Os padrões de marcação de cada anticorpo são variáveis, isto é, tipo e percentual de células marcadas, grau de expressão

e distribuição da marcação. Recomenda­se a consulta aos artigos nas referências bibliográficas e outras fontes.

Estadiamento

Os carcinomas sebáceos seguem o modelo TNM para o estadiamento clínico.

Tratamento

Nos casos dos adenomas, pode­se optar pelo acompanhamento clínico. Entretanto, a remoção cirúrgica, assim como a

ablação a laser e a criocirurgia, e método curativo nos casos de neoplasias sebáceas benignas. A exérese cirúrgica também

é recomendada nos casos de adenocarcinoma de glândulas sebáceas.

Em cães com múltiplos nódulos de hiperplasia/adenoma sebáceos, o tratamento sistêmico com isotretinoína (1 a 2 mg/kg

VO/24 h) pode favorecer a regressão das lesões, sendo os efeitos satisfatórios observados em aproximadamente 45 dias de

tratamento. A vitamina A (8.000 a 10.000 UI/10 kg/dia) pode ser uma alternativa, porém menos efetiva. Pode­se optar

também pelo tratamento com emulsões à base de ciclosporina, com o objetivo de controlar a inflamação e prevenir a

ulceração das lesões (para um cão de 10 kg, diluir 2 cápsulas de ciclosporina 100 mg em 50 mℓ de óleo mineral e aplicar

sobre as lesões ou até mesmo pelo corpo do animal, exceto nas áreas próximas aos olhos e à boca. Aguardar 30 min e

utilizar um xampu comercial para seborreia oleosa a fim de auxiliar na remoção do produto. Recomendam­se aplicações

semanais até a melhora clínica).

Prognóstico

O prognóstico para os adenomas e para a hiperplasia sebácea nodular é bom. Já para os epiteliomas sebáceos e os

carcinomas sebáceos, torna­se reservado, em virtude das possibilidades de recidiva pós­cirúrgica, assim como de metástase

para linfonodos regionais.

Perspectivas futuras

Os receptores de estrógenos (ER) e progesterona (PR) apresentam diferenças significativas entre as glândulas sebáceas

normais e os tumores sebáceos humanos. Semelhantemente, diferentes padrões de expressão de ER e PR foram detectados

em glândulas sebáceas normais e tumores sebáceos caninos.

A redução/ausência de expressão de β­catenina de membrana em tumores sebáceos de cães é importante na aquisição do

fenótipo maligno e pode apresentar papel nas metástases e infiltração tumorais. Semelhantemente, a survivina tem

demonstrado ser um potencial marcador de malignidade em tumores sebáceos de cães.

Diferenças na expressão de β­catenina em tumores malignos e benignos epidérmicos e foliculares em cães, incluindo os

tumores sebáceos, sugerem que possa haver correlação entre a aquisição do fenótipo maligno, infiltração tumoral e

metástase.

O conhecimento dos padrões de expressão dos marcadores descritos anteriormente, embora incipientes, nas diferentes

fases da progressão tumoral e transformação maligna pode, no futuro, apresentar valor diagnóstico e prognóstico nos

distúrbios neoplásicos e não neoplásicos sebáceos.

Neoplasias de glândulas ceruminosas

As glândulas ceruminosas são glândulas apócrinas modificadas localizadas no canal auditivo externo de cães e gatos. Os

tumores das glândulas ceruminosas são mais comuns em gatos, mas podem ocorrer também em cães. Comumente, são

divididos em adenomas e adenocarcinomas das glândulas ceruminosas.

Estudos de incidência e prevalência desses tumores em cães e gatos são escassos. Os adenomas ceruminosos

representaram 12% (n = 33) e 37,5% (n = 8) de todos os tumores benignos do canal auditivo externo de cães e gatos,

respectivamente. Em relação ao total de tumores malignos do mesmo sítio anatômico, os adenocarcinomas ceruminosos

representaram 47,91% (n = 48) e 39,28% (n = 56) dos tumores em cães e gatos, respectivamente.

A média de idade dos cães e gatos com adenomas ceruminosos é de 7 e 10 anos, respectivamente. As raças Poodle, Shi

Tzu, Cocker Spaniel e Pastor­alemão são predispostas. Porém, não há predisposição sexual.

Os adenocarcinomas são mais comuns em gatos, com picos de incidência entre 7 e 13 anos de idade. Em cães, ocorrem

com maior frequência entre 9 e 11 anos. Pacientes felinos das raças domésticas de pelo curto e cães da raça Cocker Spaniel

são predispostos. Estudos relatam que o risco de desenvolvimento de adenocarcinomas é maior nas raças Cocker Spaniel e

Pastor­alemão.

Entre as potenciais causas, o processo inflamatório crônico parece exercer ação sobre a carcinogênese, uma vez que,

curiosamente, pacientes com histórico de otite crônica externa aparentam maior incidência.

Sinais clínicos e comportamento biológico

Os sinais clínicos envolvem graus variados de meneios cefálicos, assim como de prurido ótico, otorreia, odor necrótico e

hemorragia. É comum a ocorrência de otite externa bacteriana e/ou fúngica secundária. Manifestam­se como nódulos bem

circunscritos, menores de 1 cm de diâmetro, de coloração rosa ou branca, ulcerativos, hemorrágicos e com infecção

bacteriana secundária. Costumam causar muito desconforto quando há a progressão das lesões.

Diagnóstico citopatológico

O diagnóstico citopatológico das neoplasias do conduto auditivo externo apresenta considerável acurácia e concordância

histopatológica. De forma geral, os achados podem ser categorizados em dois grupos: adenoma/hiperplasia de glândulas

ceruminosas e adenocarcinomas ceruminosos.

Os adenomas/hiperplasias são representados por granulação azul­negra de fundo e células epiteliais poligonais dispostas

em mosaico. Sinais de displasia (i. e. anisocitose, anisocariose etc.) são comuns nessa categoria. Sessenta e três por cento

dos casos, isto é, 7 casos de um total de 11, foram corretamente classificados como adenomas/hiperplasias no exame

citológico.

Os adenocarcinomas de glândula ceruminosa também são representados por células epiteliais poligonais, dispostas em

mosaico, granulação azul­negra de fundo e displasia. Entretanto, outros arranjos tridimensionais (i. e. papilífero, tubular e

acinar), atipia celular moderada a marcada, células multinucleadas, amoldamento nuclear e figuras de mitose são mais

frequentes. Algumas amostras podem conter apenas células epiteliais marcadamente anaplásicas e individualizadas. Oitenta

e cinco por cento dos casos, isto é, 6 casos de um total de 7, foram corretamente classificados como adenocarcinomas no

exame citológico.

Apesar dos resultados descritos anteriormente, é importante lembrar que alguns adenocarcinomas bem diferenciados

podem mimetizar adenomas no exame citopatológico. Portanto, após a triagem citológica, recomenda­se a análise

histopatológica visando a identificar sinais de invasão da cartilagem auricular, vasos linfáticos, além de outros critérios.

Diagnóstico histopatológico

Os aspectos histopatológicos dos adenomas e adenocarcinomas ceruminosos são similares aos tumores de glândulas

apócrinas. Entretanto, as células epiteliais demonstram acúmulo de material globular marrom intracitoplasmático e na luz

glandular. Critérios como pleomorfismo, invasão dos tecidos adjacentes e lâmina própria auxiliam na diferenciação dos

tumores benignos e malignos. Quando há proliferação de mioepitélio e/ou diferenciação condroide/osteoide, ambas as

categorias podem ser denominadas adenomas/carcinoma complexos ou mistos.

Marcadores diagnósticos e prognósticos

Não aplicável.

Estadiamento

Não se aplica.

Tratamento

O tratamento ideal é a excisão cirúrgica por meio da ressecção lateral do canal auditivo ou da ablação do conduto auditivo.

Os melhores resultados são observados quando se faz a ablação do conduto auditivo associada à osteotomia lateral da bula

timpânica. A recidiva descrita nos casos de ressecção lateral do canal auditivo é de até 70%. Faz­se necessário o tratamento

das otites externas secundárias ao processo, de acordo com o agente envolvido.

Prognóstico

O prognóstico é reservado para os adenomas e ruim para os adenocarcinomas de glândulas ceruminosas, em virtude do

quadro clínico associado e das consequências das manobras cirúrgicas terapêuticas. Os adenocarcinomas de glândulas

ceruminosas são infiltrativos e destrutivos para os tecidos adjacentes e podem promover metástase para os linfonodos

mandibulares e para a glândula parótida.

Neoplasias dos folículos pilosos

As neoplasias de folículos pilosos (Figura 26.22) em cães correspondem de 5 a 10% de todos os tumores cutâneos e 1%

em gatos. Os principais tumores foliculares incluem os tricofoliculomas (Figura 26.23), pilomatricomas, tricolemomas,

tricoepiteliomas (Figura 26.24) e tricoblastomas benignos e malignos. Geralmente, quando não há referência à malignidade,

subentende­se que a neoplasia folicular é benigna.

O tricofoliculoma é considerado uma variante do hamartoma folicular, podendo também ser classificado como uma

neoplasia folicular extremamente bem diferenciada. Os tricofoliculomas apresentam diferenciação intermediária entre os

nevus folicular e os tricoepiteliomas. Os tricofoliculomas são raros em cães e gatos e não há predisposição racial, sexual ou

anatômica descrita. Embora se desconheça a etiologia, acredita­se que os tricofoliculomas humanos resultem da

diferenciação abortiva de células pluripotentes cutâneas.

Os tricoepiteliomas são tumores que se originam de ceratinócitos capazes de diferenciação em três segmentos

foliculares, isto é, infundíbulo, istmo e segmento inferior. Em humanos, as causas estão relacionadas com a síndrome

hereditária e não hereditária. Alguns estudos sugerem que mutações no oncogene CTNNB1 ou em moléculas relacionadas

em cães e humanos possam estimular a proliferação celular pelo acúmulo de β­catenina citoplasmática e translocação

nuclear. Os tricoepiteliomas ocorrem em cães e gatos com idades superiores a 5 anos e representam cerca de 0,4 a 4% de

todos os tumores cutâneos em cães e 0,3 a 0,8% em gatos. Entretanto, há estudos que citam incidência de até 9% em cães e

4,5% em gatos. Não há predisposição sexual. Os pacientes das raças Persa, Golden Retriever, Basset Hound, Pastoralemão, Cocker Spaniels, Setter Irlandês, Springer Spaniel Inglês, Schnauzer miniatura e Poodle Standard são

predispostos. Os tricoepiteliomas múltiplos ocorrem com mais frequência no Basset Hound. Os tricoepiteliomas malignos

são raros e, portanto, não há dados de prevalência segundo raça, sexo e idade.

Os tricolemomas são tumores benignos raros em cães e gatos e se originam dos ceratinócitos da bainha folicular

radicular externa. A causa é desconhecida. Em humanos, são descritos na síndrome de Cowden como resultado de

mutações do gene PTEN. Alguns autores postulam que alguns papilomavírus humanos podem participar na oncogênese. Os

tricolemomas podem ser divididos em dois tipos: tricolemoma bulbar, que ocorre em 0,05 a 0,2% dos cães e os pacientes

apresentam média de idade de 10 anos, sem aparente predisposição racial; e tricolemoma ístmico, incomum em ambas as

espécies e, aparentemente, não há predisposições racial, sexual ou etária.

Figura 26.22 Exemplo de neoplasia de folículos pilosos em porção distal do membro pélvico de um cão. Imagem cedida

por Reinaldo J. G. Palacios Junior.

Figura 26.23 Pilomatricoma em cão. Hematoxilina­eosina, 100 ×. Imagem cedida por Leonardo Dourado Costa.

Figura 26.24 Tricoepitelioma em cão. Hematoxilina­eosina, 100 ×. Imagem cedida por Leonardo Dourado Costa.

Os pilomatricomas (sinonímia: pilomatrixoma e epitelioma calcificado de Malherbe) são neoplasias benignas que

representam 1% dos tumores cutâneos em cães e casos raros em gatos. Os pilomatricomas são originários das células

germinativas da matriz pilosa folicular e ocorrem em pacientes com mais de 5 anos de idade. Não há predisposição sexual.

As raças Poodle, Bichon Frise, Schnauzer, Basset Hound, Old English Sheepdog e Kerry Blue Terrier apresentam

predisposição. Alguns autores sugerem que o crescimento piloso contínuo e, portanto, o alto índice mitótico nas células

germinativas contribua para uma frequência maior desse tipo tumoral nessas raças. A proteína p27 exerce efeitos

inibitórios na proliferação celular. Acredita­se que a expressão reduzida de p27 observada nos pilomatricomas caninos atue

em sua gênese. Os pilomatricomas malignos são raros e, portanto, não se conhecem as prevalências quanto a idade, sexo e

raça.

Os tricoblastomas são tumores benignos originários das células do epitélio tricoblástico/germinativo primitivo que detém

propriedades tronco. Curiosamente, os níveis de p27 elevados e PCNA reduzidos indicam baixo potencial replicativo. Em

cães, os tricoblastomas apresentam dados de incidência de 3,7 a 12% e 2,6% dependendo do estudo; em gatos, 2% dos

casos. Não há predisposições sexual e racial descritas.

Sinais clínicos e comportamento biológico

O tricofoliculoma é caracterizado por nódulos solitários, em forma de cúpula, que podem apresentar uma depressão ou

abertura central que contém pelo ou material sebáceo.

O pilomatricoma se apresenta como uma massa subcutânea ou dérmica firme, na forma de placa, bem delimitada,

alopécica e, algumas vezes, ulcerada ou calcificada. Pode, ainda, ser cística ou pigmentada, com tamanho que varia de 1 a

10 cm. São mais frequentemente observadas no tronco e nas porções proximais dos membros.

O tricoepitelioma é uma neoplasia multilobulada, solitária na maioria das vezes e múltipla em cães da raça Basset

Hound, alopécica, firme, de coloração branca a acinzentada. Pode ocorrer ulceração. São tumores pequenos, de 1 mm a 2

cm, e mais observados no tronco e nos membros em cães, e na cabeça, na cauda e nos membros em gatos.

O tricoblastoma se manifesta com tamanho de 1 a 2 cm e assemelha­se a um nódulo único alopécico, firme, podendo se

observar ulceração, mais comumente localizado na cabeça (principalmente na base da orelha) e no pescoço, em cães, e na

metade cranial do tronco, em gatos.

O tricolemoma se apresenta com tamanho de até 7 cm, é circunscrito, firme e sua ocorrência na cabeça e no pescoço é

comum. A epiderme adjacente pode estar espessada.

As neoformações do folículo piloso não costumam ser infiltrativas, embora possa haver recidivas locais pós­cirúrgicas,

assim como metástase para linfonodos regionais ou a distância, relacionadas com os exemplares de tumores malignos.

Diagnóstico citopatológico

O exame citopatológico pode ser utilizado na triagem dos tumores foliculares. Entretanto, há considerável sobreposição

entre as características microscópicas observadas nessa categoria e em outras. Portanto, o diagnóstico histopatológico é

essencial.

Os pilomatricomas são caracterizados por células matriciais “fantasmas”, ceratinócitos basais típicos individualizados ou

em grupos e material amorfo queratinizado. Os pilomatricomas malignos exibem maior atipia, células binucleadas, figuras

de mitose e metástase nodal caracterizada por células marcadamente atípicas. Os diagnósticos diferenciais incluem

tricoblastomas, tricoepiteliomas, cistos matriciais e híbridos e neoplasias de células basais.

Os tricoblastomas são caracterizados, em sua maioria, por grupos de células epiteliais basais e/ou células epiteliais

fusiformes/alongadas (tricoblastomas trabeculares ou de células fusiformes). Os diagnósticos diferenciais incluem outros

tumores com predomínio de células basaloides e, no caso do histotipo trabecular/fusiforme, tumores mesenquimais

fusocelulares benignos e sarcomas de baixo grau de malignidade.

As demais neoplasias não apresentam descrições claras e conclusivas na literatura.

Diagnóstico histopatológico

O conhecimento da estrutura histológica dos folículos pilosos e das alterações morfológicas durante o ciclo folicular é

essencial para compreensão e classificação das neoplasias foliculares. Os estudos de Souza et al.

12 e Müntener et al.

13

apresentam descrições pormenorizadas da estrutura e do ciclo folicular em cães gatos.

Os tricofoliculomas são caracterizados por folículos primários e secundários em padrão arboriforme com hastes pilosas

típicas e glândulas sebáceas em quantidade variável. Apesar de neoplásico, apresentam grau extremo de similaridade às

unidades folículo­sebáceas normais. Os principais diagnósticos diferenciais são os hamartomas fibroanexiais.

Os tricoepiteliomas são representados, em linhas gerais, por ilhas e múltiplos cistos primários e secundários compostos

predominantemente por epitélio basaloide que apresenta aspecto em paliçada na periferia. Áreas com diferenciação

infundibular e ístmica podem estar presentes. Os cistos são preenchidos por ceratina matricial, tricolemal ou infundibular

em quantidades variáveis. Os diagnósticos diferenciais incluem os pilomatricomas, carcinoma basocelular ceratinizante e

AIC. Os tricoepiteliomas malignos tendem a exibir mitoses atípicas, invasão linfática e maior pleomorfismo celular. Os

diagnósticos diferenciais incluem tricoepiteliomas benignos inflamados, pilomatricoma maligno e carcinoma basocelular.

Os tricolemomas são divididos na variante bulbar e do tipo ístmico e são caracterizados de forma geral por nódulos

dérmicos circunscritos compostos por células epiteliais poliédricas claras dispostas em lóbulos (bulbar) e trabéculas com

diferenciação tricolemal (ístmico). Os diagnósticos diferenciais incluem os tricoblastomas trabeculares, AIC, carcinoma

basocelular e algumas variantes dos tricoblastomas.

Os pilomatricomas são caracterizados por múltiplos cistos revestidos por células basais da matriz folicular. Os cistos são

preenchidos por ceratina do tipo matricial. Pode ocorrer metaplasia óssea. Curiosamente, há ainda relatos de

matricomas/pilomatricomas melanocíticos em cães e no homem. Os diagnósticos diferenciais incluem os cistos matriciais

simples e proliferativos, pilomatricomas pigmentados e tricoepiteliomas com predomínio de células basais. Os

pilomatricomas malignos tendem a exibir mitoses atípicas, invasão linfática, áreas similares a carcinoma de células

escamosas, bordas infiltrativas e maior pleomorfismo celular. Os diagnósticos diferenciais incluem o tricoepitelioma

maligno, pilomatricoma benigno e carcinoma basocelular ceratinizante.

Os tricoblastomas são divididos em trabeculares, tipo fita, com diferenciação em bainha radicular folicular externa, de

células fusiformes, granulares e tipo células claras. Apesar de serem todos compostos por células basais pequenas, podem

assumir distintos padrões e características de acordo com a variante considerada, a saber: colunas radiantes por vezes em

paliçada; aspecto medusoide; estroma fibromucinoso com corpúsculos mesenquimais papilíferos foliculares; alongamento

das células epiteliais; células epiteliais diferenciadas semelhantes àquelas da bainha radicular folicular externa (i. e.

glicogenadas ou com diferenciação ístmica); predomínio de células vacuolizadas e/ou com granulação citoplasmática; e,

ainda, abundante estroma com células fusiformes positivas para o imunomarcador nestina. Os diagnósticos diferenciais

incluem tricolemomas bulbares e ístmicos, carcinomas basocelulares e os adenomas ductulares apócrinos.

Marcadores diagnósticos e prognósticos

As células­tronco/iniciadoras tumorais exercem papel fundamental na gênese de tumores humanos e têm sido estudadas

amplamente em neoplasias cutâneas, principalmente de cães. Brachelente et al.

14 não encontraram correlação entre a

expressão dos marcadores CK15 e nestina em tumores foliculares e critérios histológicos, como o histotipo tumoral, o

fenótipo maligno e infiltrado inflamatório.

Alguns tricoblastomas, incluindo as variantes fusiformes, precisam ser diferenciados de outras neoplasias com

morfologia similar. Os principais marcadores imuno­histoquímicos usados no diagnóstico diferencial são:

• 34βE2 (CK 1, 5, 10 e 11)

• CK14

1.

2.

3.

4.

5.

6.

7.

8.

9.

10.

11.

12.

• CK5/6

• AE1

• LP34

• Vimentina

• CK13

• CK8

• CK18.

Os padrões de marcação de cada anticorpo são variáveis, isto é, tipo e percentual de células marcadas, grau de expressão

e distribuição da marcação. Recomenda­se a consulta aos artigos nas referências bibliográficas e outras fontes.

Estadiamento

Não se aplica.

Tratamento

Para os tumores benignos do folículo piloso, pode­se optar pelo acompanhamento clínico, apenas. Entretanto, a remoção

cirúrgica é curativa nesses casos. A intervenção cirúrgica também é indicada nos casos de neoplasia maligna, entretanto

pode haver recidiva local pós­cirúrgica, especialmente nos casos de tricoepiteliomas malignos.

Prognóstico

O prognóstico é excelente nos casos de tumores benignos e de bom a reservado nos malignos, uma vez que podem ocorrer

recidivas locais pós­cirúrgicas, assim como metástases para linfonodos regionais e até mesmo a distância, a exemplo de

relatos de metástases ósseas e neurológicas centrais associadas ao pilomatricoma maligno.

Perspectivas futuras

A expressão de marcadores de células­tronco em tumores foliculares de cães tem apresentado resultados promissores,

indicando a participação ativa de células iniciadoras tumorais na carcinogênese folicular. Obviamente, maiores estudos são

necessários em sua comprovação.

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Introdução

Nas ciências médicas, a oftalmologia comparada é o estudo das doenças oftálmicas que ocorrem nos seres humanos por

comparação com as doenças que ocorrem nos animais. Na medicina veterinária, a oftalmologia comparada também pode

significar o inverso, ou seja, o estudo das doenças oftálmicas que ocorrem nos animais por meio do estudo das doenças

que surgem nos seres humanos. Desde o lançamento da primeira edição deste livro­texto, várias transformações ocorreram

nesta área. Atualmente, a oftalmologia comparada passa por uma boa fase, sendo uma ciência interdisciplinar cuja

importância vem aumentando no Brasil. As publicações com autoria de pesquisadores nacionais vêm aumentando

gradualmente nas principais revistas mundiais. Além disso, a presença de pesquisadores brasileiros nos principais eventos

internacionais da área também vem se intensificando sobremaneira. Na prática clínica e cirúrgica, os diagnósticos e os

tratamentos, tanto medicamentosos quanto cirúrgicos, também estão gradativamente mais precisos e eficazes em nosso

país. A descrição clínica das alterações patológicas do bulbo ocular dos animais e dos seres humanos assemelha­se muito à

descrição que um patologista ocular faria durante a análise microscópica (histológica) dos tecidos oculares. Essa forte

associação entre prática clínica e patologia ocular possivelmente só ocorre nessa especialidade médica e faz com que o

treinamento em patologia ocular seja parte integrante do treinamento do oftalmologista veterinário, permitindo criar, em um

passado relativamente recente, a área vibrante e emergente da patologia ocular comparada.

1 A patologia ocular comparada,

portanto, é uma área muito especializada e, por esse motivo, requer profissionais treinados para reconhecer nuances como

pequenas alterações pigmentares e opacificações que, por vezes, não são muito significativas em outros órgãos.

2 Na área

específica de patologia ocular comparada, hoje um brasileiro, Dr. Leandro Teixeira, coordena o Comparative Ocular

Pathology Laboratory of Wisconsin (COPLOW), centro considerado referência mundial, também conhecido como

Laboratório do Dr. Dubielzig, o qual agora está aposentado, mas ainda ativo, na Universidade de Wisconsin­Madison,

EUA. Tal fato certamente é motivo de orgulho para todos os que militam nessa área no Brasil. Todos esses fatores citados

juntos compuseram um ciclo virtuoso para o progresso contínuo observado tanto na oftalmologia comparada como nas

áreas de patologia ocular e especificamente oncologia ocular comparada.

Segundo Wilcock B., na oncologia oftálmica destacam­se alguns princípios básicos que merecem ser considerados:

2

• A maioria das neoplasias desenvolve­se após agressão inicial a uma célula replicativa; consequentemente, há um padrão

de reação que pode se tornar uma massa neoplásica se houver a persistência do estímulo. De modo geral, a ordem

progressiva de alterações celulares é a seguinte: hiperplasia → displasia → neoplasia. Talvez os melhores exemplos

oculares sejam aqueles que ocorrem após lesão traumática, como no caso do sarcoma pós­traumático ocular dos gatos; ou

após indução pela luz solar, como no caso de carcinoma de células escamosas e/ou hemangioma/hemangiossarcoma

• A tradicional classificação dicotômica de neoplasia benigna ou maligna é biologicamente inválida. Do mesmo modo que

as pessoas não podem ser classificadas como absolutamente bonitas ou feias por todos, as neoplasias também não podem

ser completamente benignas (seguras) ou invariavelmente malignas (oferecendo risco de morte). O rótulo benigno ou

maligno, na verdade, ilustra dois extremos de um amplo universo biológico. A maioria dos tumores se enquadra em

diferentes pontos desse universo. Todavia, por se tratar de uma maneira clássica de agrupar as principais características

invasivas e, principalmente, metastáticas de neoplasias, esses dois termos ainda serão didaticamente empregados neste

capítulo.

Cabe ainda destacar que algumas neoplasias oculares são invariavelmente benignas sem depender de sua aparência

histológica (p. ex., neoplasias do epitélio do corpo ciliar), ao passo que outras se comportam da maneira maligna clássica,

mesmo que não sejam altamente anaplásicas em termos de histologia (p. ex., melanomas da conjuntiva). Vale lembrar que,

no caso das neoplasias do epitélio iridociliar, com frequência a aparência do tecido neoplásico faz com que o patologista

opte pelo diagnóstico de adenocarcinoma. Todavia, como já citado, independentemente da aparência histológica (p. ex.,

invasão de estruturas vizinhas), as metástases dessas neoplasias são raras. Como na biologia e na medicina não se deve

dizer nunca, uma saída inteligente e segura para o patologista é o emprego da denominação adenoma/adenocarcinoma

iridociliar. Essa neoplasia do epitélio iridociliar serve como excelente exemplo da ineficiência da classificação dicotômica

simplista das neoplasias em malignas ou benignas. Em quaisquer circunstâncias, seus efeitos sobre a função ocular e visão

podem ser drásticos.

3,4

A aparência clínica da neoplasia ocular, assim, varia de modo considerável dependendo do tecido envolvido. As

neoplasias dos anexos oculares são relativamente mais comuns. As neoplasias de órbita, por sua vez, são mais incomuns,

em particular as primárias. Já os tumores intraoculares também são relativamente incomuns nos animais domésticos e

raramente são diagnosticados por generalistas. Diante desses fatores, de modo geral as neoplasias oculares não são

comumente diagnosticadas quando todas as manifestações de câncer em pequenos animais são consideradas em grupo. Em

um estudo retrospectivo de Werner et al.

3

, em que se analisou a casuística de neoplasias do Serviço de Patologia do

Hospital Veterinário da Universidade Federal do Paraná no período de abril de 1974 a março de 1996, observou­se que, das

970 neoplasias diagnosticadas em animais de diferentes espécies, 54 (5,56%) localizavam­se no bulbo ocular ou em seus

anexos.

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