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Anexos

Guia para fixação, corte e preparação histológica para análise de bulbos oculares de pequenos animais: procedimento

particularmente útil no estudo de neoplasias intraoculares.

Figura 27.15 A. Logo após a enucleação, quando a intenção é estudar a retina, recomenda­se a injeção intravítrea de

cerca de 0,3 mℓ de fixador (formol a 10%) no corpo vítreo, por meio de uma agulha 24 G e seringa de insulina. O melhor

ponto de inserção da agulha é sobre a artéria ciliar longa, no aspecto temporal (lateral) do bulbo do olho, atravessando a

esclera, pois essa porção será removida nos passos seguintes da preparação. Quando não há intenção de se estudar

histologicamente a retina, não é necessária a injeção intravítrea. Vários fixadores mais modernos podem ser encontrados

no comércio. Alguns deles são recomendados para estudos de microscopia eletrônica, como o glutaraldeído. Muitas

formulações e concentrações podem ser preparadas para a melhor fixação de uma estrutura particular do bulbo (p. ex., a

retina). Todavia, por promover uma fixação rápida, a utilização de formol a 10% é considerada adequada para a grande

maioria das estruturas oculares e procedimentos rotineiramente empregados em um laboratório de patologia ocular

veterinária, inclusive para a imuno­histoquímica. A injeção vítrea de fixador, entretanto, é imprescindível para que ocorra

adequada fixação das túnicas internas do bulbo ocular, pois tais estruturas começam a sofrer autólise muito rapidamente

(minutos) após a enucleação, ou morte do animal, e também a enrugar e sofrer separação umas das outras se enrijecerem

apenas de fora para dentro. B. Trimming do bulbo ocular. A remoção dos músculos extraoculares e da gordura retrobulbar,

por meio de uma tesoura e pinça dente­de­rato, é muito importante para que posteriormente ocorram maior penetração e

difusão do fixador em todas as túnicas oculares. O trimming não deve ser realizado quando se suspeita de neoplasias

retrobulbares ou extensão de tumores intraoculares para fora do bulbo. Em seguida, o globo é fixado por inteiro, ainda sem

cortes, em um recipiente. A relação ideal entre o volume do fixador e o volume da amostra (bulbo) é de 20:1. Nesta etapa,

pode ser enviado pelo correio para laboratório especializado em histopatologia ocular.

Figura 27.16 Após a fixação, o bulbo ocular deve ser cortado ao meio. A. As lâminas para fatiar tecidos da marca Thomas

Scientific

®

, EUA, são as melhores nessa etapa. Como alternativa, podem­se empregar lâminas de estilete ou de barbear.

B. O bulbo deve ser posicionado com a córnea voltada para baixo, de preferência em cima de uma lâmina de isopor. É

possível notar que a porção afiada, o fio, da lâmina é então colocada sobre o nervo óptico em sentido perpendicular aos

dois vasos sanguíneos facilmente visíveis, cursando de modo caudorrostral na esclera de maneira bilateral (artérias ciliares

posteriores longas). A lâmina metálica procede então gentilmente ao corte, em um só sentido, por sobre o nervo óptico.

Em seguida, corta­se a maior parte do bulbo com leve pressão manual. Não se deve mover a lâmina para a frente e para

trás nessa etapa. Utiliza­se leve pressão constante em um único sentido. Pouco antes de a lâmina chegar ao limbo, há

maior resistência ao corte. Isso se deve ao encontro da lâmina com o cristalino, que se torna muito rígido quando fixado.

Nessa ocasião, o preparador do material histológico deve segurar a lâmina com as duas mãos e exercer maior pressão de

corte para baixo. Quando ocorrer a passagem da lâmina pelo cristalino, toda a câmara anterior será automaticamente

cortada, na sequência, pois oferece menor resistência.

Figura 27.17 A. Com o bulbo do olho cortado ao meio, passa­se então à etapa seguinte: a criação das janelas laterais, que

servirão para a passagem do material de inclusão (em geral, a parafina). A não realização dessas janelas não permite a

passagem adequada da parafina entre o tecido, por dentro do bulbo, e a aderência do material de inclusão, criando sérios

artefatos e podendo até mesmo fazer com que ocorra colapso, ou “desabamento”, de toda a estrutura do bulbo na inclusão.

B. Com as duas metades voltadas para o isopor, utiliza­se, de preferência, uma lâmina de barbear para a criação das duas

janelas laterais. As regiões a serem cortadas correspondem exatamente aos dois polos (ou calotas) das duas metades do

bulbo do olho. Nessa etapa, é importante que o bulbo esteja bem fixado e ligeiramente mais rígido que o normal. C. Após

os cortes, restarão apenas dois tomos utilizáveis para cada bulbo, todos contendo as túnicas e os tecidos intraoculares.

Figura 27.18 A. Na sequência, esses tomos, hemissecções ou fatias, do bulbo ocular podem ser colocados nos cassetes

(metálicos ou plásticos) com a devida identificação para seguir para o processamento histotécnico. B. Exemplo de tomo do

bulbo ocular, após passar por procedimento histotécnico, inclusão em parafina e montagem do bloco, pronto para ser

cortado em fatias de 5 micrômetros por um micrótomo. Nota­se a presença de massa tecidual na região da córnea (seta).

Mesmo caso da Figura 27.4. C. Fotomicrografia em baixa magnificação representativa de uma lâmina de vidro para

microscopia óptica já pronta, contendo tomo de bulbo ocular de um cão sem qualquer alteração, devidamente corado com

HE. D. Fotomicrografia em baixa magnificação de uma lâmina de vidro do bulbo ocular de um cão da raça Cocker Spaniel

Inglês, com 8 anos. Corte histológico corado com H&E mostrando a presença de melanocitoma de corpo ciliar com

extensão para a coroide. Coloração HE. Barra: 7 mm.

Figura 27.19 Casos de neoplasia ocular após a hemissecção do bulbo ocular em seu eixo anteroposterior, empregando a

técnica de corte descrita anteriormente. A. Cão, Boxer, 9 anos. Corte macroscópico de bulbo ocular acometido por

hemangioma. Pode­se observar a massa tumoral na conjuntiva, invadindo profundamente a córnea (seta preta). Nota­se

que não há invasão intraocular, fato comum nesse tipo de neoplasia. B. Cão, Labrador, 13 anos. Corte macroscópico de

bulbo ocular. Existência de massa tumoral (asterisco preto) ocupando toda câmara anterior com extensão extraocular. A

análise histopatológica revelou tratar­se de um melanoma. C. Cadela, Pequinês, 17 anos de idade. No corte macroscópico,

pode­se verificar massa tumoral ocupando todo o espaço intraocular (asterisco preto), com extensão extraocular, referente à

metástase de um adenocarcinoma mamário.

Incidência

A cavidade oral é o quarto local mais comum de ocorrência de neoplasias em cães e gatos, representando 6% de todos os

tumores em cães e 3% em gatos. Geralmente, são malignos, sendo o melanoma, o fibrossarcoma e o carcinoma de células

escamosas os mais comuns. As neoplasias orais benignas mais frequentes em cães são o fibroma odontogênico periférico,

o ameloblastoma acantomatoso e o papiloma. Em menor frequência, ocorrem os carcinomas e os melanomas de língua e

amígdala e o granuloma eosinofílico.

O carcinoma de células escamosas é o tumor oral mais comum em felinos, seguido pelo fibrossarcoma. Outras

neoplasias que podem ocorrer na cavidade oral são osteossarcoma, condrossarcoma, sarcoma anaplásico,

osteocondrossarcoma multilobular, carcinoma intraósseo, mixossarcoma, hemangiossarcoma, linfoma, mastocitoma e

tumor venéreo transmissível. A maior prevalência é em animais idosos, variando entre 7 e 12 anos de idade, havendo

também predisposição para as raças Cocker Spaniel, Golden Retriever, Boxer, Pastor­alemão, Weimaraner, Chow­chow e

Poodle. Os cães machos chegam a ser duas vezes mais acometidos do que fêmeas.

Com exceção da papilomatose causada pelo vírus do papiloma e o tumor venéreo transmissível, que podem ser

transmitidos de animal para animal, os outros tipos citados não têm ainda agente etiológico específico.

Nos cães, o local de predileção dos carcinomas é na mandíbula rostral, dos fibrossarcomas é nos palatos duro e mole e

dos melanomas é na mucosa bucal. Nos gatos, o carcinoma de células escamosas ocorre mais na mandíbula ou maxila e na

língua e os fibrossarcomas na gengiva.

Comportamento natural

Melanoma maligno

Esses tumores tendem a ocorrer sobretudo em animais de pequeno porte, acometendo especialmente as raças Cocker

Spaniel, Poodle, Chow­chow e Golden Retriever. Machos parecem ser mais predispostos, e a idade média de ocorrência é

de 11,4 anos de idade. Podem acometer felinos, porém são raros nessa espécie.

Em geral, essa neoplasia apresenta uma cor escura (Figura 28.1), entretanto, em um terço dos casos, pode não conter

melanina e não apresentar essa característica. Esse tipo de melanoma é chamado de melanoma amelanótico e muitas vezes

pode ser difícil a sua classificação histopatológica na diferenciação de sarcomas anaplásicos ou indiferenciados, sendo

necessário o uso de técnicas de imuno­histoquímica para a sua confirmação. A Figura 28.2 apresenta um melanoma

amelanótico na maxila de um cão.

É um tumor altamente agressivo, com metástases frequentes para os linfonodos regionais e para os pulmões, em mais de

80% dos casos, dependendo da localização, do tamanho e do estágio clínico.

Carcinoma de células escamosas

É o tumor mais comum em gatos e o segundo em cães. Alguns fatores de risco foram relatados em felinos, como o uso de

coleiras antipulgas, alta ingestão de alimentos enlatados, especialmente de atum em conserva e exposição a fumaça de

cigarro na casa dos proprietários. Invasão óssea é frequente e normalmente grave e extensa, sobretudo em gatos. A Figura

28.3 mostra um felino com um carcinoma de células escamosas na região labial que se estende para a maxila.

Figura 28.1 Canino, sem raça definida, macho com um melanoma maligno na maxila.

Figura 28.2 Canino, Chow­chow, macho com um melanoma amelanótico na maxila.

Foi descrita a ocorrência de hipercalcemia em dois felinos com carcinoma de células escamosas oral. Já as taxas de

metástases dependem da localização do tumor, por exemplo, na forma não tonsilar é de aproximadamente 20%, com

tumores na região rostral apresentando baixa taxa de metástases e na região caudal da língua e na tonsila com um alto

potencial metastático. O carcinoma tonsilar tem incidência dez vezes maior em cães que vivem na zona urbana que na rural,

possivelmente em razão de agentes poluentes ambientais.

Fibrossarcoma

É o segundo mais comum em gatos e o terceiro em cães. Em cães, normalmente acomete animais de grande porte como

Golden Retriever e Labrador Retriever, com média de 7,3 a 8,6 anos de idade. Os machos parecem ser mais predispostos.

Esses tumores podem apresentar uma característica histológica benigna, porém seu comportamento biológico é bastante

agressivo. Por isso, é conhecido como tumor “histologicamente de baixo grau, mas biologicamente de alto grau”. A Figura

28.4 mostra um cão com um fibrossarcoma na região rostral da mandíbula.

São tumores localmente agressivos, porém as taxas de metástases para os pulmões e nos linfonodos regionais são de

menos de 30% nos cães. O tratamento, portanto, deve ser bastante agressivo, principalmente naqueles que já são recidivas

ou cujo tumor apresenta um crescimento rápido ou invade o osso.

Osteossarcoma

O osteossarcoma no esqueleto axial representa 25% de todos os osteossarcomas. Destes, aproximadamente 25% acometem

o osso mandibular ou maxilar. O prognóstico é melhor que os osteossarcomas no esqueleto apendicular, com um menor

índice metastático.

Epulides

São tumores relativamente comuns em cães e raros em gatos e definidos como uma proliferação gengival benigna do

ligamento periodontal semelhantes à hiperplasia gengival. Há três tipos desses tumores: fibromatoso, ossificante e

acantomatoso. Entretanto, essa nomenclatura é confusa e variável, então hoje o épulis acantomatoso é chamado de

ameloblastoma acantomatoso; já épulis ossificante e o épulis fibromatoso são denominados fibroma odontogênico

periférico.

O fibroma odontogênico periférico são massas firmes com crescimento lento que recobrem o epitélio intacto localizado

principalmente na região rostral da maxila (Figura 28.5). Acometem cães entre 8 e 9 anos e raramente envolvem o osso. O

ameloblastoma acantomatoso, por sua vez, é um tumor benigno, porém localmente agressivo e que, com frequência, invade

o osso da mandíbula ou da maxila (Figura 28.6). Localiza­se sobretudo na região rostral da mandíbula e não metastatiza.

Sinais clínicos

A principal queixa dos proprietários dos animais com neoplasia oral é o aumento de volume na boca, entretanto, quando

estiver localizada na região mais caudal, esse sintoma pode não ser observado. Em contrapartida, o animal apresenta

halitose, perda de peso, aumento da salivação, sangramento oral, epistaxe, disfagia, deformidade facial (Figura 28.7),

exoftalmia, obstrução nasal e perda de dentes, dor ao abrir a boca e aumento de linfonodos cervicais.

Figura 28.3 Felino, sem raça definida, fêmea com um carcinoma de células escamosas no lábio e na maxila.

Figura 28.4 Canino, sem raça definida, macho com um fibrossarcoma na região rostral da mandíbula.

A fim de se obter melhor avaliação do paciente, o animal deve ser anestesiado e também pode ser submetido à realização

de exames complementares como radiografias e biopsia da região afetada.

Diagnóstico

Sempre que o diagnóstico é feito de maneira precoce, propicia­se um melhor tratamento. Devem­se levar em consideração a

apresentação e os sintomas, assim como criteriosa palpação dos linfonodos regionais. O hemograma e as análises

bioquímicas, além de radiografias torácicas e ecografia abdominal, auxiliam na verificação do estado geral do animal e da

presença de metástases.

Figura 28.5 Canino, sem raça definida, macho com fibroma odontogênico periférico na região rostral da maxila.

Figura 28.6 Canino, Labrador, macho com ameloblastoma acantomatoso na região rostral da mandíbula.

As radiografias da mandíbula ou da maxila servem para averiguar a existência e a extensão da destruição óssea causada

pelo tumor. Devem­se obter imagens em pelo menos três projeções com a boca aberta: oblíqua lateral direita, oblíqua

lateral esquerda (Figura 28.8) e ventrodorsal ou dorsoventral (Figura 28.9), evitando­se a sobreposição das estruturas

ósseas da região. A lise óssea não estará radiograficamente evidente até que 40% ou mais do córtex esteja destruído,

portanto radiografias aparentemente normais não excluem invasão óssea.

Em alguns casos, especialmente nos animais com comprometimento da maxila, a tomografia computadorizada (Figura

28.10) e a ressonância magnética são mais precisas na avaliação da extensão tumoral local, em que o tumor pode envolver

também a cavidade nasal, a faringe ou a órbita.

Os linfonodos podem estar assimétricos e aumentados de volume, todavia essa avaliação não é confiável quando a

intenção é observar se há envolvimento metastático. Em um estudo com cães com melanoma oral, verificou­se que 40%

apresentavam linfonodos normais e 49% linfonodos com metástase. Portanto, os linfonodos palpáveis (mandibular,

parotídeo e o retrofaríngeo medial – quando aumentado) devem ser submetidos à citologia aspirativa, a fim de identificar a

presença de metástases, porém esse exame apresenta um valor limitado na identificação da neoplasia oral.

Figura 28.7 Canino, sem raça definida, macho com um aumento de volume na região da maxila em decorrência da

presença de um melanoma maligno.

Figura 28.8 Radiografia obliquada para verificar a extensão da lise óssea (seta) da mandíbula causada por um melanoma

maligno.

Assim, o diagnóstico definitivo é baseado no resultado da biopsia, a qual pode ser realizada no momento da consulta. A

biopsia propriamente dita pode ser incisional ou excisional, dependendo do caso e da localização. Se for biopsia incisional,

é necessária uma amostra envolvendo tecido sadio, margem e meio do tumor (Figura 28.11), sem se esquecer de remover o

local dessa incisão, por ocasião da exérese definitiva do tumor. A reação inflamatória e a necrose concomitante podem

atrapalhar o resultado a ser obtido.

Figura 28.9 Radiografia ventrodorsal da maxila, com retração da mandíbula para evitar a sobreposição e permitir uma

melhor imagem da lise óssea causada por um fibrossarcoma na maxila de um cão.

Figura 28.10 Tomografia computadorizada mostrando um fibrossarcoma na maxila de um cão (seta). A imagem permite

uma avaliação muito mais precisa da extensão da neoplasia que o exame radiográfico.

Estadiamento

Os tumores orais são classificados (Tabela 28.1) em:

• Tumor primário (T):

Tis: tumor in situ

T1: tumor menor que 2 cm de diâmetro na maior dimensão

T1a: sem evidência de invasão óssea

T1b: com evidência de invasão óssea

T2: tumor entre 2 e 4 cm de diâmetro na maior dimensão

T2a: sem evidência de invasão óssea

T2b: com evidência de invasão óssea

T3: tumor maior que 4 cm

T3a: sem evidência de invasão óssea

T3b: com evidência de invasão óssea

• Linfonodos regionais (N):

N0: sem metástases nos linfonodos regionais

N1: linfonodo ipisilateral móvel

N1a: sem evidência de metástase no linfonodo

N1b: com evidência de metástase no linfonodo

N2: linfonodo contralateral móvel

N2a: sem evidência de metástase no linfonodo

N2b: com evidência de metástase no linfonodo

N3: linfonodo fixo

• Metástase distante (M):

M0: sem metástases distantes

M1: com metástases distantes.

Tratamento

O tratamento pode ser feito por meio de cirurgia, quimioterapia, radioterapia ou uma combinação desses procedimentos. A

cirurgia é a principal modalidade terapêutica, sendo necessária a remoção de todo o tumor, com boa margem de segurança.

Figura 28.11 Canino, Labrador, fêmea após realização de uma biopsia incisional para o diagnóstico de um ameloblastoma

acantomatoso.

Tabela 28.1 Estadiamento clínico dos tumores de cavidade oral.

Estádio Tumor Linfonodo Metástase

I T1 N0, N1a, N2a M0

II T2 N0, N1a, N2a M0

III T3 N0, N1a, N2a M0

QualquerT N1b M0

IV QualquerT N2b, N3 M0

QualquerT Qualquer N M1

T = tumor; N = linfonodo; M = metástase.

Com exceção do fibroma odontogênico periférico, todos os outros tipos tumorais apresentam algum grau de

envolvimento ósseo, com necessidade de inclusão da margem óssea no procedimento cirúrgico.

Quando o tumor acometer a língua ou a tonsila, a glossectomia e a tonsilectomia, respectivamente, devem ser realizadas.

Cirurgia

As principais técnicas para a remoção desses tumores são a mandibulectomia e a maxilectomia. Esses procedimentos têm

sido bem descritos pela literatura, pois permitem um bom controle local do tumor e são bem tolerados pelos cães. Em

neoplasias benignas pequenas, uma ressecção da mandíbula em que o córtex ventral é preservado pode ser realizada sem

perder totalmente a continuidade mandibular. A Figura 28.12 apresenta um cão com um ameloblastoma acantomatoso de

aproximadamente 2 cm de diâmetro, o qual foi tratado com ressecção en bloc da maxila. Porém, essa técnica só deve ser

realizada em pequenos tumores benignos, removendo­se uma porção do osso. Deve­se, portanto, ter um cuidado especial

em não deixar parte da raiz dentária após a osteotomia.

Com tumores mais agressivos como o melanoma maligno, fibrossarcoma e o carcinoma de células escamosas, deve­se

realizar uma margem de segurança de mais de 2 cm em virtude das altas taxas de recorrência local. Para a osteotomia,

pode­se utilizar uma serra oscilatória, um motor de baixa rotação com uma ponteira pequena no formato de cone (Figura

28.13) ou a serra de Gigli. O osteotomo deve ser utilizado somente para a separação das sínfises mandibulares.

Em animais, o defeito criado após a mandibulectomia e a maxilectomia é fechado com tecidos moles com fio absorvível

sintético monofilamentar de preferência em dois planos. Geralmente, nenhuma reconstrução é realizada. A literatura

apresenta raros relatos de reconstruções mandibulares em cães. As Figuras 28.14 a 28.16 apresentam um cão, Labrador,

macho submetido à mandibulectomia rostral unilateral e com posterior reconstrução mandibular com placa de titânio e

enxerto da crista ilíaca.

A mandibulectomia pode ser:

• Rostral unilateral: indicada para lesões confinadas na porção rostral de uma hemimandíbula, sem passar para o lado

oposto pela linha média

• Rostral bilateral: indicada para lesão bilateral rostral que cruza a sínfise, aplicada no nível do primeiro ou do segundo

pré­molar, podendo a língua, em alguns casos, ficar longa demais

Figura 28.12 A. Canino, Labrador, macho com um ameloblastoma acantomatoso na região rostral da maxila. B. Após a

ressecção en bloc da parte rostral da maxila. Foi removida uma porção óssea, porém sem promover a descontinuidade da

maxila.

Figura 28.13 Osteotomia com um motor de baixa rotação com uma ponteira pequena em formato cônico diamentada em

um felino, sem raça definida, fêmea com carcinoma de células escamosas.

Figura 28.14 Reconstrução mandibular após mandibulectomia rostral unilateral em um canino, Labrador, macho com

ameloblastoma acantomatoso.

Figura 28.15 Estabilização dos corpos mandibulares após a mandibulectomia rostral unilateral em virtude de um

ameloblastoma acantomatoso em um canino, Labrador, macho com placa de titânio e enxerto da crista ilíaca.

Figura 28.16 Aparência cosmética de um canino, Labrador, macho após a reconstrução mandibular com placa de titânio e

enxerto de crista ilíaca decorrente da remoção de um ameloblastoma acantomatoso.

• No ramo vertical: indicada para tumores confinados ao ramo vertical. Envolve a remoção da articulação

temporomandibular, com resultado cosmético e funcional muito bom

• Unilateral total: indicada para tumores extensos envolvendo o ramo lateral com invasão do canal medular ou para tumores

muito agressivos, resultando em função relativamente boa, sempre que uma queiloplastia lateral for feita para conter a

língua e a saliva

• Lateral segmentar: indicada para tumores em fase inicial, que não tenham atingido o canal medular. Não é indicada para

tumores com alta malignidade.

A maxilectomia pode ser:

• Rostral unilateral: indicada para lesões confinadas em um lado do palato duro, na região rostral

• Rostral bilateral: indicada para lesões bilaterais na porção rostral

• Lateral: indicada para lesões na porção média da maxila

• Bilateral: indicada para lesões em ambos os lados da região palatina.

Em um trabalho realizado por Fox et al.

1

, foi constatado que 85% dos proprietários ficaram satisfeitos com esse

procedimento, sendo os índices de satisfação diretamente proporcionais ao tempo de sobrevida dos pacientes. Todos

relataram que a aparência cosmética ficou aceitável após o crescimento dos pelos.

O uso de sonda enteral para alimentação normalmente não é necessário, porém, em felinos, ela pode ser colocada,

especialmente após mandibulectomias.

São esperados edema da pele e da mucosa após a cirurgia, que devem diminuir gradativamente dentro de 2 a 3 dias. Uma

alternativa para minimizar esses efeitos é o uso de gelo no pós­operatório imediato na região. Uma vez que a cavidade oral

é bastante contaminada, a principal complicação é a infecção. Se a área do reparo sofrer uma forte tensão, não estiver

recebendo o suprimento sanguíneo adequado ou o tecido na área cirúrgica ficar gravemente traumatizado, é esperada a

deiscência parcial de sutura dentro de 3 a 5 dias (Figura 28.17). Quando isso ocorrer, deve­se reavivar as bordas resuturar,

especialmente na deiscência da maxilectomia, na qual ocorre a comunicação entre a cavidade nasal e a cavidade oral.

Quando a técnica cirúrgica for de mandibulectomia unilateral rostral ou mandibulectomia bilateral, é esperada protusão

da língua lateralmente, sobretudo quando há a falta do dente canino, além de sialorreia (Figura 28.18).

A cirurgia pode resultar em uma maloclusão significativa, e, apesar de não demonstrarem sinais clínicos, os animais

podem apresentar uma degeneração da articulação do osso temporomandibular. Essa maloclusão pode ser grave (Figura

28.19), ao ponto de impedir os cães de fecharem a boca, em razão dos dentes caninos não estarem corretamente alinhados.

É possível que ocorra também dificuldade de preensão dos alimentos especialmente após mandibulectomia bilateral rostral,

caudal ao segundo dente pré­molar. Por isso, é recomendado aos proprietários que forneçam somente alimento pastoso aos

cães e que estes sejam impedidos de mastigar objetos duros durante 1 mês. Os cães ainda podem desenvolver úlceras no

palato duro após mandibulectomia total. Os caninos causam traumatismos que podem ser bastante graves, sendo

necessário, muitas vezes, realizar sua extração.

Figura 28.17 Deiscência de pontos após a maxilectomia caudal para a ressecção de um osteossarcoma.

Figura 28.18 Canino, Yorkshire, macho após mandibulectomia bilateral rostral apresentando protrusão da língua e

sialorreia.

Figura 28.19 Canino, Labrador, fêmea apresentando maloclusão após mandibulectomia caudal.

Quando a mandibulectomia ou maxilectomia envolve prémolares e/ou molares, é esperado que haja um déficit na limpeza

oral que ocorre durante a mastigação normal, havendo então um acúmulo excessivo de cálculos e placas dentárias nos

dentes do lado oposto. É indicado, então, um tratamento periodontal regular nesses casos.

A criocirurgia pode ser indicada em lesões menores que 2 cm com mínimo envolvimento ósseo. Seu uso em lesões

maiores pode acarretar fraturas ósseas ou fístulas oronasais.

Radioterapia

É uma modalidade que pode ser utilizada para o controle local dos tumores orais, paliativamente ou com intensão de cura

ou, ainda, como uma terapia adjuvante à cirurgia em tumores não completamente excisados.

O melanoma maligno, o carcinoma de células escamosas canino e alguns tumores benignos como o ameloblastoma

acantomatoso são responsivos à radiação, embora o tratamento de escolha ainda seja a cirurgia em virtude do risco de

osteonecrose com a radioterapia. O fibrossarcoma e o carcinoma de células escamosas felino são considerados

radiorresistentes, porém podem se beneficiar de uma terapia em conjunto com a cirurgia.

■ Quimioterapia

A quimioterapia é indicada em casos de tumores altamente metastáticos, como o melanoma maligno e o carcinoma de

células escamosas tonsilar, porém a quimiossensibilidade é baixa.

O uso combinado de piroxicam com cisplatina ou carboplatina parece ter algum efeito contra o carcinoma de células

escamosas em cães. No tratamento do melanoma maligno, as platinas também apresentaram os melhores resultados,

embora modestos.

Pode­se utilizar também o metotrexato ou a combinação de ciclofosfamida e doxorrubicina, porém seus resultados ainda

são inconclusivos.

Prognóstico

Em geral, os resultados obtidos são excelentes para tumores benignos, bons para carcinomas de células escamosas,

regulares para fibrossarcomas e osteossarcomas e desfavoráveis para o melanoma. O melanoma apresenta prognóstico

favorável, por volta de 25% dos casos, com sobrevida de 1 ano, com a variável prognóstica relativa ao tamanho do tumor.

Melanomas menores que 2 cm em diâmetro têm melhor prognóstico do que os maiores que 2 cm. A recorrência local é

mais difícil de ser tratada. Idade, sexo, grau de pigmentação, aparência e localização não têm influência prognóstica nos

melanomas. A Tabela 28.2 demonstra o prognóstico dos principais tumores orais em cães após a realização de

mandibulectomia. Já a Tabela 28.3 apresenta o prognóstico dos principais tumores orais em cães após a maxilectomia. Os

carcinomas de células escamosas de localização na língua ou amígdala são altamente metastáticos, com grande recorrência

local ou regional.

O controle local do carcinoma de células escamosas em felino é muito pobre, tanto com cirurgia como com radiação,

apresentando uma sobrevida média de 45 dias com taxa de sobrevida após 1 ano em menos de 10%.

Tabela 28.2 Prognóstico dos principais tumores orais em cães após a realização de mandibulectomia.

Tipo tumoral Recorrência local (%) Tempomédio de sobrevida

(meses)

Taxa de sobrevida após 1 ano

(semanas)

Melanoma maligno 0a40 7a17 21

Carcinomadecélulasescamosas 0a23 9a26 80a91

Fibrossarcoma 31a60 11a12 23a50

Osteossarcoma 15a44 6a18 35a71

Ameloblastomaacantomatoso 0a3 > 28a64 98a100

Tabela 28.3 Prognóstico dos principais tumores orais em cães após a realização de maxilectomia.

Tipo tumoral Recorrência local (%) Tempomédio de sobrevida

(meses)

Taxa de sobrevida após 1 ano

(semanas)

Melanoma maligno 21a48 5a10 27

Carcinomadecélulasescamosas 29a50 19 57

Fibrossarcoma 33a57 10a12 21a50

Osteossarcoma 27a100 4a10 17a27

Ameloblastomaacantomatoso 0a11 > 26a30 72a100

Perspectivas futuras

1.

Imunoterapia

O melanoma maligno é um tumor altamente imunogênico. O uso de imunoterapia e agentes modificadores da resposta

biológica tem emergido nos últimos anos no tratamento adjuvante desse tumor. Há, inclusive, uma vacina de DNA com

tirosina humana disponível comercialmente nos EUA, porém o uso dessas modalidades terapêuticas ainda gera resultados

inconsistentes.

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