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O óxido nítrico está envolvido em vários fenômenos fisiológicos e fisiopatológicos, como regulação da pressão arterial,

neurotransmissão, síntese de proteínas hepáticas, transporte de elétrons na mitocôndria, redução do crescimento bacteriano

e tumoral, imunidade mediada por células, síntese de colágeno, metabolismo de nitrogênio e creatina, síntese de

poliaminas, transcrição do ácido desoxirribonucleico (deoxyribonucleic acid – DNA), transdu­ção do RNA etc., com

possíveis efeitos benéficos para o paciente, como melhor cicatrização e retenção de nitrogênio. Segundo Meier et al., ratos

alimentados com arginina mostraram redução da tumorigênese e disseminação do câncer.

109 Elevadas concentrações de

óxido nítrico geradas pela arginina resultaram em apoptose e inibição do crescimento tumoral em tumores pancreáticos in

vivo e in vitro. Em ratos com tumor sólido suplementados com 4 a 6% de arginina, a taxa de metástases foi mais baixa e a

anemia, menos grave, do que naqueles sem arginina em sua alimentação.

No entanto, o óxido nítrico pode apresentar papel dúbio, por ser potencialmente tóxico em situações como estresse

oxidativo, geração exacerbada de radicais oxigênio reativos e na deficiência do sistema antioxidante.

110 Os mesmos autores

destacam, ainda, que a arginina sozinha não tem efeito benéfico, sendo este conseguido quando fornecida com mistura

balanceada de aminoácidos, melhorando, assim, o equilíbrio proteico da dieta. Isso foi verificado em estudo clínico

controlado e randomizado, com 32 pacientes humanos com câncer sólido avançado que haviam perdido ao menos 5,0% do

peso corporal. Os pacientes que receberam a mistura de aminoácidos essenciais apresentaram melhor manutenção de peso

quando comparados com o grupo que não foi suplementado.

47

Glutamina

A glutamina é classificada como aminoácido não essencial para cães e gatos. No entanto, em situações como trauma,

septicemia e câncer, as concentrações séricas desse aminoácido reduzem­se em até 50%, sendo necessária sua reposição.

Por esse motivo, esta vem sendo classificada como aminoácido condicionalmente essencial. Segundo Abcouwer e Souba, a

suplementação com glutamina pode auxiliar a reduzir a depleção muscular e, assim, reduzir o catabolismo proteico

associado à caquexia no câncer.

111

Esse aminoácido é considerado um dos mais importantes substratos metabólicos para as células do trato gastrintestinal.

A elevada atividade da glutaminase, enzima necessária para o metabolismo da glutamina, proporciona eficiência ao trato

gastrintestinal para utilizar esse aminoácido como fonte energética. Cerca da metade da glutamina que chega ao intestino é

convertida em alanina, que, por sua vez, é captada pelo fígado e utilizada na gliconeogênese. Além dos enterócitos e dos

colonócitos, outras células de turnover elevado como células neoplásicas, fibroblastos e outros tecidos como os rins e o

fígado utilizam a glutamina como fonte principal de nitrogênio e carbono. Em condições de hipermetabolismo e

hipercatabolismo, como na caquexia, ocorre intensa mobilização de glutamina. Nessa situação, sua ingestão colabora na

redução da morbidade e mortalidade dos pacientes.

112

Figura 56.10 Ilustração da técnica de colocação de sonda por gastrostomia com uso de aplicador. A. Vista esquemática

demonstrando como o aplicador se posiciona dentro do estômago do animal. O aplicador empurra o estômago contra a

parede abdominal e produz uma saliência para que se possa introduzir o trocater. B. Com o auxílio do trocater, perfurar a

pele e a musculatura até posicionar a extremidade distal do trocater dentro da extremidade distal do aplicador. C. Introduzir

a guia pelo trocater até o interior do aplicador. D. Visibilizar a guia sendo introduzida pelo trocater e em segundo momento

esta já está posicionada dentro do aplicador. E. Retirar o aplicador, permanecendo apenas a guia dentro do animal. F. Fixar

o tubo gástrico na extremidade distal da guia. G e H. Depois de fixada a guia, o tubo será arrastado da cavidade oral para

dentro do estômago. I. Localização da extremidade distal do tubo dentro do estômago.

A preservação e a manutenção da estrutura do trato gastrintestinal são cruciais para a manutenção da saúde. As elevadas

taxas de proliferação, diferenciação e renovação celular tornam o intestino o local de maior gasto energético do

organismo.

113 Estudos em animais e no homem demonstraram que a nutrição parenteral total contendo dipeptídios de

glutamina pode evitar a atrofia intestinal relacionada ao trauma, o que não se verifica na nutrição parenteral livre desse

aminoácido. Em pacientes com doença inflamatória intestinal e neoplasias, a permeabilidade intestinal e a estrutura das

microvilosidades podem ser mais bem preservadas com a suplementação desse aminoácido.

114

Traumas locais, como a ação de agentes quimioterápicos, podem danificar o epitélio da mucosa intestinal e permitir a

translocação de bactérias e toxinas para a corrente circulatória, culminando com toxemia e sepse e, em consequência,

falência múltipla de órgãos. Aumento da tolerância à radioterapia e à quimioterapia foi verificado com a suplementação de

glutamina, em razão da proteção contra lesão intestinal e da toxicidade do tratamento conferidas pelo aminoácido.

Evidências também sugerem que seu uso em pacientes com neoplasia é seguro, sem a ocorrência de aumento da

proliferação das células tumorais.

115

De acordo com Seiça, os efeitos benéficos exercidos pela glutamina podem ser divididos em dois mecanismos

principais:

114

• Restabelecimento do volume de fluidos extracelulares: o estresse está associado à expansão do compartimento

extracelular. Embora a causa da redistribuição dos fluidos orgânicos não seja completamente conhecida, o uso de terapia

nutricional parenteral total isenta de glutamina está associado à expansão do fluido extracelular. Doentes em nutrição

parenteral suplementada com esse aminoácido apresentaram significativa redução da água corporal total e menor aumento

de água extracelular. Esse efeito decorre, possivelmente, da atenuação da invasão microbiana e infecção dos pacientes. A

glutamina reduz o extravasamento de fluidos, prevenindo sua perda pelas células endoteliais

22

• Estímulo ao transporte intestinal de solutos, principalmente sódio, com melhora do trofismo da mucosa intestinal:

relaciona­se com o efeito protetor da glutamina sobre a mucosa, possivelmente em decorrência de sua função de

fornecimento de energia azoto para a síntese de purinas e pirimidinas, bases nitrogenadas necessárias à síntese dos ácidos

nucleicos nos enterócitos.

Esses benefícios e ações da glutamina se destacam em pacientes em suporte nutricional parenteral. Fontes proteicas

íntegras, não poliméricas, como as utilizadas nas rações e dietas caseiras (carnes, peixes, leguminosas etc.) apresentam em

sua composição de aminoácidos abundância de glutamina. O fornecimento dessas dietas, quando de elevado teor proteico,

já pode ser suficiente para garantir quantidade adequada desse aminoácido para os pacientes.

Ácidos graxos polinsaturados

Ácidos graxos (AG) são ácidos carboxílicos. Sua composição varia de 2 átomos de carbono (ácido acético) a 24 átomos de

carbono (ácido lignocérico). São classificados, de acordo com a saturação das ligações entre os carbonos, em saturados

(todas as ligações entre carbonos são ligações simples), monoinsaturados (uma dupla ligação) e polinsaturados (mais de

uma dupla ligação). A localização da primeira dupla ligação, a partir do final da molécula (grupo metil ou ômega), define a

série, ou família, à qual pertence. De importância na Medicina Veterinária, têm­se os ácidos graxos polinsaturados ômega­6

e ômega­3.

54,116

O mecanismo exato de funcionamento dos ácidos graxos polinsaturados não é totalmente conhecido. Apresentam

diversas funções nas células e as principais são atuarem como fontes de energia, como componentes estruturais da

membrana celular e como precursores dos eicosanoides. Na membrana celular, participam como parte integral de sua

estrutura lipoproteica. Os ácidos graxos polinsaturados são incorporados à estrutura dos fosfolipídios, tendo papel

essencial para que a membrana celular mantenha fluidez e permeabilidade adequadas.

117 Os eicosanoides incluem os

tromboxanos, os leucotrienos e as prostaglandinas. Têm papel na secreção e regulação dos hormônios hipotalâmicos e da

pituitária e são compostos­chave nos processos inflamatórios e imunes.

118

Em estudo com cães com linfoma tratados com doxorrubicina, Ogilvie et al. demonstraram que a suplementação da dieta

com ácido graxo polinsaturado ômega­3 resultou em aumento do tempo de sobrevida dos animais.

41 Em trabalhos com o

1.

2.

3.

4.

câncer de mama humano, encontrou­se relação direta entre a relação ômega­6:ômega­3 e o aparecimento da neoplasia,

achados que levantaram a hipótese sobre a existência de correlação entre os ácidos graxos polinsaturados do alimento e a

doença.

119 Em outro estudo, com indução experimental de câncer de mama em ratas, observou­se que os animais

alimentados com dieta rica em ômega­6 tiveram maior crescimento primário do tumor e formação de metástases quando

comparados aos alimentados com dieta rica em ômega­3.

120

Apenas o aumento da densidade energética das dietas nem sempre é capaz de reverter o processo catabólico existente nos

pacientes com câncer. Os ácidos graxos polinsaturados ômega­3 podem contribuir para a normalização de algumas das

alterações metabólicas observadas na síndrome de caquexia. Em diversos estudos, a suplementação de ácido

eicosapentaenoico inibiu o crescimento tumoral, apresentou efeito protetor sobre o desenvolvimento e a progressão de

vários modelos tumorais e atuou como agente contrarregulador das citocinas mediadoras da caquexia, incluindo TNF­alfa,

IL­1, IL­6, fator indutor de proteólise e fator mobilizador de lipídios, anteriormente descritos neste capítulo.

É importante considerar que os ácidos graxos mais efetivos são o docosaexaenoico (DHA [docosahexaecnoic acid],

C22:4 ômega­3) e o eicosapentaenoico (EPA [ecosapentaenoic acid], C22:3 ômega­3), derivados do precursor da família

ômega­3, o ácido alfalinoleico. Este último, encontrado por exemplo na semente de linhaça, é muito menos efetivo que a

suplementação com DHA e EPA. Quantidades apreciáveis de EPA e DHA somente são encontradas nos óleos de peixes

marinhos de águas frias. Estes devem estar presentes nas dietas para animais com neoplasia. Caso o alimento fornecido

não apresente quantidade suficiente de óleo de peixe, este pode ser suplementado pelo clínico — o Serviço de Nutrição

Clínica de Cães e Gatos do HVGLN, da FCAV/Unesp, Campus de Jaboticabal sugere a dosagem de 1 g de óleo de peixe

para cada 5 kg de peso corporal (um bom óleo de peixe apresenta 270 a 320 mg/mℓ da soma de EPA + DHA).

Os principais benefícios propostos com o uso dos ácidos graxos polinsaturados ômega­3 nos pacientes cancerosos estão

resumidos na Figura 56.11.

Fibras

O termo fibra refere­se a grande número de hidratos de carbono complexos, compreendidos por celulose, hemicelulose,

pectinas, gomas, mucilagens e outros. São diferentes dos amidos por serem resistentes à digestão enzimática no intestino

delgado, podendo ou não ser fermentados pela microbiota intestinal a depender dos tipos de açúcares presentes em sua

estrutura.

121

A fermentação da fibra no intestino gera energia para os microrganismos, resultando na produção de ácidos graxos de

cadeia curta (AGCC).

121 Os principais são acetato, propionato e butirato, que constituem importante substrato energético

para os colonócitos. Estima­se que 70% das necessidades dessas células são atendidas a partir da oxidação dos AGCC.

122

Após absorvidos, os AGCC são metabolizados pelo epitélio do cólon que utiliza aproximadamente 90% do butirato e entre

10 e 50% do propionato.

65,122 Já o acetato é metabolizado pelo fígado, originando glutamina e corpos cetônicos que ganham

a circulação sanguínea. A glutamina servirá, posteriormente, de substrato para os enterócitos, como já discutido. A parte

restante do propionato é utilizada como substrato para gliconeogênese hepática.

No cólon, os AGCC são responsáveis pela redução do pH intraluminal, pelo estímulo da reabsorção de água e sódio e

por potencializarem a reabsorção de cátions divalentes.

123 Admite­se que o butirato seja o AGCC que apresenta maior

efeito trófico sobre a mucosa intestinal, consequente ao maior fornecimento de energia que propicia, ao aumento do fluxo

sanguíneo no cólon e aos estímulos à secreção pancreática, de hormônios gastrintestinais e do sistema nervoso

autônomo.

124

Outro aspecto em relação ao butirato é sua ação reguladora da expressão de genes implicados na proliferação e

diferenciação da mucosa do cólon.

125

PROTOCOLO PARA NUTRIÇÃO PARENTERAL PARCIALSERVIÇO DE NUTRIÇÃO CLÍNICA – HVGLN/FCAV-UNESP

Calculara necessidadeenergética

Cão/gato: “A”kcal/dia = 70 × (pesocorpóreo)

0,75

Calculara necessidade hídrica

Cão/gato: “B” mℓ/dia = 65 × pesocorpóreo(kg)

Calcularovolumededextrosea50%

Cão/gato: “A”/3 = “C”kcalpordia(30%da necessidadeenergéticadoanimal)

“D” mℓdeglicose50%pordia = “C”/1,7(glicosea50%= 1,7kcal/mℓ)

Lipídiosa20%

Cão/gato: “A”/5 = “E”kcalpordia(20%da necessidadeenergéticadoanimal)

5.

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11.

12.

“F” mℓdelipídiosa20%pordia = “E”/2(lipídiosa20%= 2kcal/mℓ)

Aminoácido(AA)a10%

Cão: “A”/2 = “F”kcal (50%da necessidadeproteica)

Necessidadeproteicaem gramaspordia“G” = (“F” × 3)/100(3gparacada100kcaldeenergia metabolizável)

Em 100 mℓ, há10gde AA: “H” mℓde AA a10%= “G” × 10

Gato: “A” /2 = “F”kcal (50%da necessidadeproteica)

Necessidadeproteicaem gramaspordia“G” = (“F” × 4)/100(4gparacada100kcaldeenergia metabolizável)

Em 100 mℓ, há10gde AA: “H” mℓde AA a10%= “G” × 10

Complexo B (CB)

Cão/Gato: “I” mℓCB = “A”/100*(1 mℓCB paracada100kcaldeenergia metabolizável)

Ringer simples (RS)

Cão/Gato: “J” mℓde RSpordia = “B” - (“D” + “F” + “H”) –

Cloretodepotássio(KCl)**

Cão/Gato: “K” mEqde K provenientesdo Ringer simples = [(“J” × 4)/1.000] (asoluçãode Ringer simplesapresenta4 mEqk/ℓ).

“L” mEqde K aserem suplementados = [(“B”x30)/1.000] – “K” (aconcentraçãodesejadaéde30 mEq K/ℓ).

“M” mℓ KCl = “L”/2,6(em 1 mℓde KCla19,1%tem 2,6 mEq)

ArgininaCão/Gato:umaampolade Ornitagin

®para10kgdepesocorpóreopordia

Vitamina K Cão/Gato:0,5 mg/kg/SC noprimeirodiaedepois1vez/semana

Receitadiáriadoanimal “D” mℓdesoluçãodeglicosea50%+ “F” mℓdesoluçãodelipídiosa20%+ “H” mℓdesoluçãodeaminoácidosa10%+ “I” mℓde

complexo B + “J” mℓde Ringer simples + “M” soluçãode KCla19,1%.Total = × mℓ/dia

VelocidadedeinfusãoCão/Gato:4a6 mℓ/kgdepesocorporal/hora

A nutriçãoparenteral total também podeserdeterminadacom essa mesmasequênciadecálculo. Bastaparaisso, nasetapas3,4e5forneceratotalidadedas

necessidadesestimadas,que, noentanto,deveser infundidaem vasocentral

*Protegerdaluz com papelalumínio.

** A suplementaçãodepotássioeoutroseletrólitosdeverespeitarademanda hidreletrolíticaeoequilíbrioacidobásico. As letrasentreasaspas indicam o

resultadodaoperação(em mℓ, Kcal,g)queseráempregado nasequênciadecálculoparaoutrasoperações matemáticasouparaseobteroresultadoem mℓda

soluçãoaseradministradaaopaciente.

Figura 56.11 Protocolo de nutrição parenteral parcial periférica desenvolvido pelo Serviço de Nutrição Clínica de Cães e

Gatos do Hospital Veterinário Governador Laudo Natel da FCAV/Unesp, Campus Jaboticabal.

Entre seus efeitos sistêmicos, os AGCC estão associados ao metabolismo lipídico e de glicose. O propionato diminui a

síntese hepática de colesterol por inibição da atividade da enzima hidroximetilglutaril coenzima A. O acetato e o propionato

regulam o metabolismo da glicose, reduzindo a glicemia e a insulinemia pós­prandiais.

126 Por tudo isso, é importante

adequar a qualidade e a quantidade de fibra na dieta do animal com câncer. Se, de um lado, os teores de fibra devem ser

baixos de forma a maximizar a digestibilidade e o valor energético do alimento, de outro, a quantidade adequada de fibra de

boa fermentação é importante para se conseguir os benefícios anteriormente discutidos.

Antioxidantes

Os antioxidantes incluem uma série de substâncias que variam em estrutura, função específica e local de atuação no

organismo. São definidos por sua capacidade comum de extinguir espécies reativas de oxigênio (ERO) e nitrogênio. Sua

potência in vivo e seletividade de ERO sob a qual atua variam substancialmente em razão de sua classe química,

biodisponibilidade, dose fornecida, duração da suplementação e via de administração.

127,128 Ao controlarem as reações de

oxidação, minimizam seus efeitos nocivos às estruturas celulares e saúde. Compreendem uma variedade de classes

químicas com atividades biológicas distintas, incluindo, entre outros, os retinoides, betacarotenos, vitaminas A, C e E,

minerais como selênio e zinco e polifenóis. Em razão da diversidade de compostos, não é possível se fazer generalizações

sobre se ou como eles podem interagir com os diversos protocolos terapêuticos de animais com neoplasia.

Apesar de as ERO serem subprodutos normais do metabolismo aeróbico essenciais para vários mecanismos de defesa na

maioria das células, também podem causar danos oxidativos ao DNA, proteínas e lipídios, que resultam em envelhecimento

e aumento do risco de doenças, incluindo o câncer. A lesão oxidativa provoca danos ao DNA, o que eventualmente pode

levar à transformação maligna com surgimento de uma população de células neoplásicas. Os antioxidantes podem ajudar a

1.

2.

3.

4.

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manter o equilíbrio adequado entre os efeitos celulares desejáveis e indesejáveis das ERO.

129,130 Além desses efeitos, é

importante reconhecer que os antioxidantes podem influenciar o crescimento de células cancerosas por meio de vários

outros mecanismos que afetam a proliferação celular, apoptose, angiogênese e outros processos relevantes para o

crescimento de tumores e metástase.

Apesar de seu papel potencial na prevenção primária do câncer, em parte pela redução da modificação oxidativa do DNA,

é importante se considerar que esta mesma ação também atua em sentido contrário à efetividade da radioterapia e agentes

quimioterápicos que atuam exclusivamente por meio da produção de ERO. Dessa forma, alguns fármacos quimioterápicos

e a radioterapia lesionam e promovem apoptose celular pela indução de danos oxidativos e formação de radicais livres.

Nessa situação, a suplementação com antioxidantes poderá interferir e reduzir a efetividade dessas terapias.

127­129 Assim, o

uso de antioxidantes durante a terapia do câncer é atualmente um tema polêmico, em razão da escassez de estudos mais

aprofundados e de mais clareza na interpretação dos resultados. Alguns estudos sugerem que os antioxidantes podem

melhorar os efeitos secundários tóxicos da terapia ou melhorar a função imunológica do paciente, sem afetar a eficácia do

tratamento, ao passo que outros sugerem que os antioxidantes podem interferir na radioterapia ou na quimioterapia

130­132

protegendo indistintamente tanto as células tumorais como as saudáveis.

127 Recomendações mais concretas sobre o uso de

diferentes doses e misturas de suplementos antioxidantes específicos durante a radioterapia ou quimioterapia somente

poderão ser estabelecidas depois de serem realizados mais estudos clínicos que verifiquem seus efeitos de proteção do

tumor e do tecido normal.

127 Até então, recomenda­se usá­los com cautela, evitando­se o emprego de doses elevadas e

sempre deve­se levar em consideração o histórico alimentar do animal, para avaliar se a suplementação é realmente

necessária ou não. Como sugestão empírica, quando o clínico considerar necessária a suplementação antioxidante em razão

da dieta ou situação imunológica do paciente, conforme a experiência clínica dos autores, sugere­se o emprego de 200

UI/kg de alimento ou 5 UI/kg peso metabólico (kg

0,75

) do paciente.

Considerações finais

Pela presente revisão, verifica­se que existe relação direta entre nutrição e evolução clínica de cães e gatos portadores de

neoplasia. O consumo de nutrientes influencia de modo positivo o funcionamento do sistema imune e metabólico, a

capacidade cicatricial, a resposta ao tratamento quimioterápico e/ou cirúrgico, a resistência do hospedeiro à quimioterapia e

outros. Inúmeros estudos demonstraram que a instituição de adequado suporte nutricional pode aumentar a longevidade e a

qualidade de vida do paciente, colaborando para a redução de efeitos secundários da neoplasia e de seu tratamento, como a

caquexia. Fundamentada na experiência prática, pôde­se verificar que a combinação de adequado suporte nutricional com

tratamento quimioterápico ou cirúrgico tem apresentado melhores resultados, em comparação com o uso isolado dessas

práticas. Em razão disso, salienta­se a importância da conscientização dos médicos­veterinários para que a terapia

nutricional se torne rotina em sua prática profissional. Talvez o mais importante seja a mudança do paradigma atual,

conceituado em “quando o animal melhorar, voltará a se alimentar”, buscando interiorizar o conceito de que “deve­se

alimentar o animal, para que este se sinta melhor e se recupere mais rápido“.

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___________

* Deve­se considerar que a necessidade energética do paciente pode estar elevada em razão da neoplasia e do tratamento. Considera­se

esta estimativa como ponto de partida. Para muitos animais, são necessárias quantidades bem superiores às apresentadas para

manutenção do peso corporal.

Introdução

A palavra eutanásia, origem grega, significa “boa morte” (eu: boa; thanasia: morte). Na nomenclatura médica, o termo

eutanásia é definido como o procedimento que induz a morte, sem dor ou sofrimento, de um paciente atingido por uma

doença incurável e sem opções terapêuticas.

Em Medicina Humana, a eutanásia é legalmente aceita em alguns países, mas o debate ainda merece muita discussão de

todas as esferas envolvidas.

Em Medicina Veterinária, a eutanásia é uma prática lícita e faz do médico­veterinário um profissional com experiência

única nesse quesito. Ao veterinário, é permitido discutir o tema em detalhes com colegas de profissão e também com os

proprietários, considerando a eutanásia um direito dos animais.

Segundo normatização do Conselho Federal de Medicina Veterinária

1

, a eutanásia é um procedimento clínico e de

responsabilidade exclusiva do médico­veterinário. Esta deve ser empregada de forma tecnicamente regulamentada,

seguindo preceitos éticos específicos e atendendo aos princípios de bem­estar animal.

Morte e eutanásia em Oncologia Veterinária

Em Medicina Veterinária, nas especialidades dedicadas ao tratamento de doenças com alta morbidade e mortalidade e que

podem levar à perda de autonomia do paciente associado à dor e ao sofrimento, como a Oncologia, o assunto eutanásia

sempre encontra espaço para reflexão.

Não é incomum que os proprietários depositem suas expectativas e incertezas a respeito da evolução da doença de seus

animais diretamente nos veterinários e na equipe, questionando o tratamento e suas implicações de forma ansiosa e, muitas

vezes, associando­os à tristeza, raiva ou ainda depressão. A atuação de outros profissionais na equipe veterinária, como

psicólogos, pode ser extremamente útil na abordagem e no acolhimento dos proprietários. O psicólogo também pode atuar

no sentido de aliviar as tensões geradas na equipe veterinária como consequência de uma rotina psiquicamente intensa e

desgastante.

A experiência frequente dos médicos­veterinários oncologistas com a morte de seus pacientes, naturalmente ou por

eutanásia, pode contribuir para alterações de humor e depressão e, segundo Than et al.

2

, pode elevar o risco de suicídio.

Eutanásia realizada na clínica veterinária

Da mesma forma como outros vários procedimentos clínicos e cirúrgicos, a eutanásia deve ser normatizada no rol de

atividades da clínica veterinária para que, independentemente do profissional executante ou da equipe a serviço, todos os

passos preconizados sejam realizados sempre da mesma maneira. Também é recomendável que todo e qualquer outro

funcionário que esteja presente na clínica ou no hospital durante a realização de uma eutanásia tenha sido adequadamente

orientado quanto a uma postura adequada à situação, em respeito ao momento emocionalmente delicado do proprietário.

Nesse sentido, o treinamento de todos os funcionários pelos próprios veterinários ou, ainda, por psicólogos pode ser

extremamente útil sobre “o que falar”, “como agir” e “o que não fazer”.

É importante que a clínica veterinária solicite ao proprietário que registre sua decisão pela eutanásia por meio de

autorização por escrito para que o veterinário realize o procedimento.

É recomendável que o ambiente no qual o procedimento de eutanásia será realizado seja restrito e aconchegante. Salas

com baixa luminosidade, silenciosas e climatizadas são mais adequadas do que os ambientes extremamente iluminados,

azulejados e metálicos, como os das salas de ambulatórios veterinários. Portanto, o ideal é qua a clínica veterinária tenha

uma sala específica para essa finalidade.

Muitos proprietários querem permanecer do lado de seus animais durante todo ou parte do procedimento de eutanásia e,

caso isso seja solicitado, deve ser respeitado, como um momento de despedida.

Animais alertas ou que apresentam resistência à contenção devem ser sedados previamente. Proprietários que presenciam

a perda de consciência de seus animais de forma tecnicamente adequada sentem­se bem em constatar que, uma vez em

plano anestésico profundo, estes não experimentarão nenhum tipo de sensação dolorosa ou sofrimento nas etapas

sucessivas. Os passos seguintes, até a constatação do óbito, também podem ser realizados na presença do proprietário, se

assim ele desejar.

Tecnicamente, o procedimento de eutanásia inclui a administração de fármacos, por via intravenosa, que induzam,

sequencialmente, perda de consciência imediata, parada respiratória e cardíaca.

A perda da consciência é realizada por meio de indução anestésica. O plano ideal a ser atingido é o estágio III, plano 3,

em que não mais se observam a presença dos reflexos protetores, como os reflexos palpebrais, interdigitais e de deglutição.

A partir do plano anestésico profundo atingido, segue­se a administração de fármaco que induza bloqueio neuromuscular

dos músculos intercostais e diafragmáticos, causando parada respiratória, que deve ser imediatamente seguido da

administração intravenosa rápida de cloreto de potássio, o que acarretará fibrilação ventricular e parada cardíaca.

No mercado veterinário, existem produtos comerciais específicos para esse fim, como o T61, uma associação dos

fármacos embutramida (anestésico geral que paralisa o centro respiratório), mebezônio (agente curarizante que causa

paralisia dos músculos estriados esqueléticos, incluindo os músculos respiratórios) e tetracaína (anestésico local com

objetivo de diminuir a dor no local da injeção), e o euthasol, associação de um anestésico barbitúrico e de fenitoína sódica

que, na dose letal, induz depressão do sistema respiratório e dos centros vasomotores, que evolui para colapso

cardiovascular e do sistema nervoso central.

O óbito do paciente deve ser confirmado pela ausência de pulso periférico, cianose, midríase não responsiva à luz e

traçado eletrocardiográfico isoelétrico.

Os enfermeiros e técnicos encarregados dos cuidados e preparo do corpo do animal após o óbito devem assumir postura

de respeito, principalmente na presença do proprietário. Envolver o corpo com cobertores e lençóis ou ainda outros objetos

que o proprietário separou para este momento é uma forma de respeito e consideração ao luto do proprietário, assim como

a permanência por algum tempo, após o óbito, em seu ritual de despedida.

Eutanásia realizada na residência do animal

Alguns proprietários solicitam que o procedimento de eutanásia seja realizado na residência do animal para que ele tenha a

oportunidade de morrer em um contexto totalmente familiar, com a atenção e a presença das pessoas importantes para o

paciente e, em alguns casos, na presença de outros animais de convívio.

Independentemente do local em que a eutanásia seja realizada, os passos de indução de sono anestésico procedido por

parada respiratória e cardíaca devem seguir os mesmos preceitos técnicos.

Funeral

O destino final do corpo e o tipo de funeral geralmente são decididos pelos proprietários.

Ainda é bastante frequente o desejo dos proprietários de enterrar seus animais em locais onde estes gostavam de estar ou

passear, como sítios ou chácaras, porém esses destinos não são adequados, pelo risco de contaminação ambiental. A

decomposição de cadáveres de animais gera necrochorume, um composto de bactérias e substâncias tóxicas que pode

contaminar o solo e o lençol freático. O procedimento mais adequado é realizar o enterro em cemitérios destinados a

animais por serem áreas reservadas para esse fim.

Mais recentemente, a cremação tem se tornado especialmente solicitada, pois permite que as cinzas do animal retornem

aos proprietários para que estes deem a elas o destino que considerarem adequados.

Luto dos proprietários

O processo de luto envolve a sensação de impotência, culpa e vazio. Encarar uma nova rotina, sem a presença do animal,

especialmente no caso de proprietários que mantinham vínculos significativos, é um reforço à tristeza e pode levar à

1.

2.

3.

depressão.

Não é raro os proprietários relatarem que seu luto não é reconhecido pelos familiares, colegas de trabalho ou mesmo

pelos amigos e sentirem­se constrangidos quando criticados por pessoas que consideram banal a morte de um ser que “não

passa de um cão ou um gato”. O luto não reconhecido pode transformar o sofrimento solitário e silencioso em um trauma.

O luto normal é considerado um processo em que o profundo pesar que o proprietário sente pela morte de seu animal

diminui gradativamente até que a lembrança do animal querido não seja mais motivo de tristeza, e sim saudade. Alguns

proprietários podem apresentar mais dificuldade em elaborar a perda de seus animais e, dessa forma, não concluir o

processo do luto, o que é importante para a formação de novos vínculos afetivos e a manutenção dos vínculos já existentes.

Adrian et al.

3

realizaram um levantamento considerando 106 proprietários que concordaram em responder a um

questionário sobre o impacto dos sentimentos de tristeza relacionados com a morte de seus animais de companhia. O

estudo constatou que sentimentos definidos como tristeza e luto eram relativamente comuns em pelo menos 6 meses em

cerca de 30% dos proprietários questionados e que 5 a 12% dos proprietários desenvolveram sintomas significantes de luto

complicado e distúrbio de estresse pós­traumática.

Considerações finais

O momento em que a eutanásia torna­se uma opção para pacientes com câncer é sem dúvida uma constatação muito

frustrante tanto para proprietários como para veterinários.

É uma situação de grande exigência para o veterinário e para sua equipe, pois estes devem atuar tecnicamente de forma

impecável, em respeito ao paciente e, ao mesmo tempo, serem sensíveis à dor e ao sofrimento do proprietário.

Embora a experiência da eutanásia seja normalmente acompanhada de tristeza e frustração, o tema pode ser um estímulo

à reflexão de assuntos pouco discutidos na sociedade, como o adoecer por câncer, a finitude do ser humano e o direito à

morte sem sofrimento.

Referências bibliográficas

CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA VETERINÁRIA – CFMV. Resolução nº 1000 de 11 de maio de 2012. Dispõe sobre

procedimentos e métodos de eutanásia em animais. Disponível em: <http://portal.cfmv.gov.br/>. Acesso em: 01/05/2014.

THAN, L.; CRANE, M. F.; PHILLIPS, J. K. The distinct role of performing euthanasia on depression and suicide in veterinarians.

Journal of Occupational Health Psychology, v.17, p. 123, 2014.

ADRIAN, J. A.; DELIRAMICH, A. N.; FRUEH, B. C. Complicated grief and posttraumatic stress disorder in humans’ response to

the death of pets/animals. Bull. Menninger Clin., v.73, p. 176, 2009.

Bibliografia

CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA VETERINÁRIA – CFMV. Guia brasileiro de boas práticas para a eutanásia de animais.

Disponível em: <http://www.cfmv.gov.br/portal/_doc/guiabbp_eutan%C3%A1 sia_animal.pdf/>. Acesso em: 01/05/ 2014.

HETTS, S.; LAGONI, L. The owner of the pet with cancer. Vet. Clin. North. Am. Small Anim. Pract., v. 20, p. 879, 1990.

ROLLIN, B. E. Euthanasia, moral stress, and chronic illness in veterinary medicine. Vet. Clin. North Am. Small Anim. Pract., v. 41, p. 651,

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