uma fêmea felina, 5 anos de idade,

sem raça definida, com carcinoma de célula escamosa envolvendo o sistema auditivo direito. Observa­se otite crônica

bilateral, destruição da bula timpânica e do processo coronoide direito e aumento de volume de tecidos moles local com

neoformação óssea.

Figura 6.9 Imagem radiográfica lateral (A) e ventrodorsal (B) da coluna lombar de um cão macho, adulto, sem raça

definida, com osteocondroma. Observa­se aumento de volume de tecidos moles com calcificações amorfas, que envolve a

porção ventral e a face lateral esquerda dos corpos vertebrais L5, L6 e L7.

Figura 6.10 Imagem radiográfica lateral da coluna torácica de uma fêmea canina, 7 anos de idade, da raça Dogue Alemão,

com osteossarcoma. Observa­se aumento de densidade de tecidos moles e calcificação amorfa sobre o processo espinhoso

de T7, que se encontra praticamente absorvido, e de T8. Nota­se que a coluna de contraste positivo (mielografia) encontrase bloqueada dorsalmente ao terço médio de L7, o que caracteriza o comprometimento do canal medular pelo processo

neoplásico presente no corpo dessa vértebra.

Uma lesão metastática pode invadir o corpo vertebral e aparecer como uma área radiolucente na vértebra, possivelmente

acompanhada de proliferação óssea, além do possível aumento de volume de tecidos moles. Tumores metastáticos em

espaço intervertebral, comumente carcinomas, podem ter aspecto radiográfico semelhante ao do discoespondilite. Os

adenocarcinomas prostático e mamário produzem, com frequência, metástase no corpo vertebral de L5, L6 ou L7, na região

do sacro e da pelve ou dos fêmures. A reação periosteal envolvendo o aspecto ventral do corpo vertebral acometido é

facilmente identificada no exame radiográfico. A destruição óssea pode ocasionar colapso do espaço intervertebral

adjacente (Figura 6.11).

Nesses casos, pode haver dificuldade para determinar a origem da lesão do ponto de vista radiográfico. Assim, se a

metástase advier dos linfonodos sublombares, estes possivelmente estarão aumentados e visíveis à radiografia.

Figura 6.11 Imagem radiográfica lateral da coluna toracolombar de uma fêmea, 12 anos de idade, da raça Pastor­alemão,

com adenocarcinoma metastático de origem mamária em L1. Observa­se lise óssea envolvendo a cortical do corpo

vertebral. A destruição óssea proporcionou o colapso do espaço intervertebral com os corpos verte­brais adjacentes.

Neoplasias da medula espinal podem causar alterações no espaço subaracnóideo, as quais são demonstradas na

mielografia. Essas alterações podem ser intramedulares, como no astrocitoma, ou extramedulares/intradurais, como no

meningioma, e nem sempre é possível a diferenciação. O canal medular ou o forame intervertebral pode estar aumentado

(Figura 6.12).

Costelas

São pouco frequentes neoplasias em costelas, e o condrossarcoma é mais comum que o osteossarcoma. Em geral, esses

tumores desenvolvem­se próximos da junção costocondral e são mais intratorácicos do que extratorácicos. As costelas

podem estar envolvidas em uma extensão de um tumor de tecido mole adjacente ou ser o local de lesões metastáticas. A

destruição óssea é característica, observando­se, às vezes, as exostoses cartilaginosas múltiplas. Podem­se identificar

massas intratorácicas extrapleurais ao exame radiográfico como massas de tecidos moles simétricas e com bordas côncavas

bem definidas ao longo da margem interna das costelas (Figura 6.13). Não raramente podem estender­se ao espaço pleural.

Pode ocorrer, eventualmente, efusão pleural.

Ao exame ultrassonográfico, a face lateral da costela é identificada com uma linha hiperecoica lisa com forte sombra

acústica posterior. Massas de costelas ou aquelas envolvendo a parede torácica podem ser avaliadas de acordo com o

envolvimento tecidual e o grau de extensão em direção ao interior da cavidade torácica. Comumente, essas massas contêm

ecogenicidade e ecotextura mistas e algumas vezes há cavitação. Focos mineralizados, caracterizados por áreas

hiperecoicas, estão associados ao sombreamento acústico.

Figura 6.12 A e B. Imagem radiográfica de mielografia em projeção lateral direita da coluna lombar de um cão macho,

adulto e sem raça definida, que ilustra o deslocamento abaxial da coluna dorsal e ventral de contraste causado por

neoplasia intramedular (sem diagnóstico histológico).

Figura 6.13 Imagem radiográfica ventrodorsal do tórax de uma fêmea canina, 15 anos de idade, da raça Rottweiler, com

neoplasia de costelas. Observa­se a destruição, junto às articulações costocondrais, da 5

a e 6

a costelas do hemitórax

esquerdo e o ângulo obtuso que a massa forma com a pleura parietal, o qual produz denteação na pleura visceral.

Esterno

São raras as neoplasias que acometem o esterno, podendo causar alterações na opacidade e no formato. O deslocamento da

cartilagem costocondral adjacente e o aumento focal ou difuso da opacidade intercostal podem acompanhar o processo

tumoral.

Neoplasias do pescoço

Faringe

Pode­se avaliar essa região anatômica por meio de inspeção direta, mas as radiografias podem demonstrar neoplasias

(Figura 6.14). O exame por ultrassonografia da faringe, o qual pode auxiliar no diagnóstico de neoplasias, é feito com o

animal consciente. Em geral, visibilizam­se massas sólidas, como estruturas heterogêneas e hipoecoicas distorcendo as

margens do lume normal da faringe e, às vezes, causando compressão luminal ou obstrução parcial. Muitos tumores

originam­se das amígdalas; outros são carcinomas de parede da faringe, da epiglote ou da laringe.

Traqueia

São raras as neoplasias da traqueia. Condroma é a neoplasia benigna mais comum; carcinoma de células escamosas, a

neoplasia maligna mais frequente. Osteossarcoma e adenocarcinoma também já foram relatados.

Figura 6.14 Imagem radiográfica lateral direita da região da garganta de um cão macho, adulto e sem raça definida, que

ilustra a presença de massa de tecido mole, neoplasia, na orofaringe, e obstrução parcial da nasofaringe.

Radiograficamente, um defeito irregular ou uma massa pode estar presente na superfície intraluminal da traqueia e ser

visibilizado por causa do ar que o circunda. A utilização de meio de contraste é útil na diferenciação entre massas intra e

extraluminais. Este meio de contraste demonstrará a integridade da mucosa ou sua ausência. Entretanto, a endoscopia tem

substituído o estudo radiográfico contrastado, muitas vezes sendo necessária no diagnóstico dessa lesão. Pode­se avaliar a

traqueia pela ultrassonografia, mas esta não substitui o exame radiográfico nem a endoscopia.

Tireoide

As neoplasias mais comuns são os adenomas e os carcinomas. Os adenomas tireoidianos funcionais envolvem, às vezes,

ambos os lobos da glândula e são as causas mais comuns de hipertireoidismo nos gatos.

Radiograficamente, tumores de tireoide são visibilizados como massa de tecidos moles em região retrofaríngea, em geral

causando deslocamento ventral da traqueia na projeção lateral. Na projeção ventrodorsal ou dorsoventral, visibiliza­se um

segmento do trajeto traqueal deslocado lateralmente (Figura 6.15).

O exame ultrassonográfico da tireoide é útil para confirmar o envolvimento dessa glândula na presença de massa

palpável na região cervical ventral, além de determinar a distribuição anatômica do tecido tireóideo anormal. Os lobos

tireóideo afetados apresentam­se com seu tamanho aumentado, bem margeados, com ecogenicidade reduzida e padrão

parenquimatoso, com textura homogênea ou mista. Alguns lobos tireóideos desenvolvem formato tubular, tornando­se

particularmente grandes no eixo curto ou transversal. Em alguns casos, infiltrados nodulares distintos são circundados pelo

parênquima tireóideo de aparência mais normal, ao passo que, em outros, todo o lobo pode estar afetado. As margens das

glândulas podem tornar­se lobuladas, podendo­se desenvolver lesões císticas solitárias ou multicavitárias dentro do

parênquima (Figura 6.16).

Figura 6.15 Imagem radiográfica lateral direita (A) e ventrodorsal (B) da região cervical de uma fêmea canina, 8 anos de

idade, sem raça definida, com carcinoma de glândula tireoide. A. Observa­se aumento de volume de tecidos moles na

região retrofaríngea e deslocamento ventral da traqueia. B. A traqueia, no seu segmento cervical, encontra­se deslocada

lateralmente (seta).

Nos casos de adenomas, o exame ultrassonográfico demonstra dimensões aumentadas, contornos definidos, aspecto

hipoecogênico com parênquima homogêneo tendendo a heterogêneo. Formações nodulares isoladas também podem ser

visibilizadas.

Os carcinomas da tireoide são, em geral, grandes massas unilaterais, de margens insuficientemente definidas, ecotextura

mista, ecogenicidade geralmente inferior à do tecido tireóideo normal, invasivas e de crescimento rápido, que podem levar

à alteração anatômica significativa da glândula e obstrução das vias respiratórias superiores. A invasão tecidual local é

significativa e pode acometer também as veias jugulares, as artérias carótidas comuns e o esôfago. Com frequência,

causam metástases para os linfonodos regionais.

Figura 6.16 Ultrassonografia da glândula tireoide de um cão macho, 5 anos de idade, da raça Boxer, com histórico de

linfoma. A tireoide apresenta­se com seu tamanho aumentado, contornos definidos, parênquima com ecotextura

heterogênea, ecogenicidade mista e área hipoecogênica bem definida entremeada.

A aspiração com agulha fina associada à ultrassonografia é um método preciso para o diagnóstico definitivo. Portanto,

deve­se levar em consideração a tendência de essas lesões apresentarem hemorragias profusas, pelo grande aporte

sanguíneo local.

Glândulas salivares

As glândulas salivares dos cães e dos gatos incluem glândula parótida, mandibular, sublingual e zigomática. É condição

rara o adenocarcinoma das glândulas mandibular ou parótida, às vezes, encontrado em cães e gatos idosos. A sialografia

pode possibilitar a identificação de uma glândula salivar e distingui­la de uma massa adjacente e possíveis deslocamentos

das estruturas pelo tumor. Pode estar presente lise óssea adjacente.

As neoplasias de glândulas salivares não apresentam um padrão à ultrassonografia. Entre as glândulas salivares, a

mandibular apresenta acesso mais fácil ao exame ultrassonográfico. Em seres humanos, os adenomas são caracterizados

como massas sólidas, hipoecogênicas em comparação ao tecido salivar normal, com ecotextura levemente heterogênea e

margens bem definidas. Os carcinomas são heterogêneos, com bordas mal definidas e ecogenicidade reduzida. A

linfonodopatia regional ipsilateral concomitante torna­se um achado significativo na diferenciação entre doença benigna ou

maligna.

Neoplasia pulmonar e da cavidade torácica

Para muitos radiologistas experientes, duas projeções radiográficas, uma perpendicular à outra, são suficientes para avaliar

a cavidade torácica. Entretanto, para a avaliação de neoplasias primárias e metástases, algumas vezes faz­se necessária a

realização de três diferentes projeções radiográficas. Projeções laterais esquerdas e direitas devem ser adicionais às

projeções ventrodorsal ou dorsoventral. Os lobos pulmonares em projeções laterais, por ação da gravidade, encontram­se

comprimidos. A ausência de aeração desses lobos, seguida pela perda de contraste radiográfico, pode impedir a

visibilização, por parte do radiologista, de alterações significativas. Os lobos pulmonares não dependentes e normalmente

mais bem arejados permitem interpretações mais acuradas das anormalidades pulmonares, uma vez que há intensificação do

contraste entre o ar e os tecidos moles. Dessa forma, as chances de visibilizar pequenos nódulos são maiores ao se

executarem incidências em decúbito lateral direito e esquerdo, porque as lesões pequenas são mais bem visibilizadas no

pulmão mais elevado. Isso ocorre porque em decúbito lateral o lobo pulmonar pendente não infla bem e, portanto, o

contraste no seu interior está diminuído.

A gordura abdominal causando compressão da caixa torácica e as projeções radiográficas obtidas durante a expiração

também diminuem o contraste radiográfico pulmonar. Esse problema pode ser solucionado reduzindo­se a quilovoltagem

(kVp) e aumentando­se a miliamperagem­segundo (mAs), além de realizar exposições radiográficas durante a inspiração.

Durante a análise de radiografias do tórax para a presença de neoplasias, a incerteza sobre a idade, a raça, o grau de

obesidade, a presença de um simples nódulo ou massa (p. ex., mamilo) e os diferentes tipos de padrão pulmonar podem,

muitas vezes, induzir a um erro de interpretação. Opacidades sobrepostas, como mamas ou vasos sanguíneos visibilizados

frontalmente, não devem ser confundidas com massas tumorais.

Achados radiográficos negativos não excluem a possibilidade de que metástases estejam presentes. Doença metastática

que se estende por uma vasta área pode estar presente, embora as radiografias torácicas pareçam normais. Isso ocorre nos

casos em que as lesões são menores do que o tamanho sobre o qual elas lançam uma sombra visível, provavelmente por

terem um diâmetro menor que 5 mm.

Observam­se metástases pulmonares com mais frequência do que as neoplasias pulmonares primárias. Diferentemente

das neoplasias primárias, as metástases pulmonares, amplamente distribuídas, normalmente crescem no espaço intersticial

sem destruírem ou invadirem as vias respiratórias, produzindo padrão nodular típico de nódulos solitários ou múltiplos,

bem circunscritos, e, às vezes, áreas de calcificações. As metástases de osteossarcomas com frequência exibem grandes

opacidades circulares, com aspecto de “bala de canhão”. A metástase miliar tem aspecto radiográfico similar ao da

pneumonia fúngica, dificultando o diagnóstico (Figura 6.17). As metástases a partir de adenocarcinoma de glândula

mamária exibem nódulos pequenos, múltiplos, nitidamente definidos e amplamente distribuídos (Figura 6.18). Osteomas

pulmonares não devem ser confundidos com metástases.

Quase todas as neoplasias primárias pulmonares são carcinomas. Assim como as neoplasias costais, mediastinais ou

pleurais, as pulmonares primárias são comumente massas grandes e têm a possibilidade de apresentar pequenas metástases

em todo o pulmão (Figura 6.19). Carcinomas e linfossarcomas pulmonares também podem apresentar padrão nodular com

margens bem circunscritas. Em gatos, o carcinoma broncogênico pode apresentar­se como uma lesão amorfa não

circunscrita.

Dependendo da localização da massa e da sua proximidade com a caixa torácica, podem­se obter imagens

ultrassonográficas por meio de uma janela acústica intercostal. Com frequência, o tecido neoplásico pulmonar é sólido e

homogêneo. Massas neoplásicas que resultam em necrose podem ter aspecto mais complexo. Se o tumor for cavitário,

áreas anecoicas circundadas por uma cápsula ou parede espessa e hiperecoica poderão ser identificadas no interior da massa

neoplásica. Essas cavitações, todavia, são difíceis de serem diferenciadas de abscessos ou doença inflamatória. Focos

altamente ecogênicos com sombra acústica suja ou reverberação podem indicar gás dentro da massa.

A biopsia aspirativa com agulha fina ou biopsia Tru­cut são técnicas úteis na confirmação do diagnóstico.

Mediastino

É o espaço entre os sacos pleural esquerdo e direito, que pode ser dividido anatomicamente nas porções cranial, medial

(cardíaca) e caudal. Massas no mediastino cranial, ao deslocarem o pulmão, produzem aumento da densidade torácica.

Comumente localizadas na região ventral do tórax, essas massas podem obscurecer a margem da silhueta cardíaca. Se

forem muito grandes, essas massas podem deslocar a traqueia dorsalmente e, normalmente, à direita da linha média. O

lume da traqueia pode estar comprimido e sua bifurcação, assim como a silhueta cardíaca, estará deslocada

dorsocaudalmente.

Figura 6.17 Imagem radiográfica lateral­direita do tórax de um cão macho, adulto, sem raça definida, com metástase

pulmonar miliar decorrente de osteossarcoma.

Figura 6.18 Imagem radiográfica lateral­direita do tórax de uma fêmea canina, adulta, sem raça definida, com metástase

pulmonar decorrente de neoplasia mamária. Observa­se a presença de múltiplos nódulos bem demarcados no parênquima

pulmonar.

Linfonodopatia esternal ou massas na área dos linfonodos esternais podem produzir densidade de tecido mole no

mediastino cranial ventral. Essas massas apresentam margem dorsal tipicamente convexa e estão localizadas sobre a

segunda ou a terceira esternébra. A evidência de margens irregulares ou a alteração no contorno são sinais específicos da

presença de massas mediastinais. Em projeções radiográficas ventrodorsais, o alargamento do mediastino pode estar

presente em ambos os lados da coluna vertebral, confundindo­se com a silhueta cardíaca. A traqueia pode estar desviada

para a direita ou para a esquerda, dependendo da origem da massa (Figura 6.20).

Massas na porção medial do mediastino, causando compressão ou desvio de traqueia ou de brônquios, normalmente

envolvem os linfonodos mediastinal e traqueobrônquico. Massa na região caudal do mediastino com frequência tem origem

no esôfago. O esofagograma ajuda no diagnóstico diferencial, assim como na presença de massas e de hérnias

diafragmáticas.

Pode­se utilizar a ultrassonografia para analisar a natureza e a extensão da massa mediastinal diagnosticada

radiograficamente. A visibilização depende da localização e do tamanho da massa ou da disposição de uma janela acústica

ideal para a varredura eletrônica. Embora a gordura não permita imagens de alta qualidade, esta pode proporcionar janela

acústica em alguns casos. Podem­se analisar o mediastino cranial por meio da janela acústica intercostal­paraesternal, o

mediastino médio, pela janela cardíaca, e o mediastino caudal, pela janela intercostal ou hepática. Massas arredondadas e

distintas, predominantemente hipoecoicas, com margem e área central mais hiperecogênicas, são típicas de linfoma. Em

gatos, é comum a efusão pleural. Algumas vezes, o padrão pode ser mais variável e estender­se caudal e cranialmente para

circundar o coração. Massas ecogênicas mistas poderão ser visualizadas nos sarcomas ou no timoma indiferenciados. Os

timomas são, em geral, bem margeados e deslocam o pulmão e o coração à medida que eles se estendem dorsal e

cranialmente (Figura 6.21).

Figura 6.19 Imagem radiográfica lateral­direita (A) e ventrodorsal (B) do tórax de uma fêmea canina, 10 anos de idade,

sem raça definida, com tumor pulmonar primário (carcinoma broncogênico), localizado no lobo pulmonar caudal direito e

com metástase no lobo médio esquerdo.

Figura 6.20 Imagem radiográfica lateral­direita (A) e ventrodorsal (B) do tórax de um cão macho, 10 anos de idade, da raça

Boxer, com linfoma no mediastino cranial ventral. A. Observa­se deslocamento dorsal da traqueia e sobreposição da massa

neoplásica com a silhueta cardíaca. B. O alargamento do mediastino, em ambos os lados da coluna vertebral, confunde­se

com a silhueta cardíaca.

Aspiração com agulha fina e biopsia Tru­cut guiadas por ultrassom são rotineiramente realizadas em massas

mediastinais para diagnósticos definitivos.

Massa pleural e extrapleural

Neoplasia pleural pode ser primária ou de origem metastática. Essas massas podem apresentar densidade semelhante à de

fluido encapsulado, estender­se ao longo da parede torácica e também comprimir o pulmão. Quando localizada fora da

pleura, como na neoplasia da caixa torácica, pode haver destruição das costelas. Os sinais radiográficos são compostos de

lises ósseas, expansão ou proliferação periosteal em uma costela, mais frequentemente localizada próximo da articulação

costocondral (ver Figura 6.13). Há, comumente, aumento de volume de tecidos moles, e pode ser observado estendendo­se

para o exterior ou para o interior do tórax ou da cavidade abdominal, como massa extrapleural. Pode haver efusão pleural

quando a massa neoplásica estende­se pela pleura parietal. É desafiador definir se uma massa pleural periférica é de origem

pulmonar ou pleural, pela radiografia. A ultrassonografia pode auxiliar facilmente nessa determinação, uma vez que o não

movimento da massa durante a fase respiratória indica ser esta de origem pleural parietal.

Coração

A neoplasia cardíaca é rara em cães e incomum em gatos. Hemangiossarcoma do átrio direito, no Pastor­alemão, e

neoplasias do corpo aórtico, em cães braquicéfalos com idade avançada, são neoplasias primárias caninas comumente

encontradas. Tumores primários, em felinos, incluem mesotelioma e quimiodectoma (tumor da base do coração),

geralmente acompanhados de efusão pericárdica. O quimiodectoma localiza­se preferencialmente entre a aorta e o átrio

esquerdo ou na via de saída do ventrículo direito.

As neoplasias cardíacas metastáticas são mais frequentes nos gatos. Em nossa rotina clínica, todavia, a neoplasia

cardíaca, nos cães, geralmente está associada a linfomas, principalmente quando localizada na base do coração (Figura

6.22). Radiografias torácicas podem revelar cardiomegalia ou efusão pericárdica associada a tamponamento cardíaco.

Massas, quando observadas, localizam­se comumente na área do átrio direito e na base do coração, podendo deslocar a

traqueia ou o esôfago dorsalmente. Na incidência dorsoventral, a traqueia desloca­se à direita. A massa pode simular

linfonodos mediastinais aumentados. A pneumopericardiografia e a angiografia, seletiva ou não seletiva, contribuem para o

diagnóstico dessas neoplasias. A ecocardiografia tornou­se o procedimento mais valioso de diagnóstico para a identificação

de neoplasias cardíacas em cães e gatos (Figura 6.23). A efusão pericárdica melhora a visibilização do coração, facilitando

a identificação de estruturas normais (p. ex., gordura pericárdica ou periaórtica) e anormais, o que permite a localização de

pequenas lesões em massas. A projeção paraesternal direita, em corte longitudinal e transversal, auxilia na identificação de

massas auricular ou atrial direita. Estas podem se projetar para dentro do espaço pericárdico, para a câmara atrial direita ou

se estender para outras áreas da base cardíaca ou do pericárdio. Comumente, os hemangiossarcomas apresentam áreas

hipoecoicas com aspecto mosqueado ou de “queijo suíço”. Com frequência, invadem o lume atrial direito. Os tumores da

base do coração, em comparação aos hemangiossarcomas, tendem a aparecer como estruturas de tecido mole, homogêneas

e sem áreas hipoecoicas. Normalmente, o linfoma de base do coração apresenta aspecto semelhante, associado à efusão

pericárdica. Tumores da tireoide ou paratireoide podem aparecer na via de saída do ventrículo direito ou no átrio esquerdo.

Figura 6.21 Imagem radiográfica lateral­direita (A) e ventrodorsal (B) do tórax de uma fêmea canina, 7 anos de idade, da

raça Boxer, com timoma. A. Observa­se deslocamento dorsal da traqueia e caudal da silhueta cardíaca. B. O timo estendese do mediastino cranial para o interior do tórax cranial esquerdo.

Figura 6.22 Imagem radiográfica lateral­direita obtida na apresentação de um cão macho, adulto, sem raça definida, com

linfoma no átrio direito (A) e depois do tratamento com quimioterápico (B). A. Observa­se massa de tecido mole

sobrepondo­se à silhueta cardíaca direita e o deslocamento dorsal da traqueia. B. Redução do volume da massa, que

mimetiza metástase pulmonar, após o tratamento clínico com quimioterápico (seta).

Neoplasias da cavidade abdominal

A radiografia abdominal tem como objetivo detectar lesões infiltrativas ou de discretas massas neoplásicas no interior de

um órgão ou da cavidade abdominal. Em geral, não se identificam discretas massas neoplásicas no interior do parênquima

de um órgão. O único indício de que há massa neoplásica no interior de um órgão é o aumento de volume ou a

irregularidade no contorno. Esse aspecto, denominado “fenômeno de iceberg”, representa a visibilização de uma pequena

porção da massa na superfície, ao passo que grande parte da massa encontra­se implantada no interior do órgão. Pode­se

observar esse fenômeno em fígado, baço e nos rins. A presença de gordura, ar e neoformação óssea no núcleo de uma

neoplasia facilita radiograficamente sua identificação.

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