N2: metástase em dois ou três linfonodos regionais ou metástase regional intralinfática

N2a: somente metástase nodal microscópica

N2b: metástase nodal macroscópica

N2c: metástase em trânsito ou metástase satélite sem metástase nodal regional

N3: metástase em quatro ou mais linfonodos regionais, ou linfonodos regionais metastáticos confluentes, ou

metástase satélite ou em trânsito com metástase em linfonodo(s) regional(is)

Nota: metástase satélite são ninhos ou nódulos tumorais (macro ou microscópicas) distanciado até 2 cm do tumor

primário. A metástase em trânsito acomete a pele ou o tecido subcutâneo com distância maior que 2 cm do tumor

primário, mas sem ultrapassar os linfonodos regionais

• Metástase a distância (M)

MX: presença de metástase a distância não pode ser avaliada

M0: ausência de metástase a distância

M1: metástase a distância

M1a: pele, tecido subcutâneo ou linfonodo(s), além dos linfonodos regionais

M1b: pulmão

M1c: outras localizações ou qualquer localização com desidrogenase láctea (LDH) sérica elevada.

Tratamento

A opção terapêutica de escolha é a remoção cirúrgica radical, respeitando as margens cirúrgicas, pois o melanocitoma não

pode ser diferenciado clinicamente do melanoma. Caso a remoção cirúrgica total não seja possível, as opções adjuvantes de

tratamento são a radioterapia, a hipertermia local, a cisplatina intralesional e a terapia fotodinâmica.

Alguns autores observaram que a taxa de cura após a excisão cirúrgica completa do melanoma foi de 35%. Mesmo

apresentando resultados não tão impressionantes, a remoção cirúrgica com margens limpas constitui a opção terapêutica

para a maioria dos casos. Recomenda­se a quimioterapia antineoplásica no pós­operatório, principalmente nos casos em

que as lesões localizam­se na extremidade dos membros ou na cavidade oral, a fim de diminuir a taxa de recidiva ou de

metástase. Pode­se utilizar a cisplatina (50 a 70 mg/m

2

IV, a cada 21 dias, de 4 a 6 sessões) ou a carboplatina (250 a 300

mg/m

2

IV, a cada 21 dias, de 4 a 6 sessões). Nos EUA, há a opção da imunoterapia para os casos de melanoma oral em

estágios avançados, que consiste em uma vacina com DNA ortólogo (Oncept®, Merial), que advém de diferentes espécies,

atuante sobre a tirosinase, uma glicoproteína melanossomal necessária para a síntese de melanina e que é muito expressa

nos melanomas. Os cães recebem 4 aplicações a cada 2 semanas e um reforço em 6 meses, o que torna o tratamento

extremamente dispendioso.

Prognóstico

O prognóstico do melanocitoma é considerado bom, em virtudade de seu comportamento benigno. Entretanto, deve­se

considerar a possibilidade de progressão e diferenciação para o melanoma. Já o prognóstico do melanoma é ruim, em razão

das altas taxas de recidiva e de desenvolvimento de metástase.

Perspectivas futuras

Recentemente, Gillard et al.

6

, comparando tumores melanocíticos caninos e humanos, encontraram aspectos clínicos,

morfológicos e genéticos semelhantes entre ambas as espécies, demonstrando que as variantes caninas representam tipos

raros em humanos, muitas delas de ocorrência infantojuvenil. Estudos comparativos permitirão aprofundar o entendimento

de doenças raras em humanos.

Tumores fibroepiteliais

Pólipo/placa fibroepitelial

Os pólipos/placas fibroepiteliais são lesões hiperplásicas relativamente comuns em cães e no homem (Figuras 26.13 e

26.14). Ademais, podem ocorrer em gatos, embora com menor frequência. Em dois estudos nacionais, o pólipo

fibroepitelial representou 0,1 e 0,4% de todos os tumores cutâneos analisados. A etiologia é desconhecida; entretanto,

acredita­se que o trauma constante e as piodermites profundas possam estar relacionados com a origem. Não há

predisposição sexual. Porém, raças de porte grande e gigante aparentam predileção. Os pacientes acometidos são de meiaidade a idosos.

Sinais clínicos e comportamento biológico

As lesões caracterizam­se por massas únicas ou múltiplas, polipoides ou filiformes, pequenas (menores que 1 cm), que,

quando reunidas, formam placas. Ocorrem espessamento da epiderme, alopecia e hiperpigmentação. Pode haver ulceração

das lesões, induzida por autotraumatismo ou por fricção. Geralmente, as lesões são observadas no tronco, mas podem

ocorrer nos pontos de pressão, membros e esterno.

Figura 26.13 Pólipo fibroepitelial em cão. Imagem cedida por Alexandre Pasternak.

Figura 26.14 Pólipo fibroepitelial em cão. Hematoxilina­eosina, 10 ×. Imagem cedida por Leonardo Dourado Costa.

Diagnóstico citopatológico

A CAAF não é elucidativa nos pólipos fibroepiteliais, uma vez que sua composição colagenosa ou fibrovascular

predominante impede a esfoliação celular adequada.

Diagnóstico histopatológico

A análise histopatológica é o método diagnóstico de eleição. Os pólipos fibroepiteliais são representados por um cerne de

fibras colágenas maduras, similar à derme normal, porém com aumento variável na quantidade de vasos sanguíneos e

ausência de anexos cutâneos. A epiderme que recobre o pólipo apresenta hiperplasia digitiforme, hiperceratose e

melanização. Alguns pólipos podem ainda apresentar erosões e ulcerações, acompanhadas de inflamação do cerne do

pólipo.

O diagnóstico clínico e histopatológico é simples e direto na maioria dos casos. Entretanto, pólipos com alta

vascularização precisam ser diferenciados de fibromas polipoides, hemangiomas e linfangiomas.

Marcadores diagnósticos e/ou prognósticos

Não se aplica.

Estadiamento

Não se aplica.

Tratamento

A remoção cirúrgica dos pólipos ou placas é recomendada por ser curativa.

Prognóstico

O prognóstico é excelente.

Tumores dos anexos cutâneos

Neoplasias das glândulas sudoríparas apócrinas e écrinas

As glândulas sudoríparas em cães e gatos são divididas em apócrinas e écrinas (merócrinas). As glândulas apócrinas

apresentam morfologia tubular espiralada e representam a maioria das glândulas sudoríparas em cães e gatos.

Normalmente, abrem­se no infundíbulo folicular, sendo denominadas também glândulas epitriquiais. As glândulas écrinas

ou atriquiais (merócrinas) estão localizadas exclusivamente na derme profunda e no subcutâneo dos coxins (órgãos

digitopressores). Ambas são compostas por unidades secretória e ductal.

As neoplasias de glândulas sudoríparas, segundo estudos, são responsáveis por 2% e 3,6% de todos os tumores cutâneos

em cães e gatos, respectivamente (Figura 26.15).

Figura 26.15 Cão, sem raça definida, acometido por carcinoma apócrino. Nota­se extensa área de ulceração. Imagem

cedida por Paulo C. Jark.

O cistadenoma apócrino (sinonímia: hidradenoma de glândula sudorípara, hidrocistoma apócrino) é uma neoplasia

benigna das glândulas sudoríparas, incomum em cães e rara em gatos (Figura 26.16). Pacientes das raças Great Pyrenees,

Chow­chow, Malamutes, Old English Sheepdog e Persa apresentam predisposição. Alguns autores suspeitam de base

hereditária em gatos das raças Himalaia e Persa. A maioria dos pacientes são de meia­idade a idosos.

O adenoma secretório apócrino (sinonímia: adenoma de glândula sudorípara, adenoma de glândula sudorípara epitriquial)

é uma neoplasia benigna relatada em cães e gatos, originária da porção secretória da glândula, representando 1,7% de todos

tumores cutâneos em cães e até 2,9% dos casos em felinos. As raças Great Pyrenees, Chow­chow, Malamutes e Old

English Sheepdogs são predispostas. Entretanto, não há predisposição racial em felinos. Gatos entre 11 e 12 anos e cães

com 9 anos apresentam maior prevalência.

O adenoma ductular apócrino (sinonímia: adenoma ductular de glândula sudorípara, adenoma basaloide de glândula

sudorípara, hidradenoma nodular) é uma neoplasia benigna originária da porção ductular das glândulas sudoríparas.

Habitualmente, é dividido em clássico e variante sólido­cística. Em cães, ocorrem com uma frequência de 0,3% dos

tumores cutâneos e em gatos, 14%. A taxa de incidência por faixa etária é similar à dos adenomas secretórios apócrinos.

Não há predisposição racial em gatos. Já os cães das raças Pitbull, Old English Sheepdog e English Springer Spaniel

apresentam marcada predisposição.

Os adenocarcinomas secretórios apócrinos (sinonímia: adenocarcinoma de glândula sudorípara, adenocarcinoma

epitriquial) são neoplasias malignas incomuns, representando de 0,6 a 2,2% dos tumores cutâneos em cães e de 2,5 a 3,6%

em gatos. Acometem com frequência pacientes idosos. As raças Coonhounds, Norwegian Elkhounds e Siamês apresentam

predisposição.

Alguns trabalhos relatam prevalência de 0,6 a 0,7% para os adenomas e 0,7 a 4,4% para os adenocarcinomas apócrinos

em cães. Entretanto, não há subclassificação dentro da categoria.

Figura 26.16 Cistadenoma apócrino nodular em cão. Imagem cedida por Alexandre Pasternak.

Sinais clínicos e comportamento biológico

Em cães, os cistadenomas apócrinos se manifestam como nódulos únicos, de 1 a 4 cm de diâmetro, podendo ser maiores.

Nos gatos, costumam ser menores que 1 cm. A derme sobrejacente se apresenta atrófica e há alopecia. Em poucos casos,

observa­se ulceração. Um tom de azul pode ser visto na superfície da pele e pequenos cistadenomas podem conter uma

secreção clara ou amarronzada, de aspecto gelatinoso. Acomete mais cabeça, pescoço e a região dorsal do tronco. Já foram

descritos múltiplos cistadenomas nas pálpebras e nos condutos auditivos de gatos das raças Persa e Himalaia.

Os adenomas apócrinos secretórios são nódulos dérmicos circunscritos, firmes ou flutuantes, geralmente únicos. São

nódulos pequenos, que não ultrapassam 4 cm de diâmetro. A derme sobrejacente mostra­se alopécica e a ulceração das

lesões é comum. As lesões ocorrem, em cães, na cabeça, no pescoço e na região dorsal; já em gatos, na região da cabeça.

Os adenomas apócrinos ductulares, por sua vez, apresentam­se como massas pequenas únicas, circunscritas,

multinodulares e localizadas no tecido subcutâneo profundo. Pode ocorrer alopecia, porém a ulceração é infrequente e a

distribuição é observada no tronco, nos membros e na cabeça dos cães, e na cabeça e no pescoço dos gatos.

Já os adenocarcinomas apócrinos secretórios se manifestam como nódulos solitários, circunscritos, com diâmetro de até

10 cm em cães e 3 cm em gatos, podem ser flutuantes ou firmes em virtude da presença de tecido cartilaginoso ou ósseo.

Pode haver alopecia e ulceração. Em cães, a maioria dos adenocarcinomas apócrinos acomete os membros. Já nos gatos, na

cabeça (especialmente lábio inferior e queixo), no abdome e nos membros.

Diagnóstico citopatológico

A literatura é escassa e controversa no que se refere às características citopatológicas dos tumores de glândulas sudoríparas

em cães e gatos.

Em geral, as amostras apresentam células arredondadas agrupadas ou isoladas, núcleos excêntricos e citoplasma pálido.

Em um relato de adenocarcinoma apócrino em cão, os autores descrevem grupos de células epiteliais dispostas em ácinos,

com anisocitose e vacuolização citoplasmática e nucléolos evidentes. Entretanto, a falta de detalhamento dos achados

impede uma conclusão definitiva com base somente nos achados citopatológicos. Portanto, recomenda­se ao patologista

restringir­se ao diagnóstico da categoria Neoplasia de anexo cutâneo.

Diagnóstico histopatológico

A diferenciação entre neoplasias apócrinas benignas e malignas não é simples, principalmente naquelas de baixo grau de

malignidade.

O cistadenoma apócrino geralmente está localizado na derme, é circunscrito e composto por uma ou mais estruturas

císticas de tamanhos variados. Alguns cistos podem apresentar projeções papilíferas intracísticas. Pode haver também

fibroplasia estromal associada a processo inflamatório composto por macrófagos, neutrófilos e plasmócitos. O índice

mitótico e a atipia celular são mínimos. Os diagnósticos diferenciais incluem cistos apócrinos e cistadenocarcinomas de

baixo grau de malignidade.

O adenoma apócrino secretório é classificado em simples e misto/complexo. O histotipo simples é caracterizado por

arranjo tubular, papilífero e/ou acinar. As células componentes não apresentam atipia e o índice mitótico é baixo. Nota­se

com frequência decapitação apócrina, característica do componente secretor apócrino. O adenoma apócrino complexo/misto,

além dos componentes descritos anteriormente, tem áreas com diferenciação mixoide/condroide/osteoide sem atipia

entremeadas. Os diagnósticos diferenciais incluem os tumores mamários mistos benignos naqueles tumores com

localização ventral e o adenocarcinoma apócrino de baixo grau de malignidade. Curiosamente, há relatos de variantes

compostas exclusivamente por células claras.

O adenoma ductular apócrino localiza­se habitualmente na derme profunda e hipoderme e é caracterizado por células

epiteliais dispostas em fileiras duplas e ausência de decapitação apócrina. O índice mitótico é baixo e não há atipia. A dupla

fileira da variante sólido cística é composta por células poroides e cuticulares e pode apresentar alongamento (spindling)

das células epiteliais. Os diagnósticos diferenciais incluem adenomas mamários basaloides naqueles tumores com

localização ventral, algumas variantes dos tricoblastomas, tricoepiteliomas e adenocarcinomas ductulares apócrinos de

baixo grau de malignidade. Curiosamente, há relatos de adenomas ductais com metaplasia sebácea.

As contrapartes malignas, isto é, cistadenocarcinoma apócrino, adenocarcinoma apócrino simples, adenocarcinoma

apócrino complexo (misto), carcinossarcoma apócrino e o adenocarcinoma ductular apócrino, apresentam critérios de

malignidade adicionais incluindo pleomorfismo, índice mitótico elevado, figuras de mitose atípicas, invasão estromal e/ou

linfática e/ou capsular. Nos tumores com localização ventral, deve­se considerar entre os diagnósticos diferenciais os

carcinossarcomas mamários, carcinoma anaplásicos, carcinomas complexos e carcinomas em tumores mistos.

Marcadores diagnósticos e/ou prognósticos

Os principais marcadores imuno­histoquímicos usados no diagnóstico das neoplasias apócrinas de cães e gatos são:

• AE1/AE3

• CAM 5.2 (CK7/8)

• MNF116

• LP34

• CK5/6

• CK8

• CK18

• CK13

• CK14

• p63

• a­SMA.

Os padrões de marcação de cada anticorpo são variáveis, isto é, tipo e percentual de células marcadas, grau de expressão

e distribuição da marcação. Recomenda­se a consulta aos artigos nas referências bibliográficas e outras fontes.

Simeonov e Simeonova

11

, estudando parâmetros morfométricos nucleares em amostras citológicas, observaram que

adenomas e carcinomas apócrinos apresentavam diferenças significativas nos valores de área, perímetro e diâmetro nuclear,

sugerindo que a morfometria nuclear poderia ser utilizada no diagnóstico diferencial entre a variante benigna e a maligna.

Estadiamento

O estadiamento clínico dos carcinomas que acometem as glândulas sudoríparas é feito pelo método TNM.

Tratamento

O tratamento de escolha é a remoção cirúrgica total. No caso dos adenomas, pode­se optar pelo monitoramento clínico.

Prognóstico

O prognóstico difere quanto ao grau de diferenciação celular, de modo que os adenomas apresentam prognóstico bom, pois

a remoção cirúrgica como monoterapia é curativa. Entretanto, o prognóstico para os adenocarcinomas é variável, em virtude

da possibilidade de recidiva após a cirurgia e ocorrência de metástase a distância em até 20% dos casos.

Perspectivas futuras

Diferenças na expressão de β­catenina em tumores malignos e benignos epidérmicos e foliculares em cães, incluindo os

tumores apócrinos, sugerem que possa haver correlação entre a aquisição do fenótipo maligno, infiltração tumoral e

metástase.

Carcinoma écrino

Os carcinomas écrinos (sinonímia: carcinoma de glândulas sudoríparas atriquiais) são raros em cães e gatos e restritos aos

coxins digitais. Não há predisposições racial ou sexual determinadas, em parte devido à escassez de casos relatados. Em

humanos, os carcinomas écrinos podem estar associados a síndromes familiais, heteroploidias específicas detectadas por

FISH e mutações no gene p53. Desconhecem­se as causas em cães e gatos.

Sinais clínicos e comportamento biológico

As lesões se apresentam como um aumento de volume solitário e pouco definido do coxim plantar, podendo acometer

dígitos ea porção distal dos membros. Ocorrem ulceração e lise óssea na região metacarpiana ou falangiana, observadas na

avaliação radiográfica da região afetada. Apresentam comportamento agressivo, ocorre recidiva local e/ou metástase para

linfonodos regionais, tecido subcutâneo do membro acometido, pulmões e ossos.

Diagnóstico citopatológico

Não há descrição citopatológica pormenorizada desse tipo tumoral em cães e gatos. Em humanos, as amostras são

caracterizadas por grupos glandulares de células epiteliais pleomórficas, figuras de mitose atípicas, áreas de necrose e

matriz extracelular.

Diagnóstico histopatológico

Os carcinomas écrinos são tumores infiltrativos que comprometem com frequência a derme, o subcutâneo e os ossos

associados às falanges. As células, atípicas e pleomórficas, dispõem­se em túbulos, ácinos, papilas ou, ainda, arranjo

cribiforme. É comum a presença de grupos isolados de células intralinfáticos (i. e. êmbolos neoplásicos) na derme e na

hipoderme dos coxins. Os diagnósticos diferenciais incluem os adenocarcinomas apócrinos, a variante acantolítica do

carcinoma espinocelular e o adenocarcinoma metastático pulmonar em gatos.

Marcadores diagnósticos e/ou prognósticos

A imuno­histoquímica pode ser utilizada para diferenciar os carcinomas écrinos e carcinomas de células escamosas. Já a

distinção entre écrinos, apócrinos e adenocarcinomas metastáticos pulmonares é mais difícil.

Os principais marcadores imuno­histoquímicos usados no diagnóstico do carcinoma écrino de cães e gatos são:

• CAM 5.2 (CK7/8)

• CK13.

Os padrões de marcação de cada anticorpo são variáveis, isto é, tipo e percentual de células marcadas, grau de expressão

e distribuição da marcação. Recomenda­se a consulta aos artigos nas referências bibliográficas e outras fontes.

Estadiamento

O estadiamento clínico do carcinoma écrino é feito pelo método TNM.

Tratamento

As opções terapêuticas incluem a remoção cirúrgica, a criocirurgia ou a eletrocirurgia, com posterior monitoramento

clínico. Em casos descritos em humanos, a radioterapia e/ou a quimioterapia são associadas no pós­operatório.

Prognóstico

O prognóstico é considerado reservado, em virtude da possibilidade de recidiva local e metástase regional ou a distância.

Tumores sebáceos neoplásicos e não neoplásicos

As glândulas sebáceas são glândulas exócrinas cutâneas do tipo holócrino, que produzem e secretam um material oleoso,

denominado sebo, que lubrifica e protege a pele e o manto piloso. As glândulas de Meibomius são glândulas sebáceas

presentes na placa tarsal palpebral, responsáveis por produzir uma camada lipídica sobre o filme lacrimal.

A hiperplasia sebácea nodular (HSN) ou hiperplasia sebácea senil é considerada uma proliferação não neoplásica de

grupos de sebócitos, representando, respectivamente, 23 e 11% de todas as lesões cutâneas não neoplásicas em cães e gatos

idosos. Alguns estudos relatam 2,5% de todos os tumores. Os cães das raças Cocker Spaniel, Beagle, Dachshund e

Schnauzer miniatura aparentam predisposição.

Os adenomas sebáceos são neoplasias benignas originárias das glândulas sebáceas e/ou seus ductos correspondendo

entre 3 e 21% de todos os tumores de pele em cães e de 3 a 4% em gatos considerados dados epidemiológicos de estudos

nacionais e internacionais. Não há predisposição pelo sexo, ocorrendo com maior frequência em pacientes com 10 anos de

idade ou mais. As raças Persa, Cocker Spaniel, Husky Siberiano, Poodle miniatura, Samoieda, Beagle e Dachshund

apresentam predisposição. O adenoma de Meibomius é a designação utilizada para neoplasias originárias das glândulas de

Meibomius.

Os epiteliomas sebáceos ou basaliomas são tumores de malignidade incerta, compostos predominantemente por células

basais das glândulas sebáceas. Na maioria dos casos, são considerados benignos. Entretanto, raros epiteliomas apresentam

invasão linfática ou metástase nodal. Acometem pacientes de meia­idade a idosos, prevalecendo em 37% dos tumores

sebáceos em cães e raramente em gatos. Alguns estudos relatam prevalência de 1,1% dos tumores cutâneos em cães. As

raças com maior prevalência incluem cães Shi Tzu, Lhasa Apso, Malamute, Husky Siberiano e Setter Irlandês. O

epitelioma de Meibomius é a designação utilizada para neoplasias originárias das glândulas de Meibomius.

Aproximadamente 81% dos epiteliomas e 54% dos adenomas sebáceos analisados em um estudo em cães apresentaram

áreas de hiperplasia sebácea periférica e transição para os padrões epiteliomatoso e adenomatoso, o que sugere que a HSN é

uma lesão precursora das demais nesta espécie.

Os carcinomas sebáceos são neoplasias malignas raras, representando 0,7 e 0,9% de todas as neoplasias sebáceas em

cães e gatos, respectivamente. Há maior prevalência em pacientes com idade entre 9 e 12 anos. As raças Cocker Spaniel,

Cavalier King Charles Spaniel, Terrier Escocês e Husk Siberiano aparentam predisposição. O carcinoma de Meibomius é a

designação utilizada para neoplasias de glândulas de Meibomius.

Sinais clínicos e comportamento biológico

A hiperplasia nodular sebácea (Figura 26.17) se caracteriza por lesões nodulares, firmes, branco­amareladas, alopécicas,

com formato papilar e diâmetro menor que 5 mm. Algumas lesões podem ser em forma de placas e, em geral, têm aspecto

engordurado, liso e brilhante, que auxilia na diferenciação clínica de papilomas, apesar de seu formato verrucoso.

Acometem com mais frequência a região dorsal da cabeça, as orelhas, a face e os membros.

Os adenomas sebáceos (Figura 26.18 a 26.20) se apresentam como nódulos únicos ou múltiplos, em formato de

papiloma, com menos de 1 cm de diâmetro. Há alopecia e pode ocorrer ulceração. Podem ter coloração variada, desde

branco­amarelada até preta ou marrom, em virtude da presença de melanina. Frequentemente, localizam­se na cabeça, mas

podem estar dispostos por todo o corpo.

Os epiteliomas sebáceos (Figura 26.21) são massas nodulares firmes, únicas ou múltiplas, espongiformes ou em placa,

podendo ter até mesmo centímetros de diâmetro, com possível ulceração. Localizam­se corriqueiramente na cabeça

(incluindo as pálpebras e as orelhas) e no dorso. Têm bastante melanina, o que os confunde macroscopicamente com

tumores melanocíticos. Podem ser localmente agressivos e recidivar após a exérese cirúrgica, assim como pode ocorrer

metástase para o linfonodo regional.

Figura 26.17 Hiperplasia nodular sebácea em cão. Imagem cedida por Alexandre Pasternak.

Os carcinomas sebáceos se manifestam como massas nodulares únicas, firmes, com até 7,5 cm de diâmetro, com

alopecia e ulceração frequentes. Tanto em cães quanto em gatos, a localização mais frequente dos carcinomas sebáceos é na

cabeça, embora a região das pálpebras não seja descrita como um local de preferência. Podem ser localmente agressivos,

porém os relatos de metástase a distância são escassos. Pode ocorrer, ainda, recidiva local pós­cirúrgica.

Diagnóstico citopatológico

A CAAF é útil na definição do grupo denominado tumores sebáceos, considerando a palavra tumores no lato sensu, isto é,

lesões cutâneas neoplásicas e não neoplásicas (p. ex., hiperplasia nodular sebácea). De forma geral, as células que

compõem esse grupo são representadas por sebócitos diferenciados e células basais sem sinais de atipia. Em alguns casos,

observa­se reação inflamatória supurativa, xantogranulomatosa ou piogranulomatosa, em decorrência de ruptura de ductos

císticos ou incitação de reação inflamatória secundária ao extravasamento de queratina e/ou sebo na derme.

As HSN e os adenomas sebáceos apresentam predomínio de sebócitos diferenciados e raras células basais de reserva.

Os epiteliomas sebáceos apresentam predomínio de grupos de células basais de reserva e sebócitos diferenciados com

localização central ou excêntrica. Ainda, nos tumores melanizados, pode haver grânulos de melanina no citoplasma

basocelular.

Os carcinomas sebáceos apresentam sebócitos maduros diferenciados, células com grau intermediário de lipidização e

células de reserva em proporções diferentes, com maior grau de atipia celular.

Diagnóstico histopatológico

A hiperplasia sebácea nodular é representada pela hiperplasia simétrica dos lóbulos sebáceos e preservação da arquitetura

folículo­sebácea. Os lóbulos sebáceos são compostos por células basais periféricas e sebócitos centrais maduros e

diferenciados. Alguns ductos podem apresentar ectasia marcada. Em machos, pode ocorrer metaplasia hepatoide. Os

diagnósticos diferenciais incluem os adenomas sebáceos e os nevus sebáceos.

Figura 26.18 Exemplo de adenoma de glândulas sebáceas, localizado em região escapular de cão da raça Samoieda.

Figura 26.19 Adenoma sebáceo simples em cão. Hematoxilina­eosina, 50 ×. Imagem cedida por Leonardo Dourado Costa.

Figura 26.20 Adenoma/hiperplasia sebácea em cão. Giemsa, 200 ×. Imagem cedida por Leonardo Dourado Costa.

Figura 26.21 Epitelioma sebáceo em cão. Hematoxilina­eosina, 200 ×. Imagem cedida por Leonardo Dourado Costa.

Os adenomas sebáceos de Meibomius são classificados em simples ou compostos, dependendo da quantidade relativa de

estruturas lobulares e ductais. Os adenomas sebáceos simples são caracterizados pelo predomínio de sebócitos

diferenciados maduros e quantidade normal de ductos, frequentemente císticos. O índice mitótico é baixo e restrito às

células de reserva basais. Podem ocorrer melanização, metaplasia hepatoide e reação inflamatória xantogranulomatosa. Os

adenomas sebáceos compostos, por sua vez, são caracterizados por quantidades variáveis de lóbulos e ductos; células

basais, sebócitos com diferenciação intermediária e ductos císticos são mais frequentes. Os epiteliomas de Meibomius

tendem a apresentar maior melanização. A atividade mitótica é discreta a moderada e restrita às células basais. Os

diagnósticos diferenciais incluem as HSN e os epiteliomas sebáceos.

Nos epiteliomas sebáceos, há predomínio de células basais de reserva dispostas em grupos irregulares com menos de

10% de sebócitos maduros. As margens dos epiteliomas podem ser circunscritas ou infiltrativas. Não há organização em

paliçada das células periféricas. O índice mitótico varia de moderado a alto e pode ocorrer diferenciação sebo­apócrina. Os

epiteliomas de Meibomius apresentam alta tendência de melanização. Os diagnósticos diferenciais incluem os adenomas

sebáceos e os carcinomas sebáceos epiteliomatosos.

Os carcinomas sebáceos são classificados em sebocíticos e epiteliomatosos. Os carcinomas sebáceos sebocíticos são

tumores nodulares que geralmente infiltram o subcutâneo e as estruturas vizinhas. As células apresentam atipia

considerável e ausência de maturação ordenada centrípeta das células basaloides até sebócitos maduros diferenciados. O

índice mitótico é moderado a alto, com figuras de mitose atípicas frequentes. A presença de células gigantes lipidizadas

bizarras, células com características sebo­apócrinas e hepatoide podem ser observadas. Os diagnósticos diferenciais

daqueles tumores menos diferenciados incluem o carcinoma basocelular e carcinoma espinocelular com alta quantidade de

glicogênio citoplasmático, lipossarcomas e carcinomas anaplásicos. Nos carcinomas sebáceos epiteliomatosos, há o

predomínio de células basais de reserva atípicas, estruturas ductais pequenas, infiltração dos tecidos vizinhos e invasão

linfática – vascular em alguns casos. Focos de diferenciação sebácea podem ser observados, à semelhança dos epiteliomas

sebáceos. O índice mitótico é alto e podem ocorrer mitoses em sebócitos diferenciados, ao contrário do observado na HSN,

nos adenomas e epiteliomas sebáceos. Os principais diagnósticos diferenciais incluem o epitelioma sebáceo e o carcinoma

basocelular sólido.

Marcadores diagnósticos e/ou prognósticos

A imunofenotipagem pode auxiliar na diferenciação de tumores sebáceos anaplásicos, carcinomas basocelulares e

carcinomas espinocelulares. Em humanos, a maioria dos carcinomas sebáceos apresenta imunomarcação para AE1 (CK 10,

14, 15, 16 e 19), LP34 (CK 1, 5, 6, 8, 10, 14 e 18), CK8 e CK19; e são negativos para CK1 e CK13. Outros marcadores,

como EMA, CA15­3, AR, Ber­EP4, ADP e CA19­9, também podem ser utilizados.

Os principais marcadores imuno­histoquímicos usados no diagnóstico dos tumores sebáceos de cães e gatos são:

• 34βE2 (CK 1, 5, 10 e 11)

• MNF116

• LP34

• AE1/AE3

• CK10

• CAM 5.2 (CK7/8).

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