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Como o câncer é uma doença de alta complexidade, encontrada mundialmente, é de grande necessidade a existência de um

sistema unificado de estadiamento.

Com o intuito de criar um padrão universal que abranja uma linguagem comum a todos os oncologistas, fácil de usar,

lembrar e reproduzir, foram sistematizados diversos modelos de estádio na área médica. É importante que os dados

coletados para os estadiamentos sejam de grande relevância prognóstica e que tenham baixa variação inter e

intraobservacional, como: localização e extensão do tumor primário, disseminação da neoplasia, análise anatomopatológica,

produção de substâncias, manifestações sistêmicas e presença de sinais e sintomas.

O mais utilizado e preconizado pela União Internacional Contra o Câncer (UICC) é o Sistema TNM de Classificação

dos Tumores Malignos. O sistema TNM foi publicado pela primeira vez em 1968 e é revisado a cada 6 a 8 anos para

garantir que avanços na Oncologia sejam incluídos. Atualmente, está na sétima edição

3

, publicada em 2009. Em 1979, em

Genebra, o sistema TNM foi adaptado para o uso em animais domésticos, publicado em 1980. Desde então, foram poucas

as mudanças propostas em artigos isolados.

O sistema TNM classifica os tumores prioritariamente pela extensão anatômica da doença e é baseado na pesquisa de

três componentes:

• T: Extensão/característica do tumor primário

• N: Ausência ou presença de metástases em linfonodos regionais

• M: Ausência ou presença de metástase a distância.

Existem duas classificações para cada localização anatômica:

1. Estadiamento clínico (cTNM): é estabelecido antes do tratamento, a partir de dados do exame físico e exames

complementares. Essencial para selecionar e avaliar o tratamento.

2. Estadiamento patológico (pTNM): é estabelecido após excisão cirúrgica ou biopsia do tumor primário e classificado por

meio dos achados cirúrgicos e da análise do exame histopatológico antes do tratamento. Quando houver indicação, também

pode ser utilizado para classificar metástase para linfonodos sentinelas (pN) e metástase a distância (pM). Tem grande

importância na determinação do prognóstico e também para calcular resultados.

Os estadiamentos clínico e patológico devem ser considerados complementares. Como a metodologia de obtenção das

informações é diferente, é comum que esses estadiamentos não coincidam entre si. Apesar de o estadiamento patológico ser

obtido posteriormente ao clínico, ele determina a extensão da doença com mais precisão, já que permite detectar extensões

tumorais microscópicas.

A adição de números e letras como prefixo aos três componentes do TNM indica a extensão da doença maligna. Assim,

há:

• Tumor primário:

Tx: tumor primário não pode ser avaliado

T0: não há evidência de tumor primário

Tis: carcinoma in situ

T1­T4: tamanho crescente do tumor primário

• Linfonodos regionais:

Nx: linfonodos regionais não podem ser avaliados

N0: ausência de metástase em linfonodos regionais

N1­N3: comprometimento crescente dos linfonodos regionais

• Metástase a distância:

Mx: metástase a distância não pode ser avaliada

M0: ausência de metástase a distância

M1: presença de metástase a distância.

A categoria M1 pode ainda ser classificada de acordo com a localização da metástase a distância:

• Pulmonar: PUL

• Medula óssea: MO

• Óssea: OSS

• Pleural: PLE

• Hepática: HEP

• Peritoneal: PER

• Cerebral: CER

• Adrenal: ADR

• Linfonodal: LIN

• Pele: CUT

• Outras: OTH.

Para alguns tipos tumorais, os critérios T, N e M são seguidos de subclassificações indicadas por letras a, b e c. Esses

podem representar algumas características adicionais da neoplasia, como presença ou não de sinais clínicos e aderência.

Uma vez determinado o estadiamento clínico ou patológico do paciente, este deverá permanecer inalterado no prontuário

médico. Em casos especiais, podem­se utilizar outros símbolos adicionais como prefixo ao TNM para indicar informações

complementares sobre o paciente.

• rTNM: a classificação é feita quando ocorre recidiva do tumor após um intervalo livre de doença

• aTNM: a classificação é determinada pela primeira vez pela autópsia

• yTNM: a classificação é realizada durante ou após terapêutica inicial

• mTNM: presença de tumores múltiplos em uma única localização primária.

Independentemente do tipo de sistema utilizado para a classificação anatômica do tumor, ele deve ser classificado quanto

ao grau de diferenciação histológica, que varia de Gx a G4, como mostrado a seguir.

• Graduação histopatológica:

Gx: grau de diferenciação não pode ser avaliado

G1: bem diferenciado

G2: moderadamente diferenciado

G3: pouco diferenciado

G4: indiferenciado.

O estadiamento clínico e o pTNM podem ser complementados com a presença ou a ausência de tumor residual após o

tratamento. Esta categoria reflete o resultado do tratamento realizado e influencia os procedimentos terapêuticos

posteriores. As designações utilizadas são:

• Presença de tumor residual:

Rx: presença de tumor residual não pode ser avaliada

R0: ausência de tumor residual

R1: tumor residual microscópico

R2: tumor residual macroscópico.

O linfonodo sentinela é o primeiro linfonodo a receber células malignas oriundas de um tumor canceroso primário pela

circulação linfática. A sua avaliação deve ser realizada para determinação prognóstica e terapêutica de alguns tipos de

câncer, como o carcinoma mamário. O comprometimento metastático pode ser indicativo de que os demais linfonodos da

região também possam conter o tumor, e, dessa maneira, em muitos casos, recomenda­se o esvaziamento linfático regional.

Embora a publicação oficial da WHO (1980) – para animais domésticos – não abranja a sistematização dessa informação

no estadiamento, foi discutida sua abordagem tanto no I Consenso Clínico, Cirúrgico e Patológico de Mastocitomas

Caninos (Jaboticabal, 2012) quanto no I e II Consenso para Diagnóstico, Prognóstico e Tratamen­to de Tumores Mamários

Caninos (Belo Horizonte, 2010 e 2013). A notação utilizada pela 7

a edição do TNM3 humano é:

• Linfonodo sentinela:

pNX (sn): linfonodo sentinela não pode ser avaliado

pN0 (sn): ausência de metástase em linfonodo sentinela

pN1 (sn): metástase em linfonodo sentinela (Figura 4.3).

Células tumorais isoladas são células neoplásicas isoladas ou em agrupamentos de até 0,2 mm encontrados em

linfonodos ou em localizações a distância. São classificadas no atual estadiamento como pN0 ou pM0. Se o diagnóstico for

feito por avaliação imuno­histoquímica, os identificadores pN0(i+), pM0(i+) serão adicionados. Por sua vez, quando

avaliados por técnica molecular, serão acrescidos os identificadores pN0(mol+), pM0(mol+). Caso os estudos

imunoistoquímicos ou moleculares sejam negativos para células tumorais isoladas, devem­se usar a seguintes notações:

pN0(i­), pM0(i­) ou pN0(mol­), pM0(mol­).


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