2

Há uma gama de possíveis toxicidades aos tecidos normais causadas por quimioterápicos, e estas variam também em

relação a sua intensidade. Embora potencialmente fatais, esses efeitos geralmente são reversíveis e os tecidos normais

tendem a recuperar­se de forma rápida.

Os efeitos colaterais derivados da aplicação de agentes quimioterápicos podem ser divididos em toxicidades agudas

(durante a aplicação ou dentro de 24 a 48 h após a sessão), toxicidades tardias (variam de 2 a 14 dias após a aplicação do

fármaco) ou toxicidade crônica/cumulativa (semanas, meses ou anos após a aplicação do fármaco).

Entre as toxicidades agudas, estão as reações de hipersensibilidade causadas pela infusão do fármaco, náuseas ou vômito

agudo e o extravasamento venoso do fármaco. As reações de hipersensibilidade podem ocorrer por dois motivos: pela

liberação de histamina associada a reações alérgicas, como observado com a L­asparaginase, e pela degranulação de

mastócitos induzida pelo veículo dos fármacos, como o paclitaxel e a doxorrubicina. Tais reações podem ser evitadas com a

aplicação de anti­histamínicos como a difenidramina, cerca de 15 a 20 min antes da sessão de quimioterapia. Nos casos de

observação de sinais clínicos como prurido, reações eritematosas e edema durante a sessão, são recomendados a

interrupção imediata da infusão e o uso de corticoides de rápida ação como a hidrocortisona para o tratamento. O vômito e

as náuseas agudas geralmente são observados quando ocorre infusão muito rápida de alguns fármacos (como a

doxorrubicina) ou em virtude da propriedade específica do quimioterápico, como a cisplatina. O simples manejo com

antieméticos resolve o problema na grande maioria das vezes.

Em relação ao extravasamento, alguns agentes quimioterápicos apresentam propriedades vesicantes e causam danos de

moderados à graves quando administrados de forma inadequada (Figura 16.2). Os principais fármacos vesicantes são os

alcaloides da vinca e a doxorrubicina, mas outros fármacos também podem causar reações nessa situação. Algumas

medidas profiláticas devem ser adotadas para evitar que o incidente ocorra, como assegurar que tem um acesso confiável e

realizado sem dificuldades em veias de calibre adequado localizadas em extremidades, utilização de cateteres, boa fixação

de todo aparato e até mesmo sedação do paciente se necessário. Se houver qualquer sinal clínico, como edema e/ou eritema

no local da aplicação, agitação e vocalização do animal, a infusão deve ser interrompida imediatamente. Entretanto, o

cateter não deve ser removido do local, pois permite um portal para sucção de resíduos dos fármacos presentes no espaço

tecidual e também proporciona um acesso para administração de antídotos, caso estejam disponíveis. Somente nos agentes

derivados da vinca, deve­se aplicar compressas mornas 4 vezes/dia, durante 3 dias seguidos. Nos casos de extravasamento

dos demais fármacos, devem ser feitas compressas com gelo na mesma frequência descrita anteriormente. Os cuidados

posteriores envolvem a abordagem da reação local futura, como o manejo de feridas.

Tabela 16.3 Parâmetros macroscópicos para avaliação clínica da resposta ao tratamento quimioterápico.

Termo Abreviação Descrição

Remissãoourespostacompleta RC Desaparecimentocompletodotumoresinaisdadoença

Remissãoourespostaparcial RP Diminuiçãodovolumedotumor ≥ 50%oudiminuiçãododiâmetro máximode

tumor > 30%

Doençaestável DE Nenhum aumentooudiminuiçãodotamanhodotumorousinaisdadoença(p.

ex., ± 20%nas mudançasdediâmetro)

Doençaem progressão DP Aumentodovolumedotumor > 25%ouaumentodediâmetro máximode

tumor > 20%;aparecimentode novas lesões

Médiadeduraçãodaresposta/médiade

duraçãodasobrevida

MDR/MDS Valor médioqueserefereaduraçãodotempo necessárioparaatingir remissão

parcialoucompletadeum grupodeindivíduos tratados com determinada

terapia(MDR),outempodesobrevidaapósoiníciodaterapia(MDS)

Intervalolivredeprogressão/sobrevidalivrede

progressão

ILP/SLP Quantidadedetempodecorridosem evidênciadecrescimentotumoral

progressivo(ILP),ousobrevidasem crescimentoprogressivodotumordesdeo

iníciodotratamento(SLP)

Intervalolivrededoença/sobrevidalivreda

doença

ILD/SLD Quantidadedetempoquedecorresem recorrênciadadoença(ILD),ousobrevida

dopacienteem tratamento(SLD)

AdaptadodeWithrow e Vail,2013.

3

Figura 16.2 Lesão ulcerativa causada pelo extravasamento vascular de sulfato de vincristina em um canino.

As toxicidades tardias geralmente incluem a supressão da medula óssea e sinais gastrintestinais, como vômito, náuseas e

diarreia. Normalmente, esses efeitos são autolimitantes e produzem baixa incidência de hospitalização. A intervenção

medicamentosa é baseada na intensidade do evento, que neste capítulo está descrito em forma de tabela. O uso de

estimulantes hematopoéticos em animais é bastante controverso.

Em relação às toxicidades crônicas, podem­se incluir a disfunção hepática, os efeitos cardíacos e renais. Essas

toxicidades geralmente são mais drásticas e aumentam a morbidade do paciente. São importantes o conhecimento do

potencial tóxico de cada fármaco e uma precisa triagem do animal antes do momento da instituição do tratamento.

A alopecia é uma preocupação frequente dos proprietários, entretanto é incomum. Raças que apresentam crescimento

constante da pelagem, como Poodles, Terriers e o Sheepdog inglês são mais predispostos (Figuras 16.3 e 16.4). Gatos

normalmente perdem uma camada de pelos de proteção e os bigodes. Em geral, os pelos voltam a crescer após o término

do tratamento, mas pode ocorrer alteração na consistência e na coloração.

Com a finalidade de facilitar a comunicação e permitir uma análise mais concreta dos efeitos colaterais causados pela

quimioterapia, o Veterinary Cooperative Oncology Group (VCOG) publicou um consenso por meio do qual é possível

quantificar esses efeitos de forma sistemática. As Tabelas 16.4 a 16.13 foram adaptadas desse consenso.

4

Orientações aos proprietários

A decisão da escolha pelo tratamento quimioterápico antineoplásico em pacientes oncológicos tem como ponto fundamental

o esclarecimento ao proprietário da forma mais completa possível. É mandatório que o oncologista veterinário despenda

grande parte do tempo da consulta para descrever com clareza as opções terapêuticas, as toxicidades e os objetivos

esperados.

Figura 16.3 Canino branco da raça Poodle após alopecia causada pelo tratamento com sulfato de vincristina. Notar que

após reepilação houve alteração na coloração da pelagem. Imagem cedida por Marília Gabriele Prado Albuquerque

Ferreira.

Figura 16.4 Canino, sem raça definida, apresentando lesão alopécica localizada durante o tratamento com doxorrubicina.

O entendimento do câncer como uma doença crônica é um elemento importante no tratamento e torna o paciente um

visitante frequente ao oncologista. É necessário um acompanhamento regular e prolongado do paciente, pois, além de

oferecer a chance de tranquilizar o cliente, é possível assegurar a detecção de recidiva em um estádio precoce e monitorar

os possíveis prejuízos causados pelo uso das medicações. Além disso, o proprietário deve ser conscientizado de que,

conforme a modalidade da quimioterapia aplicada, na maioria das vezes, o objetivo é prolongar com qualidade o tempo de

sobrevida do paciente.

Os proprietários de pacientes oncológicos também devem ser minuciosamente instruídos em relação aos riscos da

manipulação de fármacos quimioterápicos em casa e dos excrementos dos animais. Os comprimidos e as cápsulas devem

ser manipulados com luvas descartáveis e não podem ser abertos ou divididos. A maioria dos fármacos são excretados pela

urina e/ou pelas fezes dentro de um determinado período após a administração. Por este fato, dependendo da característica

farmacológica de cada agente, é importante a orientação do uso de luvas ao manipular os excrementos dos animais.

Tabela 16.4 Efeitos alérgicos/imunogênicos.

Efeito adverso Grau

1 2 3 4 5

Reação

alérgica/hipersensibilidade

Urticáriatransitória Erupções cutâneas,

urticária,dispneia

Hipotensão

sintomática, com ou

sem urticária,

medicações

parenterais são

necessárias,edema

Ana〼‾laxiacom

medicaçãoparenteral

necessária

Morte

Reaçãoautoimune Reaçõesautoimunes

assintomáticas,

sorológicasouqualquer

outraevidência, com

funçãoorgânica normal

esem indicaçãode

intervenção

Evidênciadereação

autoimuneenvolvendo

órgãooufunção não

vital (p.ex.,

hipotireoidismo)

Reaçãoreversível

envolvendoórgãode

funçãovitalououtro

efeitoadverso

associado(p.ex.,

colitetransitóriaou

anemia)

Reaçãoautoimunecom

consequências

potencialmentefatais

Morte

Vasculites (nãoinclui

injeçãoperivascularde

fármacos)

Leve, intervenção não

indicada

Sintomático,

intervençãocom AINE

indicada

Indicaçãode

corticosteroides

Lesões isquêmicas,

indicaçãodeamputação

oudesbridamento

cirúrgico

Morte

Outro(especi〼‾car) Leve Moderado Grave Chancedeóbito,

incapacidade

Morte

AINE = anti-in〰㰊amatório nãoesteroide.

Tabela 16.5 Efeitos sob a medula óssea/sanguíneos.

Efeito adverso Grau

1 2 3 4 5

Celularidadeda medula

óssea

Levemente hipocelular,

< 25%dereduçãoda

celularidade normalde

acordocom aidade

Moderadamente

hipocelular,25a50%de

reduçãodacelularidade

normaldeacordocom a

idade

Hipocelularidade

grave, > 50%de

reduçãoda

celularidade normal

deacordocom a

idade

— —

Hemoglobina Cão:10g/dℓa < LIN

Gato:8g/dℓa < LIN

Cão: < 10a8g/dℓ

Gato: < 8a6,5g/dℓ

Cão: < 8a6,5g/dℓ

Gato: < 6,5a5g/dℓ

Cão: < 6,5g/dℓ

Gato: < 5g/dℓ

Hematócrito(volume

globular)

Cão:30%a < LIN

Gato:25%a < LIN

Cão:25a < 30%

Gato:20a < 25%

Cão:20a < 25%

Gato:15a < 20%

Cão: < 20%

Gato: < 15%

Neutropenia 1.500/µℓa < LIN 1.000a1.499/µℓ 500a999/µℓ < 500/µℓ —

Trombocitopenia 100.000/µℓa < LIN 50.000a99.000/µℓ 25.000a49.000/µℓ < 25.000/µℓ —

Outro(especi〼‾car) Leve Moderado Grave Chancedeóbito,

incapacidade

Morte

LIN = limiteinferiorde normalidade.

Tabela 16.6 Efeitos cardíacos arritmogênicos.

Efeito adverso Grau

1 2 3 4 5

Alteraçãode

condução/bloqueio

cardíacoatrioventricular.

Selecionar:

• Assitolia

• Bloqueio AV de

primeirograu

• Bloqueio AV de

segundograutipo

Mobitz I

• Bloqueio AV de

segundograutipo

Mobitz II

• Bloqueio AV de

terceirograu

(completo)

•Síndromede nodo

sinusal

• Outro(especi〼‾car)

Assintomático,

intervenção nãoindicada

Intervenção médica

indicada,entretantosem

urgência

Controlado

parcialmentecom

medicamentosou

com usode

dispositivo(p.ex.,

marca-passo)

Chancedeóbito(p.ex.,

arritmiaassociadaaICC,

hipotensão, síncope,

choque)

Morte

Arritmiasupraventricular

e nodal.Selecionar:

•Fibrilaçãoatrial

•Flutteratrial

•Taquicardia

atrial/paroxicística

•Taquicardiaatrial

Assintomático,

intervenção nãoindicada

Intervenção médica

indicada,entretantosem

urgência

Controlado

parcialmentecom

medicamentosou

com usode

dispositivo(p.ex.,

marca-passo)

Chancedeóbito(p.ex.,

arritmiaassociadaaICC,

hipotensão, síncope,

choque)

Morte

• Nodal/juncional

•Taquicardiasinusal

•Extrassístoles

supraventriculares

•Taquicardia

supraventricular

• Outro(especi〼‾car)

Arritmiaventricular.

Selecionar:

• Bigeminismo

• Ritmoidioventricular

•CVP

•Torsadedepointes

•Trigeminismo

•Flutterventricular

•Taquicardia

ventricular

• Outro(especi〼‾car)

Assintomático,

intervenção nãoindicada

Intervenção médica

indicada,entretantosem

urgência

Controlado

parcialmentecom

medicamentosou

com usode

dispositivo(p.ex.,

marca-passo)

Chancedeóbito(p.ex.,

arritmiaassociadaaICC,

hipotensão, síncope,

choque)

Morte

Outraarritmiacardíaca Leve Moderado Grave Chancedeóbito,

incapacidade

Morte

AV = atrioventricular; ICC = insu〼‾ciênciacardíacacongestiva;CVP = contraçõesventricularesprematuras

Tabela 16.7 Efeitos cardíacos gerais.

Efeito adverso Grau

1 2 3 4 5

Parada

cardiorrespiratória

— — — Riscodeóbito Morte

Hipertensão Assintomática,aumento

transitório(< 24 h),

intervenção nãoindicada

Recorrenteou

persistente(> 24 h)ou

aumentosintomático,

monoterapiapodeser

indicada

Necessidadede mais

deum medicamento

outerapia mais

intensiva

Consequênciasque

levam aoriscodeóbito

(p.ex., crise

hipertensiva)

Morte

Hipotensão Assintomático,

intervenção nãoindicada

Necessidadedebreve

reposiçãode 〰㰊uidos (<

24 h)ououtro

tratamento, sem

consequências

〼‾siológicas

Terapiacontínua(>

24 h), resoluçãosem

consequências

〼‾siológicas

persistentes

Choque(p.ex.,

de〼‾ciênciadefunção

orgânicavital)

Morte

Disfunçãodiastólica

ventricularesquerda

Achadodiagnóstico

assintomático,

intervenção nãoindicada

Assintomático,

intervençãoindicada

ICCsintomática

responsivaà

intervenção

ICCrefratária,dedifícil

controlecom intervenção

Morte

Disfunçãosistólica

ventricularesquerda

Assintomático,FEjem

repouso < 60a50%,FEn

20a25%

Assintomático,FEjem

repouso < 50a40%,FEn

15a20%

ICCsintomática

responsivaà

intervenção,FEj < 40

a20%,FEn < 15%

ICCrefratária,dedifícil

controle,FEj < 20%

Morte

Miocardite — — ICCresponsivaà

intervenção

ICCgraveourefratária Morte

Efusãopericárdica(não

maligna)

Efusãoassintomática — Consequências

〼‾siológicas

Riscodeóbito,

intervençãoemergencial

indicada

Morte

Disfunçãoventricular

direita(corpulmonale)

Assintomáticosem

tratamento

Assintomático,

tratamentoindicado

Corpulmonale

sintomática,

responsivaà

intervenção

Corpulmonale

sintomática,difícil

controle

Morte

Doençacardíacavalvular Espessamentovalvular

assintomáticocom ou

sem regurgitação

valvular leve,ou

estenose

Tratamento nãoindicado

Assintomático,

regurgitaçãoouestenose

moderadapor imagem

Sintomática,grave

regurgitaçãoou

estenose, sintomas

controlados com

terapia

medicamentosa

Riscodeóbito,

incapacidade,pobre

respostaàterapia

médica

Morte

Outro(especi〼‾car) Leve Moderado Grave Riscodeóbito,

incapacidade

Morte

ICC = insu〼‾ciênciacardíacacongestiva;FEj = fraçãodeejeção;FEn = fraçãodeencurtamento.

Tabela 16.8 Efeitos de coagulação.

Efeito adverso Grau

1 2 3 4 5

Coagulaçãointravascular

disseminada

— Achados laboratoriais

sem sangramento

Achados laboratoriais

esangramento

Achados laboratoriais,

riscodeóbitoou

consequência

incapacitante(p.ex.,

hemorragia nosistema

nervosocentral, lesãode

órgãos,ouperdade

sanguesigni〼‾cativa)

Morte

Tempodeprotrombina > 1a1,5 × LSN > 1,5a2 × LSN > 2 × LSN — —

Tempoparcialde

tromboplastina

> 1a1,5 × LSN > 1,5a2 × LSN > 2 × LSN — —

Outro(especi〼‾car) Leve Moderado Grave Morte

Riscodeóbito,

incapacidade

LSN = limitesuperiorde normalidade.

Tabela 16.9 Efeitos inespecíficos.

Efeito adverso Grau

1 2 3 4 5

Letargia/fadiga Letargialeve Letargia moderada

causandoalguma

di〼‾culdadede AVD

Comprometimento,

graverestriçãode

AVD,paciente

conseguecaminhar

sópararealizar AVD

Incapacidade,

necessitam de

alimentaçãoforçadae

auxílioparadesenvolver

AVD

Morte

Febre(naausênciade

neutropeniadegrau3ou

4)

1°CacimadoLSN 1a2°CacimadoLSN 2a3°CacimadoLSN > 3°CacimadoLSN Morte

Hipotermia — 33a36°C 28a33°C < 28°Couconsequências

quelevam aoriscode

óbito(p.ex., coma,

hipotensão,edema

pulmonar)

Morte

Perdadepeso 5a10%dopesoinicial,

intervenção nãoindicada

> 10a20%dopeso

inicial, suporte

nutricional indicado

> 20%dopesoinicial — Morte

Outro(especi〼‾car) Leve Moderado Grave Riscodeóbito,

incapacidade

Morte

AVD = atividadedevidadiária(comer,dormir,defecareurinar);LSN = limitesuperiorde normalidade.

Tabela 16.10 Efeitos dermatológicos.

Efeito adverso Grau

1 2 3 4 5

Alopecia Escassoadelgaçamento

oudesnudamentode

peloem sítiolocalizado

Escassoadelgaçamento

generalizadodopelo

Alopecia

generalizada

— —

Hematomas (naausência

degrau3

ou4, trombocitopenia)

Localizadoem umaárea

dependente

Generalizado — — —

Eritema Limitadoaum sítio

localizado

Generalizado,porém

notadosomentepor

meiodeobservação

próxima

Generalizadoe

facilmente notado

por meiodoexame

clínico

— —

Hiperpigmentação Leveoulocalizada Marcanteou

generalizado

— — —

Hipopigmentação Leveoulocalizada Marcanteou

generalizado

— — —

Reação nolocalde

aplicação/alterações

decorrentesde

extravasamento

Dor,prurido,eritema Dorouedemacom

in〰㰊amaçãoou 〰㰊ebite

Ulceraçãoou necrose

sem necessidadede

intervençãocirúrgica

Ulceraçãoou necroseque

requeiraintervenção

cirúrgica

Unhas/garras Descoloração, corrosão Fraqueza Perdaparcialou

completade

unhas/garras,

presençadedor

Interferênciaem AVD —

Fotossensibilidade Eritemaindolor Eritemadoloroso Eritemacom

descamação

Riscodeóbito,

incapacidade

Morte

Prurido Leveoulocalizado Intensoegeneralizado Intenso,generalizado

ecom interferência

na AVD

— —

Erupção/descamação Erupção macularou

papularoueritemasem

sinaisassociados

Erupção maculare

papular,oueritemacom

prurido,ououtros

sintomasassociados;

descamaçãolocalizada

ououtras lesõesque

acometem < 50%de

áreadesuperfície

corporal

Eritrodermagrave

generalizadoou

erupção macular,

papularouvesicular;

descamaçãoacomete

> 50%deáreade

superfíciecorporal

Dermatitegeneralizada

esfoliativa,ulcerativaou

bolhosa

Morte

Erupção:

acne/acneiforme

Intervenção nãoindicada Intervençãoindicada Associadaàdor,

des〼‾guração,

ulceraçãoou

descamação

— —

Erupção:eritema

multiforme

— Erupçãodisseminada,

mas nãogeneralizada

Grave(p.ex.,erupção

generalizadaou

estomatites

dolorosas);

〰㰊uidoterapia

intravenosaesuporte

nutricional são

indicados

Riscodeóbito,

incapacidade

Morte

Erupção: síndrome

eritrodisestesia

palmoplantar

Mínimasalteraçõesou

dermatites (p.ex.,

eritema) sem dor

Alterações cutâneas (p.

ex.,descamação,bolhas,

hemorragia,edema)ou

dor, sem interferência

funcional

Dermatiteulcerativa

oualterações

cutâneas com

presençadedor com

interferência

funcional

— —

Descamação Descamaçãoescassa,

notadaapenaspor meio

deobservaçãopróxima

Descamaçãofacilmente

visível,porém não há

esfoliaçãoem grupos,

poucas crostas

Descamação

facilmentevisívele

crostasesfoliativas

— —

Urticária(colmeias,

equimose,pápulas)

— Transitório Intervenção < 24 h

indicada

Intervenção > 24 h

indicada

Outro(especi〼‾car) Leve Moderado Grave Riscodeóbito Morte

AVD = atividadedevidadiária(comer,dormir,defecareurinar).

Tabela 16.11 Efeitos endócrinos.

Efeito adverso Grau

1 2 3 4 5

Insu〼‾ciênciaadrenal Assintomático,

intervenção nãoindicada

Sintomático, intervenção

indicada

Hospitalização Riscodeóbito,

incapacidade

Morte

Pancreáticaendócrina:

intolerânciaàglicose

Assintomático,

intervenção nãoindicada

Sintomático, indicação

dealteraçãodietéticaou

tratamento VO

Sintomasque

interferem na AVD,

indicaçãode

insulinoterapia

Consequênciasque

levam aoriscodeóbito

(p.ex., cetoacidose,

estado hiperosmolar)

Morte

Funçãodaparatireoide

(hipoparatireoidismo)

Assintomático,

intervenção nãoindicada

Sintomático, intervenção

indicada

— — Morte

Funçãodatireoide,

diminuição

Assintomático,

intervenção nãoindicada

Sintomático, não

interfere no AVD,

indicaçãodereposição

hormonaldatireoide

Sintomasque

interferem na AVD,

hospitalização

indicada

Riscodeóbito,

mixedema, coma

Morte

Outro(especi〼‾car) Leve Moderado Grave Riscodeóbito,

incapacidade

Morte

AVD = atividadedevidadiária(comer,dormir,defecareurinar).

Tabela 16.12 Efeitos gastrintestinais.

Efeito adverso Grau

1 2 3 4 5

Anorexia Estímuloalimentarou

mudança nadietasão

necessáriospara manter

oapetite

Ingestãooralalterada(<

3dias) sem perdade

pesosigni〼‾cante,

suplementaçãooral

indicada

De3a5diasde

duração,associadoà

perdadepeso

signi〼‾cativaou má

nutrição, 〰㰊uidos IV,

indicaçãode

alimentaçãoenteral

ou NPT

Consequênciasque

levam aoriscodeóbito,

> 5diasdeduração

Morte

Colite Morte

Assintomático,apenas

achados radiográ〼‾cosou

patológicos

Cólicasabdominais/dor,

mucoousangue

presente nas fezes

Dorabdominal, febre,

mudança nos hábitos

intestinais, íleo, sinais

peritoneais

Consequênciasque

levam aoriscodeóbito

(p.ex.,perfuração,

hemorragia, isquemia,

necrose)

Constipaçãointestinal Sinaisocasionaisou

intermitentes,uso

ocasionalde

amolecedores fecais,

laxantes, modi〼‾cação

alimentarouenema

Sinaispersistentes com

indicaçãodouso

frequentedelaxantesou

enemas

Sinais interferindo na

AVD,obstipaçãocom

indicaçãode

evacuaçãoassistida

Consequênciasque

levam aoriscodeóbito

(p.ex.,obstrução,

megacólon)

Morte

Desidratação Mucosas secas, < de

turgordepele, indicação

deaumentodeingestão

hídrica

Indicaçãode

〰㰊uidoterapiaparenteral

(intravenosaou

subcutânea) < 24 h

FluidoterapiaIV

indicada > 24 h

Consequênciasque

levam aoriscodeóbito

(p.ex., colapso

hemodinâmico)

Morte

Diarreia Aumento > que2

evacuaçõesdiáriasacima

do número normal

Aumentode2a6

evacuaçõesdiáriasacima

do número normal,

indicaçãode

〰㰊uidoterapiaparenteral

(IV ouSC) < 24 h, sem

interferênciaem ADV

Aumento > de6

evacuaçõesdiárias

acimado número

normal,

incontinência,

〰㰊uidoterapiaIV > 24

h, hospitalização,

interferênciaem ADV

Consequênciasque

levam aoriscodeóbito

(p.ex., colapso

hemodinâmico)

Morte

Disfagia Sintomático,porém tem

capacidadedeingerir

dietarotineira

Sintomáticoepresença

dealteraçãodeingestão

(p.ex.,alteraçãodos

hábitosalimentares

diários, consistênciado

alimento), 〰㰊uidoterapia

parenteral indicada(SC

ouIV) < 24 h

Sintomáticoegrave

alteraçãodeingestão

(p.ex., ingestão

calóricaoral

inadequadaoude

〰㰊uidos), 〰㰊uidoterapia

IV > 24 h,

alimentaçãopor

sondaouindicação

de NPTouparcial

Consequênciasque

levam aoriscodeóbito

(p.ex.,obstrução,

perfuração)

Morte

Enterite(in〰㰊amaçãodo

intestinodelgado)

Assintomático,apenas

achadopatológicoou

radiográ〼‾co

Dorabdominal, cólica,

mucoousangue nas

fezes

Dor

abdominal/cólica,

mudançaem hábitos

intestinais com íleo,

sinaisperitoneais

Consequênciasque

levam aoriscodeóbito

(p.ex.,perfuração,

hemorragia, isquemia,

necrose)

Morte

Flatulência Leve Moderado — — —

Íleo(obstruçãofuncional

dointestino,ouseja,

neuroconstipação)

Assintomático,apenas

achadoradiográ〼‾co

Sintomático, função

gastrintestinalalterada

(p.ex.,alteraçãodos

hábitosalimentares),

〰㰊uidoterapiaparenteral

indicada(SCouIV) < 24

h

Sintomáticoe

alteraçãograveda

função

gastrintestinal,

〰㰊uidoterapiaIV,

alimentaçãopor

sondaouindicação

Consequênciasque

levam aoriscodeóbito

Morte

de NPPou NPT > 24

h

Incontinênciaanal Ocasional Diário Interferênciaem ADV,

indicaçãode

intervençãocirúrgica

Permanente Morte

Mucosite/estomatite Eritemada mucosa Ulcerações irregularesou

pseudomembranas

Ulceraçãocon〰㰊uente

ou

pseudomembranas,

sangramentocom

mínimotrauma

Necrosetecidual,

hemorragiaespontânea

signi〼‾cante, riscode

óbito

Morte

Náuseas Perdadeapetitesem

alteraçãodos hábitos

alimentares

Salivaçãoou“baterde

lábios” < 12 h

Salivaçãoou“bater

delábios” > 12a24 h

Salivaçãoou“baterde

lábios” > 24 h

Vômito < 3episódiosem 24 h 3a5episódiosem 24 h,

< 3episódiospordia

durante > 2dias mas <

5dias

> 5episódiosem 24

h,vômito > 4dias,

indicaçãode

〰㰊uidoterapiaIV ou

NPP/NPT > 24 h

Riscodeóbito(p.ex.,

colapso hemodinâmico)

Morte

Outro(especi〼‾car) Leve Moderado Grave Riscodeóbito Morte

AVD = atividadedevidadiária(comer,dormir,defecareurinar); IV = intravenoso; NPP = nutriçãoparenteral,parcial; NPT = nutriçãoparenteral total;SC = subcutâneo.

Tabela 16.13 Efeitos renais/geniturinário.

Efeito adverso Grau

1 2 3 4 5

Cistite Assintomático,

hematúria/piúria

microscópica

Polaquiúriacom disúria,

hematúria macroscópica

Transfusãoindicada,

medicaçãopara

controledadorou

antiespasmódica,

indicaçãodelavado

vesical

Hemorragiaacentuada,

intervençãoeletiva não

indicada

Morte

Incontinênciaurinária Ocasional (p.ex., com

tosseouespirro)

Espontânea Interferência na AVD,

intervenção

medicamentosa

indicada

Indicaçãodeintervenção

cirúrgica

Obstruçãourinária Assintomático,achado

radiográ〼‾coou

endoscópico

Sintomáticosem

hidronefroseou

disfunçãorenal

Sintomático,

alteraçãodefunção

orgânica,

hidronefrose,

indicaçãode

intervençãocirúrgica

Riscodeóbito, falência

deórgãos

Morte

Insu〼‾ciênciarenal — — Crônica, sem

indicaçãodediálise

Indicaçãodediálise

crônicaoutransplante

renal

Morte

Frequênciaurinária Menorem frequência,ou

noctúria maisque2

vezeso normal

> 2vezeso normal,

porém < quede horaem

hora

> ou = 1vez/hora — —

Retençãourinária

(incluindobexiga

neurogênica)

Desconfortoaourinarou

gotejamento, sem

presençadevolume

residual signi〼‾cante

Atoniavesical

necessitandodepunção

com cateter < 2semanas

Cateterizaçãodiária,

indicaçãode

intervençãocirúrgica

Consequênciaquelevaa

riscodeóbito, falênciade

órgãos

Morte

Alteração nacoloração

daurina

Presente — — — —

Outro(especi〼‾car) Leve Moderado Grave Riscodeóbito,

incapacidade

Morte

AVD = atividadedevidadiária(comer,dormir,defecareurinar).

Agentes quimioterápicos específicos

Agentes alquilantes

Os agentes alquilantes são compostos de medicamentos antineoplásicos; seu mecanismo de ação se dá por meio de ligações

covalentes do grupo alquilo, mais frequentemente na posição guanina N­7; as macromoléculas celulares têm como alvo o

DNA.

Os agentes alquilantes são classificados como mono ou bifuncionais de acordo com o número de locais reativos

disponíveis, ou seja, os agentes monofuncionais formam ligações somente com o alvo, enquanto os bifuncionais formam

ligações cruzadas intercadeias ou intracadeias de DNA.

Embora os agentes alquilantes necessitem da replicação do DNA para agir, sua ativação pode ocorrer em várias fases do

ciclo celular, particularidade esta que torna os fármacos quimioterápicos deste grupo como fase não específica. Entretanto,

a citotoxicidade ocorre mais frequentemente quando a célula entra na fase S do ciclo e, então, é incapaz de completar a

replicação do DNA, resultando em morte celular.

Existem diversos mecanismos ligados à resistência quimioterápica dos agentes alquilantes, entre eles alteração da

captação do fármaco pela célula; aumento da produção de substâncias nucleofílicas, como compostos sulfatados, que

competem com o DNA­alvo para a alquilação; aumento dos níveis de metabolismo da droga; aumento de alvos secundários

não essenciais; e aumento dos mecanismos de reparo do DNA. As células tumorais podem expressar apenas uma forma de

resistência ou apresentar o fenômeno MRMD, em que mais de um mecanismo é observado na mesma linhagem de células,

o que frequentemente ocorre.

Constituem a família dos agentes alquilantes a ciclofosfamida, a ifosfamida, a clorambucila, o melfalano, o bussulfano,

a lomustina e a mostarda nitrogenada. Também fazem parte do grupo a carmustina, a dacarbazina, a procarbazina e as

aziridinas (tiotepa e mitomicina C).

Ciclofosfamida

Apresentação

Caixa com 1 ou 10 frascos­ampolas com 200 mg e 1 g e caixa com 50 drágeas de 50 mg.

Indicações

A ciclofosfamida é um derivado químico da mostarda nitrogenada mecloretamina, e é um dos agentes alquilantes mais

amplamente utilizados tanto na Oncologia Humana como na Veterinária. Este agente é empregado em vários protocolos

para o tratamento de neoplasias, sendo na maioria das vezes incluso em protocolos de poliquimioterapia, como em casos de

linfomas, leucemias e em diversos sarcomas e carcinomas. O uso de ciclofosfamida em baixas doses e por longos períodos

para o tratamento de neoplasias malignas tem cada vez mais se tornado uma prática comum na rotina veterinária em virtude

da baixa toxicidade, do baixo custo e da facilidade no tratamento, pois este é realizado oralmente pelo proprietário.

5­7

A ciclofosfamida também é utilizada no tratamento de doenças imunomediadas em decorrência da ação

imunossupressora.

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